terça-feira, 27 de abril de 2010

ASPECTOS GERAIS E MORFOLÓGICOS DO FUNGO Glomerella sp.

O gênero Glomerella sp., um gênero de interesse fitopatológico, pertence ao Reino Fungi e a divisão Ascomycotina. Os ascomicetos constituem o grupo mais numeroso de fungos, ocorrendo nos mais variados habitats exercendo saprofitismo ou parasitismo, causando diversos tipos de doenças em plantas. (BERGAMIN FILHO, et al. 1978)
A característica básica da divisão Ascomycotina é a formação, após a meiose, de esporos sexuais, os ascósporos, dentro de uma estrutura em forma de saco, o asco. Comumente, os ascomicetos formam órgãos sexuais (gametângios) diferenciados. O feminino, chamado ascogônio, é uma célula multinucleada, que frequentemente forma uma outra célula terminal receptiva, o tricógeno, através do qual é feita a passagem do protoplasma proveniente do gametângio masculino, o anterídio (BERGAMIN FILHO, et al. 1978).
A classificação dos ascomicetos é baseada nas características morfológicas de suas estruturas de rep
rodução sexual. O gênero Glomerella sp. está situado na ordem Polystigmatales, juntamente com outros gêneros também de interesse fitopatológico: Phyllachona, Coccostroma e Apiosphaeria (BERGAMIN FILHO, et al. 1978).
DESCRIÇÃO FÚNGICA:
As características do gênero fúngico Glomerella sp. são marcantes e muitas vezes visíveis ao
microscópio eletrônico. O gênero Glomerella - Spald & H. Schrenk apresenta a estrutura de frutificação na forma de peritécio do tipo ostiolado, obteliforme (em formato de pêra) e subgloboso. Particulamente, o peritécio pode estar imerso no tecido do hospedeiro simples, superficial ou agregado e algumas vezes com desenvolvimento pobre de clipio ao redor da abertura ostiolar (HANLIN,1997).O ostiolo, a abertura por onde saem os ascósporos, é estreito; inconspico; curto; muitas vezes palho, mais palho do que o ascoma; pode ter inúmeros pelos ao seu redor ou pode não ter, sendo classificado como glabro; apresenta várias linhas esteréis internamente do tipo perifece. O ascoma, aprte que abriga as ascas, possui parede do tipo pseudoparenquimatossa; outras células possuem parede fina e pigmentada, finas e hialinas (HANLIN,1997).
Os ascos são do tipo unitunicados de parede fina, cilíndricos a ligeiramente clavados ou elipsóide
s; seu ápice não é
amilóide e são sesséis ou curtos. No seu interior pode conter de 4 a 6 ou 8 ascósporos (HANLIN,1997). Os ascos são persistentes, mantendo sua parede após a liberação dos ascósporos, com o ápice contendo um anel estreito (BERGAMIN FILHO, et al. 1978).

Os ascósporos, estruturas sexuais dos ascomicetos, são unicelular; ameroseptados (ausência de septos); sua coloração é clara, portano hialinos; são bisseriados; seu formato é de elipsóide a subcilíndricos; são lisos, curvados e muitas vezes equilaterais, e suas dimensões são menores que 20 micrometros de comprimento (HANLIN,1997).
O habitat característico do gênero Glomerella sp. é parasita ou saprófita de tec
idos de plantas vasculares. Possui uma espécie representativa: Glomerella cingulata (Stoneman) Spald & H. Schrenk. A forma anamórfica desse gênero é o Colletotrichum sp. (HANLIN,1997).
Tanto na fase teleomórfica, Glomerella, quanto na fase anamórfica
, Colletotrichum, esse gênero fúngico é um importante agente causal do tipo de doença conhecida como Antracnose, que ocorre em muitas plantas. (BERGAMIN FILHO, et al. 1978).
O sintoma morfológico da
Antracnose é o aparecimento de mancha. Esta doença pode causar morte de plântulas, necrose do pecíolos e manchas nas folhas, hastes e vagens. Em períodos de alta umidade, as paredes infectadas ficam cobertas por pontuações negras, denominadas de acérvulos (ALVES, et al.)
Hoje, são válidas em literatura 103 espécies do gênero Glomerella sp. (INDEX FUNGORUM), no Brasil são conhecidos 11 gêneros de Glomerella sp. (EMBRAPA,2010) e ao redor do mundo possui 99 hospedeiras (SBML,2010).








Autora: Bruna Ribeiro Machado
Microbiologia - Agronomia 3º período




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

HANLIN, R.T., Illustrated Genera of Ascomycetes. Volume 1. ed. Apspress. St. Paul, Minnesota, 1997.

BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI. H.; AMORIM, L.; Manual de Fitopatologia vol. 1: Princípios e Conceitos, 3ª edição, ed. Ceres, 1995.

INDEX FUNGORUM disponível em:
Acessado em: 26 de abril de 2010

EMBRAPA CENARGEN disponível em:
Acessado em: 26 de abril de 2010

SYSTEMATIC BOTANY OF MYCOLOGICAL RESOURCES disponível em:
Acessado em: 26 de abril de 2010

ALVES, R.C.; DEL PONTE, E.M. Fitopatologia.net - herbário virtual. Departamento de Fitossanidade - Agronomia, UFRGS. Disponível em: Acesso em: 22 abril 2010.






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