terça-feira, 27 de abril de 2010

ASPECTOS MORFOLOGICOS DO FUNGO Colletotrichum gloesporioides.

Victor F. Borges


O Fungo Colletotrichum gloesporioides foi encontrado em folhas de mandioca onde é causador da antracnose. A antracnose da mandioca ocorre em vários países produtores. No Brasil, a doença esta presente em todas as regiões produtoras, porem é mais severa no Nordeste e no Sudeste, onde as condições ambientais são mais favoráveis à sua ocorrência.

Existem basicamente dois tipos de antracnose em nossas condições, a branda e a severa. A forma branda normalmente afeta plantas no final do ciclo e é causada por estirpes fracas do patógeno. A forma severa, causada por estirpes mais agressivas, provoca danos maiores, principalmente se o ataque ocorrer em cultivos com menos de quatro meses. Não existem dados de perda na produção. Variedades suscetíveis infectadas na fase jovem são severamente afetadas, podendo ocorrer à morte de toda a parte aérea da planta.

Sintomas – Sintomas característicos aparecem na forma de cancros elípticos e profundos nas hastes jovens e pecíolos. Sob condições de alta umidade, observa-se no centro destas lesões uma massa de coloração rósea, constituída por esporos do fungo. Em decorrência desta infecção, a planta desfolha e os ponteiros morrem. Esporadicamente pode ocorrer morte total da parte aérea. O plantio de manivas contaminadas pode resultar em falhas na germinação e conseqüente redução no numero de plantas por área.


Etiologia – O fungo C.gleosporiodes corresponde à forma imperfeita de Glomerella cingulata, que inclui numerosas formae speciales. A viabilidade patogênica do fungo pode estar associada com a presença do ciclo sexual, que representa uma possibilidade de recombinação genética.

As condições favoráveis à ocorrência da doença são períodos longos de chuva com temperaturas entre 18°C e 28°C. A disseminação dos esporos dentro de um cultivo é grandemente favorecida pelas chuvas. Nada se sabe a respeito da sobrevivência do patógeno no solo ou em restos de cultura e suas estruturas não se desenvolvem nas raízes.

Há estudos mostrando que isolados de outras espécies de plantas (mamoeiro e tamarindo) foram patogênicos à mandioca. Dessa forma, não se pode descartar a idéia de que existam hospedeiros alternativos.

Controle – Deve-se evitar o plantio de variedades sabidamente suscetíveis em locais de condições climáticas favoráveis à ocorrência da doença. Alem disso, medidas complementares que se baseiam na redução do inoculo devem ser consideradas, como: a) seleção de manivas sadias para plantio; b) imersão das manivas por 5 minutos em solução de benzimidazol (100 g/100 L água ); c) poda e eliminação de gastes afetadas.

BIBLIOGRAFIA

  • MASSOLA JUNIOR, N.S.; BEDENDO, I. P. Doenças da mandioca. p. 449. In: Edição de KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. Manual de fitopatologia - Volume 2 - Doenças das plantas cultivadas. 4. ed. São Paulo: Agronomica Ceres, 2005. p.663.

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