quinta-feira, 15 de abril de 2010

ASPECTOS GERAIS E MORFOLÓGICOS DO FUNGO Aspergillus sp.

Autor: Flávio de Oliveira Rosa

Este trabalho destaca a importância de se estudar a micofauna, para uma melhor inteiração dos benefícios e malefícios causados por estes microrganismos no meio ambiente, dando ênfase para os pertencentes ao gênero Aspergillus (Botelho et al., 2008).
A grande maioria de espécies de Aspergillus são encontrados associados a sementes, e estas quando ingeridas pelos animais ou até mesmo o homem podem causar doenças graves ou até mesmo ocasionar um efeito letal (Midorikawa, 2009).
A micotoxina mais conhecida produzida por Aspergillus sp. é a aflatoxinas. Ocorre mais intensamente e são elaboradas principalmente por Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus, sendo este produtor das aflatoxinas B1, B2, G1 e G2. (Diniz, 2002)
Apesar de vários malefícios os o gênero Aspergillus também são em alguns casos benéficos, podendo citar como exemplo o Aspergillus terreus, muito utilizado na indústria na produção de ácidos orgânicos. (Health / Wikipédia 2009). Estudos realizados pela Agência FAPESP relacionados aos fungos do gênero Aspergillus podem funcionar como bioremediadores, proporcionado a descontaminação do solo contaminado com petróleo, sendo os Aspergillus niger, os mais adaptados a esta prática, sendo esta uma característica extremamente benéfica deste fungo, haja vista somar-se a esta nova técnica, maior praticidade, menor custo além de proporcionar um maior equilíbrio ambiental (Romero, s/d).
Os fungos são organismos filamentosos e multicelulares, com grande capacidade tóxica ao infestarem grãos de alimentos. As micotoxinas são exemplos de substâncias geralmente tóxicas, heterocíclica e muito oxigenada. Produtos do metabolismo secundário podem ser encontrados para as seguintes espécies: Aspergillus flavus, A. parasiticus, A. pseudotamari e A. nomius. Destes, A. flavus e A. parasiticus possuem maior importância econômica. As toxinas podem ser denominadas de B1, B2, G1, G2, e estas correspondem as iniciais das cores “blue” e “green”, cores refletidas sob influência da luz ultra–violeta, no cumprimento de onda de 365 nm. O B1 representa a toxina mais tóxica produzida por A. flavus e A. parasiticus. (BBIS, 2008).
Algumas das ações das aflatoxinas popularmente expressas são a carcinogênica, imunossupressivas, teratogênica e genotóxica, sendo por suas características patogênicas, alvo de preocupação de todo mundo principalmente dos países de clima tropical. Ao todo existem pelo menos 13 tipos de aflatoxinas de origem natural, sendo as G1 e G2 produzidas com exclusividade pelos Aspergillus parasiticus. As aflatoxinas possuem a capacidade de causar cancro em humanos e animais, por serem tóxicas, ligam ao DNA das células, inibindo deste modo, a replicação do código genético. Vários são os gêneros e espécies de fungos que produzem aflatoxinas, diz-se atualmente que os maiores produtores pertencem às espécies A. flavus e A. parasiticus. Não são todas as espécies de Aspergillus que produzem aflatoxinas, algumas só produzem as do grupo B, outras somente são produtoras de aflatoxina do grupo G. Quanto as linhagens todos são produtores de aflatoxinas, sendo provável que todas as espécies de A. parasiticus produzam os quatro tipos de aflatoxinas (B1,B2,G1,G2). Enquanto as linhagens de Aspergillus sp. são na sua grande maioria capazes de produzir aflatoxina (Wikipédia, 2009).






Segundo (Diniz, 2002) as aflatoxinas foram descobertas em 1960, após a morte de 400 mil perus, na Inglaterra, tendo como causa principal a contaminação da ração, mais especificamente do farelo de amendoim nela contido, de origem brasileira, abrindo caminho para posteriores descobertas em vários outros países.
Em Portugal foi detectado a presença da aflatoxina B1 em outra espécie de fruto comestível, vindos do Irã, sendo a taxa de contaminação muito superior a tolerada para o consumo humano.
Vidato, 2004 aponta que fungos do gênero Aspergillus possuem como principais característica a capacidade de serem, individualizados pela particular modalidade de reprodução vegetativa ou orgânica. Encontram-se bastante freqüentes, sendo encontrados em grande escala em culturas agrícolas ou nas sementes via extrativismo vegetal, podendo as aflatoxinas também ser encontradas no leite de animais que ingeriram alimentos contaminados.
No Brasil a exportação de castanha-do-pará, uma das principais atividades econômicas da região Norte, foi comprometida no ano de 2001, tendo em vista a grande incidência de Aspergillus sp. nestas sementes, foram oriundas de nações importadoras como EUA e Europa que devolveram boa parte da mercadoria, cerca de 20 mil ton de um total de 28 mil que foram devolvidas, para evitar a contaminação.
Embora pareça exagero, estas preocupações são pertinentes, pois os malefícios vinculados a contaminações fúngicas podem trazer conseqüências muito graves, além das relacionadas ao DNA mencionadas anteriormente, as aflatoxinas podem acarretar várias enfermidades ao fígado a citar: necrose, cirrose hepática, carcinoma ou edema, sendo muito afetada a capacidade de absorção e processamento de nutrientes embora as contaminações por aflatoxinas geralmente não sejam crônica, aumenta de forma significativa a probabilidade de desenvolvimento de cancro hepático.
Pesquisas realizadas em diversos países com isolados de Aspergillus flavus, constatou-se que 60 % dos mesmos são toxigênico. Atualmente desenvolveu-se pesquisas na tentativa de se distinguir este grupo de isolados não toxigênos, tomando por base características citológicas e morfológicas como, por exemplo, presença de blastoconídeos, clamidoconídios e esclerócitos, fato este que evidencia a produção de aflatoxina por esta linhagem. Quanto à produção de aflatoxina por linhagem toxigênicas, mesmo quando crescido no mesmo substrato e sob as mesmas condições produzem aflatoxinas variando de 100 a 200 Hg/g de substrato.
As espécies de fungos pertencentes ao gênero Aspergillus podem possuir propriedade benéficas, como é o caso do Aspergillus terreus muito utilizado na indústria para produção de importantes ácidos orgânicos, dentre eles pode se destacar o ácido itaconico e o ácido cis-aconítico. Sendo também fonte inicial para o mevinolin, droga (lovastatin), utilizada para reduzir o colesterol.
Estes fungos possuem grande capacidade em descontaminar os solos poluídos com derramamento de petróleo, evitando a utilização de produtos químicos, diminuindo os custos e despoluindo o meio ambiente. Esta pesquisa foi realizada na região da bacia do Urucu, Manaus, onde havia muita contaminação do solo causada por acidentes com petróleo. O resultado desta pesquisa foi satisfatório sendo que 93 % dos fungos Aspergillus, mostraram eficientes na descontaminação do solo, produzindo enzimas de origem biotecnológica, sendo o A. niger, o mais eficiente na produção enzimática, com as celulases e as fenoloxidases. As celulases mais utilizadas no tratamento de afluentes da indústria têxtil. Já as fenoloxidases são utilizadas principalmente para a biorremediação do petróleo por serem abundantes na Amazônia. Os fungos Aspergillus sp, podem ser de suma importância para evitar a degradação do solo causada pelo petróleo que é altamente tóxico. Fungos deste gênero são capazes de utilizar o carbono contido no petróleo para obtenção de energia.
O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos do fungo Aspergillus sp.
Retirou-se amostra de fungo pertecente ao gênero Aspergillus, extraída de sementes da espécie arbórea nativa Guatambu do Cerrado, cujo nome científico é Aspidosperma macrocarpon (Apocinaceae).
Em seguida, utilizando-se lâmina, lamínula e gotas de corante azul de algodão (ácido acético, ácido lático, glicerina e água), preparou-se lâminas semi-permanentes, para extração de partes do fungo, utilizando instrumento metálico pontiagudo e o microscópio estereoscópico (lupa).
A lâmina foi analisada em microscópio ótico, possibilitando assim, a visualização de suas estruturas. Foi realizado procedimentos de macro e microfotografia digital utilizando máquina digital da Canon Power Shot A 580®.
As fotos, contendo diferentes estruturas do fungo do gênero Aspergillus, foram organizadas em uma prancha de fotos, feitas com o auxílio do computador, todas devidamente identificadas.



DESCRIÇÃO MICOLÓGICA

O fungo apresenta conidióforo hialino, bem desenvolvido, com abundante produção de conídios. A última célula do conidióforo possui um formato ampuliforme, no qual centenas de fiálides emergem para produção de conídios.
Os conídios globosos, amerosseptados, e hialinos são produzidos em cadeias.
A célula ampuliforme que sustenta as fiálides quando jovem é globosa de cor clara e não pulverulenta.
Fungos pertencentes a este grupo estão por toda parte, e em sementes podem ocasionar deterioração do embrião impedindo conseqüentemente a germinação.

REFERERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARNETT, H.L. & HUNTER, B.B. Ilustrated Genera Of Imperfect Fungi. 4. ed. The American Phytopathological Society ST Paul: Minosota,1998.
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA. Disponível em: . Acesso em: nov. 2009.
BIS BRASIL INDUSTRIAL SOLUTIONS. Conheça a aflatoxina B1. Disponível em: . Acesso em: nov. 2009.
BOTELHO, Luana Silva da. MORAES, Maria Heloisa Dutra; MENTEN, José Otávio Machado. Disponível em: Acesso em: 03 dez. 2009.
DINIZ, S.P.S.S. Micotoxinas. 1. ed. São Paulo: Rural, 2002.
MIDORIKAWA, G.E.O. Disponível em: . Acesso em: nov. 2009.
SILVA, L.C. Disponível em: . Acesso em: nov. 2009.
VIDATO, Micologia Médica. São Paulo: Tecmedd, 2004.
WIKIPÉDIA. Disponível em: Acesso em: nov. 2009.
WIKIPEDIA.Disponível em:. Acesso em: nov. 2009

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