sexta-feira, 12 de novembro de 2010

ASPECTOS GERAIS E MORFOLÓGICOS Cercospora ricinela

Acadêmico: Diego Rodrigues Araújo

INTRODUÇÃO

O que são fungos? “Os fungos são seres vivos ao mesmo tempo muito comuns, e desconhecidos. São fundamentais para a ecologia do planeta, atuando lado a lado com as bactérias no processo de reciclagem de matéria e são muito importantes na fabricação de produtos muito consumidos no mundo inteiro, como o álcool etílico, queijos e pães. Possuem características comportamentais, de alimentação e de reprodução completamente únicos entre os seres vivos. Os fungos são os representantes do Reino Fungi, e constituem um grupo com aproximadamente 200.000 espécies, que sobrevivem nos mais diversos ambientes do planeta. O que pode ser mais frequentemente encontrado em nosso dia-a-dia, é a chamada levedura, ou Saccharomyces cerevisiae”. ( BATTISFUZZO, G. S.; VITTA, R. P. 2003 )

O Cercóspora ricinela foi descrito por Saccardo e Berlese atti R. Ist. Ven. Lett. Arti. Vi. 3. 721. 1885 Cercosporina ricinella (Sacc. e Berl.) Speg., Anal. Mus. Nac. B. Aires, 20. 429. 1910.

Fungos da família da Cercosporina: Cercosporina appi: (Fresen.) Miura (1928), (= Cercospora apii). Cercosporina asparagicola: Speg. (1910), (= Cercospora asparagi); Cercosporina barringtoniae: Syd. & P. Syd. (1913), (= Cercospora barringtoniae); Cercoporina berteroae: (Hollós) Moesz & Smarods (1937), (= Cercospora berteroae); Cercosporina beticola: (Sacc.) Nakata, T. Nakajima & K. Katimoto (1915), (= Cercospora beticola); Cercosporina bradburyae: (E. Young) Sacc. (1931), (= Pseudocercospora bradburyae); Cercosporina caricis (Dearn. & House) Sacc. (1931), (= Cercospora caricis); Cercosporina chenopodii (Fresen.) Miura (1928), (= Cercospora chenopodii); Cercosporina eriobotryae Enjoji (1931), (= Pseudocercospora eriobotryae); Cercosporina erythrinicola (Tharp) Sacc. (1931), (= Cercospora erythrinicola); Cercosporina eustomatis (Peck) Sacc. (1931), (= Pseudocercospora eustomatis); Cercosporina fabae (Fautrey) T. Takah. & Hashio Suzuki (1929), (= Cercospora zonata); Cercosporina juncicola Kasai (1922), (= Cercospora juncicola); Cercosporina kikuchii Tak. Matsumoto & Tomoy. (1925), (= Cercospora kikuchii); Cercosporina melongenae (Welles) Hara (1928), (= Cercospora melongenae); Cercosporina modiolae (Tharp) Sacc. (1931), (= Cercospora modiolae); Cercosporina occidentalis (Cooke) Sacc. (1931), (= Passalora occidentalis); Cercosporina olivascens (Sacc.) Sacc. (1931), (= Cercospora olivascens); Cercosporina pachyderma (Syd. & P. Syd.) Sacc. (1931), (= Distocercospora pachyderma); Cercosporina physalidis (Ellis) Miura (1928), (= Cercospora physalidis); Cercosporina piaropi (Tharp) Sacc. (1931), (= Cercospora piaropi); Cercosporina psidii (Rangel) Sacc. (1931), (= Pseudocercospora psidii); Cercosporina ricinella (Sacc. & Berl.) Speg. (1910), (= Cercospora ricinella); Cercosporina scandens (Sacc. & G. Winter) Sacc. (1931), (= Cercospora scandens); Cercosporina sojina (Hara) Hara (1932), (= Cercospora sojina); Cercosporina subsessilis (Syd.) Sacc. (1931), (= Pseudocercospora subsessilis); Cercosporina tabernaemontanae (Syd. & P. Syd.) Sacc. (1931), (= Pseudocercospora tabernaemontanae); Cercosporina taccae Syd. & P. Syd. (1913), (= Cercospora taccae); Cercosporina vexans (C. Massal.) Moesz (1930), (= Passalora vexans); Cercosporina zebrina (Pass.) Matsuura (1930), (= Cercospora zebrina). Todos estes fungos são anamórficos, mycosphorela. ( Fungos )

O fungo Cercóspora ricinela não produz nenhuma toxina. Desta maneira é um gênero inofensivo a humanos e animais.

Este gênero não é utilizado industrialmente, sendo assim não tem nenhuma importância farmacêutica, também não e uma espécie comestível. Até o exato momento não houve nenhuma curiosidade sobre o mesmo, essa espécie e causadora de doença em folhas de plantas.

Como disse anteriormente este gênero é responsável por causar uma doença na folha da mamona, doença esta denominada por mancha foliar da cercóspora ricinela, causando manchas necróticas. (SACCARDO; 1885). Existem grandes diferenças na susceptibilidade varietal na mancha foliar de cercóspora. A doença desenvolve lentamente e raramente torna-se grave em algumas variedades, mas se desenvolvem rapidamente e podem causar desfolhamento total em outras. Os sintomas na planta de mamoneira são caracterizados por manchas foliares de formato arredondado, com o centro claro e bordas de cor castanha. A doença e favorecida por condições de alta umidade relativa. Sobre a área foliar necrosada são produzidos esporos do fungo os quais são dispersos pela água da chuva, vento e insetos. O fungo também pode ser disperso por meio de sementes. Em lavouras adultas, os danos são expressivos, mas quando ocorrem em plântulas, pode causar sua morte e causar falhas na lavoura. (FAÇABIODIESEL, 2004).

Manchas foliares causadas por fungos são muito comuns na cultura da mamona, porem não apresentam importância econômica devido aos pequenos prejuízos que causam. C. ricinela pode afetar o desenvolvimento das mudas novas, tornando-as subdesenvolvidas, inclusive podendo causar sua morte em casos de ataque severo. Nas folhas, os sintomas diferem um pouco quando causados por um ou por outro fungo. Também há outros gêneros de cercóspora que causam doenças de manchas foliares, como o Alternaria ricini que por sua vez produz manchas pardas irregulares na superfície das folhas. As manchas são relativamente menores, de tendência circular, com centro claro e bordas escuras. Normalmente, não se recomendam medidas de controle para as manchas foliares, contudo, sabe-se que a adoção de maiores espaçamentos e uma adubação adequada contribuem para reduzir sua severidade. O controle químico através de pulverizações da parte aérea, apesar de eficiente, não e viável economicamente. O uso de variedades resistentes seria o método ideal de controle, porém pouco se conhece a respeito do nível de resistência das nossas variedades. (EMBRAPA, 2006).

O fungo C. ricinela possui micélio interno ou externo, filamentosos, ramificados, septadas, hialinas ou coloridas. Estromata proeminente, quando presentes, de cor pálida ou preta, globular, irregulares ou alongados, a maior parte localizadas superficialmente no tecido, podem ser erropentes, os fascículos são ausentes ou extremamente densos. Conídios são individuais e terminais ou pela continuação do crescimento do conidióforo mais tarde se tornam laterais, cilíndricos obclavados aciculares , raramente clavados, hialinos possuem em sua maioria tons de verde ou marrom, possuem parede fina, sem espinhos, sem apêndices, em média de mais de três septos com septos verticais, retos curvados ou ondulados base acentuadamente obconicas para truncada. (BABU, 2007).

MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no laboratório de microbiologia do Instituto IF Goiano.

As lâminas pertencem ao laminário do IF Goiano. Foi utilizado o método de pescagem direta para a coleta do propágulo, retirado da folha da mamona.

A lâmina foi microfotografada com a câmera de modelo SONY 12.1 mega pixels, em resolução de 1.2 mega pixels em todas objetivas, houve também a ampliação das imagens com zoom. O fungo foi microfotografado em vários ângulos, más fizemos uma seleção das melhores imagens. Após a escolha das melhores imagens fora feita uma prancha, onde fizemos um agrupamento das imagens, tornando desta forma todas as figuras, em apenas uma única imagem. Para que se fosse feita a legenda desta prancha, usamos a ocular de micrométrico,que nos permite fazer a medição dos fungos, depois fizemos a média dos fungos e usamos a regra de três para sabermos o tamanho do fungo, essas medições são feitas na objetiva de 40, para que seja feita a transformação de medidas, e feita a conversão do resultado que se multiplica por 2,5 micrômetros.

A lâmina fora cedida por M. Lima, e pertence ao laminário de microbiologia, sendo assim algumas informações irão faltar, como, qual corante foi usado entre outras curiosidades.

Microfotografar foi uma experiência que durou alguns minutos, já que contávamos com o auxilio e a orientação do professor ( Milton Lima ).

Resultados e Discussão


Figura 1. Aspectos morfológicos de Cercóspora ricinela. A. Estrutura fúngica, B. Estrutura fúngica, C. Conídio septado ( barr = 3,73 μm ), D. Conídio ( barr = 4 μm ), E. Estrutura fúngica em objetiva de 60.

DESCRIÇÃO MICOLOGICA

O gênero C. ricinela e um fungo que se reproduz de forma assexuada, (porem e anamórfico). Possui células produtoras de Conídios (condiogênicas), possuem hifas septadas (fig.D), portanto há micélio neste fungo. Há também Conídios transversais (fig. C) alongados. Septos verticais (fig. C). Este gênero atua muito em regiões tropicais, causando doenças em plantas. Sem algum aproveitamento farmacêutico ou mesmo industrial, também não causando nenhum dano prejudicial à saúde de humanos e animais, somente prejuízos a produtores de mamona. É uma doença favorecida por condições de alta umidade relativa. O fungo pode ser disperso por meio de sementes.

Foram encontrados conídios de comprimento de 10,5 μm, 14 μm e 16,5 μm, desta forma a média ficou com 14 μm.

LITERATURA CITADA

ARAUJO, 2004; SUASSURA, 2004: Mancha foliar na mamoneira. Disponível em Acesso em 05 out. 2010

BABU, A. N. Developmentof the lesf spot fungs, Cercópora ricinela, on Castor leaf – na SEM account. Journal Phytopathology. 155: 426 – 430. 2007

BATTISFUZZO, G. S.; VITTA, R. P., 2003: O que são fungos. Disponível em < http://intra.vila.com.br/revista2003/rafael_e_goldinho/fungos.htm> Acesso em 10 dez. 2010

EMBRAPA, 2006: Cultivo da mamona; Disponível em . Acesso em 09 dez. 2010

FAÇABIODIESEL, 2004: Mamona. Disponível em Acesso em 09 dez. 2010

FUNGOS: Espécies de fungos; Disponível em < http://www.speciesfungorum.org/Names/Names.asp?strGenus=Cercosporina> Acesso em 10 dez. 2010

SACCARDO, P.A.: Sylloge fungorum XXII: Disponível em . Acesso em 10 dez. 2010


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