O fungo Puccinia polysora pertencente à divisão basidiomicota, classe teliomicetes, ordem uredinales, família pucciniaceae, é o agente causal da ferrugem polysora, doença incidente e importante para a cultura do milho (Fantin & Duarte et al., 2009) .
A família Pucciniaceae encontra-se dentro da ordem Uredinales, classe Teliomycetes e Divisão Basidiomycota, apresentando como principais gêneros Puccinia sp. e Uromyces sp. importantes fungos causadores de doenças em cultivos agrícolas. Estes patógenos obrigatórios causam danos em diversas plantas cultivadas e selvagens, em praticamente todos os continentes, causando sérias perdas em plantios comerciais por interferir com a fisiologia do hospedeiro, reduzindo a produtividade e depreciando os produtos agrícolas (CUMMINS & HIRATSUKA et al., 1983;).
O gênero Puccinia sp. possui em torno de 4.000 espécies em vários hospedeiros(Hawksworth et al., 1995). Pers., Neues MagPucciniaceae, Pucciniales, Incertae sedis, Pucciniomycetes, Basidiomycota, Fungi. Bot. 1: 118 (1794)Underw. 1897, polysora Pucciniaceae Underw., Bull. bot Torrey. Club 24: 86 Sinonímia (1897): Dicaeoma polysorum (Underw.) Arthur (1906Synonymy) Contribuinte (s): IMI (2008)(Index Fungorum, 2010).
Existem 12 tipos de espécies de ferrugens incidentes em milho(Zea mays):
Angiopsora zeae, Phakopsora zeae, Physopella zeae, Puccinia maydis, Puccinia pallescens, Puccinia polysora, Puccinia purpúrea, Puccinia sorghi, Puccinia polysora, Uredendo zeae, Uredo pallida, Puccinia SP(ntars-grin fungaldatabases, 2010).
A ferrugem polissora, causada pelo fungo Puccinia polysora é considerada a mais destrutiva das ferrugens que afetam a cultura do milho. Tem sido relatada em muitas áreas tropicais e subtropicais do mundo onde se cultiva o milho (Melching et al., 1975; Shurtleff et al., 1992;) e é particularmente bem adaptada a ambientes onde prevalecem temperatura e umidade elevadas. P. polysora tem sido considerada de grande importância nas regiões tropicais do Brasil, predominando em regiões abaixo de 700 metros de altitude em
• semeadura a partir de outubro. Em regiões mais altas, a doença pode ocorrer com maior intensidade geralmente apenas em plantios iniciados a partir de dezembro (Silva et al., 1997;). De acordo com estudos realizados pela Embrapa, no Brasil são conhecidas as seguintes ocorrências de ferrugens:
• Tripsacum australe Cutler & E. Anders. (Poaceae) ARQUIVOS DO INSTITUTO BIOLÓGICO 49(Supl.):82, 1982 Ferrugem PA.
• Tripsacum laxum Nash (Poaceae) ARQUIVOS DO INSTITUTO BIOLÓGICO 49(Supl.):82, 1982 Ferrugem RJ.
• Tripsacum sp. L. (Poaceae) ARQUIVOS DO INSTITUTO BIOLÓGICO 49(Supl.):82, 1982 Ferrugem PA, RS.
• Zea mays Linn. (Poaceae) [ MILHO ] FITOPATOLOGIA BRASILEIRA 23(Supl.):230, 1998 Ferrugem polisora Ocorre em sementes MG, ES, GO, MS, MT, PR, RJ, RS, SC, SP, PE, PB, DF, PA( Fungos, Cenargem, 2010).
Esta ferrugem pode causar rápida necrose na planta, ocorre durante todo ano agrícola, constituindo-se problema importante em plantios a partir da segunda quinzena de novembro. P. polysora tem preferência por temperaturas mais elevadas e é menos exigente em relação à umidade para germinar, a severidade da ferrugem-polysora é favorecida por umidade relativa alta e temperaturas em torno de 27°C, em condições favoráveis o fungo P. polysora, produz grande quantidade de inóculo e há extensiva disseminação dos esporos do patógeno pelo vento (Fantin & Duarte et al., 2009).
A ferrugem-polysora, pode ser observada inicialmente nas folhas baixeiras, na forma de pústulas circulares e ovais, marrom claras, distríbuídas na face superior das folhas e com muito menos incidência na face inferior da folha. Nestas, as pústulas são produzidos os urediniósporos que quando expostos, dão de aspecto pulverulento e ferruginoso característico das plantas, os teliosporos são raros e normalmente não germinam, sendo de pouca importância no ciclo da doença. As folhas infectadas geralmente amarelecem e secam em pouco tempo pela intensa queima foliar (Fantin & Duarte et al., 2009).
As ferrugens são pleomórficas podendo apresentar vários tipos de estruturas esporogênicas e esporos com diferentes morfologias e funções, produzidas nos diversos estágios ou fases de seus ciclos vitais, por vezes extremamente complicados e confusos. Em virtude de algumas espécies poderem apresentar até cinco tipos de esporos diferentes (ou raramente,
até mesmo seis, como é o caso de Puccinia vexans, as ferrugens estão entre os microrganismos de ciclo biológico mais complexo (CUMMINS, 1959; CUMMINS; HIRATSUKA, 1983).Entretanto, muitas ferrugens, mesmo pertencendo ao grupo que requer dois hospedeiros diferentes para seu ciclo completo, podem sobreviver em um único hospedeiro por meio de reprodução vegetativa ou clonal (urediniosporos) que é caso da ferrugem-polissora. No caso das ferrugens denominadas autoécias, em que todos os estados esporíferos manifestam-se em um mesmo hospedeiro, a determinação dos ciclos de vida deveria ser mais simples, não fosse a grande variabilidade existente em certas espécies.
Mais de 11raças deste patógeno já foram descritas e evidências de novas raças têm sido observadas nos últimos anos no Brasil Central e até o momento não são conhecidos hospedeiros alternativos deste patógeno (Kimati et al., 2005).
O objetivo deste trabalho é apresentar os aspectos gerais e morfológicos do fungo Puccinia polysora.
Folhas de milho (1051 AGROCERES), plantado em 20-01-10, coletadas na cidade de Ipameri-GO, Vila Estrela, Rua Inhambi n°2, lote 2, foram analisadas no laboratório de microbiologia do IFG campus Urutaí.
Utilizando o método de “pescagem direta” com uma pinça em formato de agulha e o método de corte histológico foi possível preparo de lâminas semi permanentes. Visualizou-se através do microscópio ótico e iniciou-se os procedimentos de descrição e registro microfotográfico.
Nestas lâminas foram depositadas duas gotas de fixador lacto fenol cotton-blue, sendo logo após depositado uma lamínula e depois passou-se esmalte sobre estas para melhor fixação.
Figura 1. Aspectos morfológicos do fungo Puccinia polysora, A. Representação dos sintomas, pústulas presentes na folha e no colmo(com melhor representação)(bar=189µm), B. Intensa queima foliar (Outro sintoma observado num estágio mais avançado da doença), C. Representação dos urediniósporos de coloração variada(amarelo a dourado)(bar=189µm), D. Urediniósporos em estágio maduro(escuros) e Imaturos(claros)(bar=47,25µm), E. Urediniósporos de parede espessa com dois poros germinativos(bar=9,45µm), F. Foto do corte, urédias, que rompem a epiderme.
Descrição Micológica
As pústulas formadas são predominantemente circulares, de cor marrom-clara em plantas jovens, e tornam-se marrom-escuras à medida em que a planta se aproxima da fase de maturação(fig. 1A). Essas pústulas encontram-se densamente distribuídas em ambas as faces das folhas e podem ser normalmente observadas ainda cobertas pela epiderme. Aquelas que já romperam a epiderme apresentam aspecto pulverulento(urédias)(fig.1F)(Fitopatologia UESB., 2010). A intensa queima foliar é um sintoma observado num estágio mais avançado da doença(fig.1B).
O fungo Puccinia polysora possui urediniósporos caracteristicamente ovais e irregulares, binucleados de cor amarelada(fig. 1E), e apresentam poros germinativos de posição equatorial (fig.1E). Os urediniosporos são unicelulares sendo suas superfícies usualmente ornamentadas delicadamente, equinuladas, ou verrugosas de forma uniforme ou não. A posição e o número de poros germinativos presentes nos urediniosporos são razoavelmente constantes para uma determinada espécie Quanto a posição nos esporos, os poros germinativos estão em posição equatorial(fig.1E(Arq. Inst. Biol., 2008)).
Referências Bibliográficas
Arquivos do Instituto Biológico, v.75, 2008 São Paulo, p.117-134.
CUMMINS, G.B.; HIRATSUKA, Y. Illustrated genera rust fungi. St. Paul: American Phytopathological Society, 1983. 152p.
EMBRAPA, Cultivo do Milho, Doenças Foliares. Disponível em:http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Milho/CultivodoMilho_2ed/doencasfoliares.htm Acessado em 12 de abril de 2010.
FANTIN, G.M.; SILVA, H.P.; BALMER, E.; MIRANDA FILHO, J.B. de. Herança da resistência à ferrugem causada por Puccinia polysora em milho. Fitopatologia Brasileira, v.18, p.332-333, 1993.
Fantin G.M., Duarte A.P, Manejo de doenças na cultura do milho safrinha. Campinas, Instituto Agronômico. 2009, p.16, 17, 18, 19.
Ferrugem em espécies de zea, Disponível em http://nt.ars-grin.gov/fungaldatabases/ acessado em 24 de junho de 2010.
Fitopatologia, Universidade Estadual do Sudoeste Bahia. Disponível emhttp://www.uesb.br/utilitarios/modelos/monta.asp?site=fitopatologia&tex=iii_10_milho.html Acessado em 12 de abril de 2010.
Fungos, Puccinia Polysora, Cenargem, Embrapa. Disponível em http://pragawall.cenargen.embrapa.br/aiqweb/michtml/fichafg.asp?id=3507 acessado em 30 de junho de 2010.
Index Fungorum, Puccinia polysora. Disponível em http://www.indexfungorum.org/names/Names.asp Acessado em 23 de junho de 2010.
KIMATI H., AMORIM L, REZENDE J.A.M., BERGAMIN FILHO A, CAMARGO, L.E.A. CAMARGO. Manual de fitopatologia/edição de hiroshi Kimati. [et.al.]-4ed.-,São Paulo;Agronômica Ceres.2005.2v.:IL p.479.
MELCHING, J.S. Corn rusts: types, races and destructive potencial. In: ANNUAL CORN AND SORGHUM RESEARCH CONFERENCE, 30., Washington, 1975. Washington: American Seed Trade Association, 1975. p.90-115.
SHURTLEFF, M.C. (Ed.) Compendium of corn diseases. 2.ed. St. Paul: American Psychopathological Press, 1992.105p.
Hawksworth, D. L, P. M. Kirk. B. C. Sutton & D. N. Pegler.1995. Ainsworth & Bisby’s Dictionary of the fungi. CAB International, Cambridge, Univ. Press.
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