quinta-feira, 15 de abril de 2010

“ASPECTOS GERAIS E MORFOLÓGICOS DO FUNGO Albugo candida”

MAURÍCIO A. A. DAMASIO



As plantas afetadas por este fungo apresentam seus primeiros sintomas com manchas amarelas na parte superior de suas folhas. Posteriormente formam-se pústulas na face superior. Gradualmente dá-se a ruptura dessas pústulas que ficam cobertas de uma massa de coloração branca, composta de esporângios. Em determinadas ocasiões, a parte infectada incha e deforma-se. O clima fresco (10 a 20ºC) e úmido com neblina favorece o desenvolvimento da doença. Os esporângios formam-se nas pústulas irrompentes e dispersam-se através do vento, da chuva ou de insetos (Sapec, 2009).
Dentro das espécies de Albugo, A. candida é possivelmente a mais polífaga, afetando 214 espécies em 63 gêneros de crucíferas (Fernandez-Valiela, 1978). A existência de raças fisiológicas do patógeno também está comprovada (Pound & Williams, 1963).
No Brasil, Albugo candida apresenta importância econômica mínima. Este fungo tem sido encontrado em quase todas as crucíferas cultivadas e espontâneas, ocorrendo comumente em rabanete, mostarda, nabo e agrião seco, mas não tem sido encontrada em repolho, couve-flor e outras brássicas (Tokeshi & Salgado, 1980).
A semente é a via mais importante na transmissão e sobrevivência de A. candida. Nela, oósporos podem sobreviver por períodos superiores há 20 anos, quando o armazenamento é realizado em ambiente seco. Ao germinar, cada oósporo origina esporângios que liberam cerca de 50 zoósporos que, através da água na superfície do solo, alcançam e infectam plantas vizinhas. Posteriormente, esporângios são liberados pelo rompimento da epiderme e, pelo vento, e alcançam e infectam novas plantas. Na ausência de hospedeiros, os oósporos são os únicos responsáveis por infecções primárias da ferrugem e pela sobrevivência de A. candida no solo e os esporângios, por infecções secundárias. Sendo a semente o principal veículo de transmissão da doença e como existem raças fisiológicas do patógeno em diversos países, como medida eficaz de controle é importante evitar a introdução dessas raças, sobretudo porque a ausência de A. candida em algumas espécies no Brasil é explicada pela inexistência de raças especializadas e a identificação das mesmas (Galli et al., 1980).
Além do uso de sementes com qualidade sanitária e fisiológica adequada, a semeadura deve ser programada, para se evitar que o estádio de florescimento das plantas coincida com períodos de elevadas precipitações. No caso de epidermes deve-se evitar a adubação com fertilizantes nitrogenados por favorecerem o desenvolvimento da doença (Galli et al., 1980).


O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos do fungo do gênero Albugo candida que é o agente causal da ferrugem branca ou falsa ferrugem da jetirana.
Foi realizado a colheita de folhas de jequitirana no campus do IFG Urutaí apresentando sintomas de ferrugem branca. As amostras foram levadas para o Laboratório de Microbiologia do Instituto Federal Goiano campus Urutaí.
Lâminas semi-permanentes foram preparadas utilizando microscópio estereoscópio (lupa), utilizando-se o método de “pescagem direta”. Os fragmentos foram retirados da amostra com auxílio de um estilete sendo os fragmentos depositados numa gota de corante azul-de-algodão (62,5 mL ácido lático, 2,6 mL ácido acético, 100 mL água e 100 mL glicerina). Sobre a gota depositou-se uma lamínula e ao seu redor foi vedada com esmalte. Logo após, a lâmina analisada em microscópio composto foi analisada para identificação correta.
Para confeccionar a prancha de fotos foi utilizada câmera digital Canon® modelo Power Shot A580 onde foram realizadas macro e microfotografias. E os programas Microsoft Office Picture Manager utilizado para edição e Power Point para a montagem das pranchas de fotos.







DESCRIÇÃO MICOLÓGICA


As lesões apresentavam baixa severidade da doença, afetando pequenas áreas isoladas das folhas dos hospedeiros. Amostras sintomáticas expressaram esporulação somente na face abaxial. Na face adaxial observou-se um afundamento do tecido e uma clorose local. As pústulas apresentavam elevação do tecido formando uma estrutura cônica similar a um “picnídio” contudo era formada por uma massa de esporângios de parede espessa e lisa, que agiam mecanicamente a camada de tecido epidérmico. Os esporângios são produzidos em cadeia sendo observados em corte transversal. Foi detectado nas amostras a presença de oósporos com superfície franjada e escura.


REFERERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SAPEC, Ferrugem Branca, Albugo candida (Pers.) Kuntze. Disponível em: <http://www.sapecagro.pt/internet/webteca/artigo.asp?id=82&url_txt=&link>, acessado em 2009.
IAPAR, Disponível em: <http://www.iapar.br/arquivos/File/zip_pdf/BT51.pdf>, acessado em 2009.
GALLI, FERDINANDO, et al.Manual de Fitopatologia,v. 2 Doenças das plantas cultivadas. 4º edição, Editora Agronômica Ceres, São Paulo, 2005.

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