segunda-feira, 25 de outubro de 2010

ASPECTOS GERAIS E MORFOLÓGICOS DO FUNGO Penicillium sp.



Charles Pereira de Sousa e Milton L. Paz Lima
Acadêmico do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
Professor da disciplina de Microbiologia


1. INTRODUÇÃO
Durante muito tempo, os fungos foram considerados como vegetais e, somente a partir de 1969, passaram a ser classificados em um reino à parte (Reino Fungi). Os fungos apresentam um conjunto de características próprias que permitem sua diferenciação das plantas: não sintetizam clorofila, não tem celulose na sua parede celular, exceto alguns fungos aquáticos e não armazenam amido como substância de reserva, a presença de substâncias quitinosas na parede da maior parte das espécies fúngicas e a sua capacidade de depositar glicogênio os assemelham às células animais.
O gênero Penicillium possui forma anamorfica (fases assexuadas ou mitótica) de ascomicetos classificados na família Trichomaceae, Ordem Eurotialees, de divisao insertae sedis, grupo dos fungos mitospóricos, sub-grupo hifomicetos. Este gênero é caracterizado pela produção de fiálides e conídios em cadeias secas (International Commission on Microbiological Specifications for Foods, 1996).Fiálides são células especializadas em produzir propágulos vegetativos, isto é, conídios. Os conídios são formados por mitose e podem surgir diretamente das vesículas (unisseriados) ou são produzidos em uma segunda camada de células,chamadas de “métulas” (bisseriados), sendo ambas -fiálides e métulas- formadas simultaneamente.(Sara Maria Chalfoun. et al 2003).
O fungo Penicillium sp possui forma teleomórfica (sexuais) pertencente a divisão ascomicota grupo dos fungos trichomaceae, ordem Eurotiales classe Eurotiomycetes sub-classe Eurotiomycetidae.(Index Fungorum 2010). São fungos conidiais sapróbios muito comuns, agentes dos mofos ou bolores azuis que ocorrem em diferentes substratos o Penicillium e o agente causador de bolores em citrus, podridões de fruto muito comuns na fase de pós-colheita. (Kimati et al., 1978). São patógenos fracos que atacam órgãos de reserva, como sementes e frutos e podem produzir micotoxinas em sementes, as espécies de Penicillium têm suas fases teleomórficas nos gêneros Talaromices e Eupenicillium. O ascoma e cleistotecial, com os ascos esparramados na sua cavidade, sem formar himênio. Os ascos são arredondados e sua parede se decompõe quando os ascósporos amadurecem.(Armando Bergamin Filho . et al 1995).
O fungo Penicillium sp., é conhecido como o fungo dos bolores, bolor verde ou azul é uma característica específica dos gêneros Penicillium e Aspergillus, essa e a única estrutura que pode ser vista a olho nu.Algumas espécies de Penicillium sp.têm grande valor econômico sendo utilizados na produção de queijos e vinhos. Penicillium glaucum é um bolor que é utilizado na elaboração de vários tipos de queijos incluindo o queijo francês Bleu, Fourme d'Ambert, Gorgonzola e Stilton.O Penicillium sp.candida é um bolor, muito utilizado na fabricação de vários tipos de queijo, nomeadamente o Brie e o Camembert (de onde provém o nome desta espécie).Penicillium roqueforti é um vulgar fungo saprófito, que aparece na natureza e pode ser isolado do solo, degradando substâncias orgânicas e partes vegetais. A principal utilização industrial deste fungo é a produção de queijos azuis, como o Roquefort, agentes aromatizantes, antifúngicos, polissacarídeos, proteases e outras enzimas. (Wikipédia 2010).
O genero Pecillium sp, e muito utilizado para fins farmacêuticos pois ele produz micotoxinas que destroem algumas espécies de bactérias.
A maior descoberta genética a respeito desse fungo foi a capacidade de produzir a penicilina, descoberta em 1928 por Alexander Fleming . A descoberta aconteceu enquanto o pesquisador trabalhava num hospital de Londres, na Inglaterra, em busca de uma substância que pudesse ser usada no combate a infecções bacterianas (causadas por bactérias). Fleming havia trabalhado como médico em hospitais militares durante a Primeira Guerra Mundial e, por isso, sabia o quanto era urgente produzir esse medicamento. Alexander fazia o que os cientistas chamam de meios de cultura, ou seja implantava bactérias em placas de petri contendo nutrientes essenciais para o desenvolvimento dessas colônias bacterianas. Um dia, o pesquisador saiu de férias e esqueceu, em cima da mesa no laboratório, placas de cultura de uma bactéria responsável, na época, por graves infecções no corpo humano: a Staphylococcus aureus, ao retornar semanas depois percebeu que havia uma espécie de mofo nos arredores da placa, Fleming estava prestes a lavar as placas , quando Merlin Pryce, seu antigo assistente, entrou no laboratório e lhe perguntou como iam suas pesquisas. Fleming apanhou novamente as placas para explicar alguns detalhes e então percebeu que, em uma das placas, havia uma área transparente ao redor do mofo, indicando que não havia bactérias naquela região, ou seja o mofo do fungo estava secretando uma substancia que matava as bactérias. Devido às dificuldades de se produzir penicilina em quantidade suficiente para ser usada no tratamento de pacientes, inicialmente, a descoberta de Fleming não despertou maior interesse na comunidade científica. Foi somente com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939, que dois cientistas, Howard Florey e Ernst Chain, retomaram as pesquisas e conseguiram produzir penicilina com fins terapêuticos em escala industrial. Assim, estava inaugurada uma nova era para a medicina - a era dos antibióticos. Por suas pesquisas, Fleming, Florey e Chain receberam, em 1945, o Prêmio Nobel de medicina. (WiKIPÉDIA 2010).
Dentre 2140 registros de ocorrência do hospedeiro que apresentava em seu tecido Penicillium sp., cerca de 90 registros sobre a cultura do milho (Zea mays L.) e 30 na nogueira-pecã (Carya illinoensi K). E dentre as várias espécies de citros à que mais apresentou hospedeiros foi o Citrus sp. Cerca de 40 espécies de Penicillum sp. foram registradas em hospedeiros no Brasil (Index Fugorum, 2010; Embrapa, 2010).


2. MATERIAIS E MÉTODOS

Os propágulos do fungo foram retirados de uma caixa gerbóx com papel no fundo umidecido com água destilada, para favorecer o crescimento do fungo, o trabalho foi desenvolvido no laboratório de biologia vegetal do Instituto Federal Goiano Campus Urutaí. Para retirada do micélio do fungo foram utilizados: lâmina, lamínula, corante para fixação (ácido acético, glicerina e água destilada), alça de platina e agulha de seringa para realizar a pescagem direta e lamparina para esterilização da alça de platina e lâmina processo que chamamos de flambagem. A flambagem é utilizada para a esterilização, coloca-se a alça de platina na chama até apresentar coloração vermelha o que significará que não existe mais nenhum ser vivo em sua superfície, para esterilizar a lâmina é necessário realizar movimentos de um lado para outro passando a lâmina sobre o fogo para evitar que ela superaqueça e venha a ser danificada. Após ser preparada lâmina foi levada ao microscópio ótico para a visualização microscópica do fungo, o objetivo era visualizar a estrutura reprodutiva do fungo identifica-lo e tirar fotografias, para fotografar o fungo foi utilizado duas câmaras (Cyber-shot, Sony Effective 7.2 Mega pixels, High sensitivity ISO 1250 2.5”LCD monitor, e Cânon, modelo Powershot SD750 7.1 mega pixels”.). O microscópio ótico possui objetivas de 5x, 50 vezes o tamanho do objeto de estudo, 10x, 100 vezes maior, 40x, 400 vezes maior e objetiva de 100x, 1000 vezes o tamanho do fungo.
Para a identificação do fungo utilizou-se o Manual de Fitopatologia Volume1, e a contribuição do Professor Doutor Milton Luiz da Paz Lima, que auxiliou os acadêmicos do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental do Instituto Federal Goiano Campus Urutaí na identificação de fungos.



3. RESULTADOS E DISCUSSÃO


DESCRIÇÃO MICOLÓGICA:

Figura A: formação de bolor verde, estrutura que pode ser vista a olho nu. Figura B: aspectos morfológicos de Penicillium sp. Figura C: estrutura do fungo no formato de uma vassoura com ramificações. Figura D: conidióforo e célula cnidiogênica. Figura E: conídio e conidióforo.

Descrição Micológica:

O fungo apresenta conidióforo que ramifica-se na forma de um micélio simples e/ou de um sinênio e a olho nú pode apresentar bolor verde oliva (Fig. A). O conidióforo é ramificado e no final apresenta células conidiogênicas fialídicas agrupadas e ramificadas. Os conídios podem ser denominados de fialósporos, e possuem colocação hialina ou colorida quando agrupados (bolor verde). Conidióforos longos ramificando-se na parte terminal são hialinos, eretas, ramificados, possuem 2-3 ramificações, as fiálides (Fig. 1BC) são ramificadas e são agregadas, compactas, compostas por cadeias (catenulação) (Fig. 1EF) de massas conidiais, fiálides afinando gradualmente ou cilíndricas com extremidades pontiagudas (falcadas) (Fig. 1E). Os conidióforos (sinêmio) apresentam largura 120-220 µm, e na ramificação primária apresentam dimensões de 10-12,5 x 2,5 µm (Watanabe, 1993). Conídios fialósporos, catenulados, hialinos ou castanho-amarelado, produzidos em massa, possuem forma esférica, elíptica ou oval, são unicelulares, lisos ou de superfície equinulada. Os conídios possuem as dimensões de 2,7-3,5 x 2,2-2,3 µm (Watanabe, 1993). A massa de conídios com coloração esverdeada comportamento também verificado por Kimati et al., (1978).

LITERATURA CITADA.

BERGAMIN FILHO, A., KIMATI H; AMORIM L. Manual de Fitopatologia: Princípios e conceitos, 3 ed., Editora agronômica Ceres, São Paulo SP, 1995.

KIMATI, H. Fungos. In: GALLI, F., TOKESHI, H., CARVALHO, P.C.T.,BALMER, T.L., CARDOSO, C.O.N., SALGADO, C.L., KUGNER, T.L., CARDOSO, E.J.V.B., BERGAMIM FILHO, A.. Manual de Fitopatologia. Editora Agronômica Ceres, 2 ed. São Paulo,SP, 1978.

WIKIPÉDIA, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Penicilina, acessado em 28 de Junho de 2010.

WIKIPÉDIA, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexander_Fleming, acessado em 29 de junho de 2010.

EMBRAPA, disponível em: http://pragawall.cenargen.embrapa.br/aiqweb/mi chtml/fgbd01.asp#P, acessado em 15 de abril de 2010.

CHAUFOUN . S.M & BATISTA L.R., Fungos associados a frutos e grãos do café, Aspergillus & Penicillum 2003.

14 comentários:

  1. Sou Caullius da turma de tecnologo em gestão Ambiental.
    Esta preciando colocar todas as citações bibliograficas que o professor sugeriu.

    ResponderExcluir
  2. João Marcos TGA
    A literatura citada não esta em ordem alfabética.

    ResponderExcluir
  3. Bruna curso Tecnologo em Gestão Ambiental
    Esqueceu de dar espaços no início dos parágrafos.

    ResponderExcluir
  4. Guilherme Araujo TGA.
    A prancha de fotos ficou muito pequena.

    ResponderExcluir
  5. Diego Araújo TGA.
    Acontece uma desorganização na produção do texto, faltando espaços nos inicios de parágrafos e espaços entre final de frase e início de outra.

    ResponderExcluir
  6. Sou Sabrina Pasetto, academica do curos de Tecnologia em Gestão Ambiental, falta espaço no inicio de cada paragrafo.

    ResponderExcluir
  7. Verificar sp nao prescisa ser Italico.

    ResponderExcluir
  8. Sou Tatiane do curso de TGA, em alguns nomes do fungo faltou colocar em italico.

    ResponderExcluir
  9. Erros simples de formatação, ausência de itálico no nome do fungo, e espaçameto no início dos parágrafos

    ResponderExcluir
  10. Prancha muito pequena, erro no espaçamento dos parágrafos

    ResponderExcluir
  11. Taísa Mamedes-TGA 2°período,bom Charles em seu trabalho você foi bem detalista eu gostei muito da introdução, mas faltou espaço no inicio de alguns parágrafos.

    ResponderExcluir
  12. Muito bom o texto. So faltou mais espaco dos paragrafos e alguns acentos. Joana Santos 1 Semestre do curso de Gastronomia.

    ResponderExcluir
  13. Quem conhece o aassunto podia acrescentar mais conhecimentos, não só críticas. Sou leigo gosto do assunto.

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Seguidores

Postagens populares da Ultima Semana