FAGNER CARLOS DE LIMA
A podridão-de-rizopus causada por Rhizopus stolonifer (Ehrenb.Vuill). (1902), representa uma doença de pós-colheita, observada durante o armazenamento e trânsito de frutos, sendo raramente visto em campo. O fungo é um patógeno não especialista, que infesta um grande número de hospedeiros; ele invade os tecidos através de ferimentos, apodrecendo rapidamente frutos inteiros deixando intacta apenas a cutícula. A hifa fúngica secreta enzimas pectolíticas. Elevada umidade e temperatura entorno de 25 oC durante armazenamento quando o transporte favorece a desenvolvimento de lesões (Camargo et al., 2005).
No banco de dados Index Fungorum (2009), existem 3 variedades pertencentes à espécie R. stolonifer sendo denominadas por R. stolonifer var. luxurians, R. stolonifer var. lyococcus (Ehrenb.) Stalpers & Schipper (1984), R. stolonifer var. stolonifer. Neste mesmo banco de dados pode-se verificar que o posicionamento taxonômico desta espécie é Reino Fungi, Divisão Zygomycota, Ordem Mucorales, Família Mucoraceae.
Em plantas o fungo Rhizopus stolonifer pode ocasionar as seguintes doenças : podridões pós-colheita em frutos de tomateiro (Silveira et al., 2001), podridões mole ou podridão floral do maracujazeiro qual ataca as flores recém abertas e frutos novos (Bomfim et al., 2007), pode ainda expressar sintomas em ameixa e nectarina (Packer, 2005), e ainda, pode interferir na qualidade sanitária e fisiológica de sementes de abóbora var. Menina Brasileira (Casároli, 2006). Rodrigues e Bringel (2006) detectaram a incidência de Rhizopus sp. em análise sanitária de sementes de mamona em regime de luz contínua.
Seu mecanismo de ação resume-se na produção de enzimas pécticas que dissolvem o arranjo celular, e estas enzimas são muito utilizadas para a clarificação de sucos de frutas.
Pode mostrar boa capacidade para se adaptar e crescer na presença e ausência da população residente em solos contedo metalaxil e conseguindo diminuir significativamente o tempo de meia-vida do metalaxil (fungicida apropriado para cromistas) no solo (Rosário, 2004), demonstrando assim uma ação de biotransformação da molécula.
O fungo Rhizopus sp. foi encontrado em sementes e materiais empregados no artesanato; foi relatado que este pode causar alergias humanas e coloca em risco a biodiversidade de insumos e sementes do Brasil (Felix e Resende, 2006).
Pesquisas feitas por Gomes et al. (2006), constataram o aparecimento do fungo Rhizopus sp. em sementes de amendoim comercializada em bairros de Maceió, AL, para se saber qual seria seus graus de infecção. Foi realizado em Cuiabá, MT, amostragens de grãos de soja comercializadas em supermercados, e nestas avaliou-se a incidência de microrganismos, sendo detectados nas sementes a presença de Rhizopus sp. (Kobayasti et al., 2006).
Bomfim (2006) avaliou o antagonismo in vitro dos isolados Trichoderma sp. visando o controle do Rhizopus sp., sendo verificado que todos os tratamentos tiveram potencialidade para o controle do Rhizopus sp.
O fungicida befenil e fenilbenzeno que é utilizado na proteção de frutas para exportação reduz grandemente a incidência de podridões causadas por Rhizopus sp. E ainda fungicida ortofenilfenato de sódio é facilmente solúvel em água e de relativa baixa toxidade para animais. É indicado no controle da podridão causada por Rhizopus em cereja (Galli et al., 1978).
Outro dano observado por este fungo é a fermentação de grãos de arroz (Endres et al., 1999).
Em humanos podemos observar uma doença identificada como sendo zigomicose tem como agente causal o fungo Rhizopus sp. (Vidoto, 2004).
O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos do fungo Rhizopus stolonifer.
O trabalho foi realizado no Laboratório de Microbiologia do IF Goiano Campus Urutaí-GO.
Os materiais utilizados foram caule de uva infestado, microscópio estereoscópio, estilete, corante azul-de-algodão, lamina, lamínula, adesivo, microscópio, esmalte e laminário.
O fungo foi retirado de um galho ou ramo de uva que foi levado ao microscópio estereoscópico para retirada de estruturas miceliais com auxílio de um estilete para retirada de fragmentos. Os fragmentos foram depositados em uma gota de corante azul-de-algodão, logo após, depositou-se uma lamínula e para vedação utilizou-se esmalte incolor. O fungo foi identificado e caracterizado em microscópio ótico.
Macro e microfotografias foram realizadas utilizando câmera digital Canon® modelo Power Shot A580. As fotos foram editadas utilizando o programa Microsoft Office Picture Manager para a edição da imagem e o Power Point para elaboração e montagem da prancha.
DESCRIÇÃO FUNGICA
O gênero Rhizopus stolonifer apresenta um vigoroso e abundante crescimento micelial que recobrem, por exemplo, uma placa de Petri em três contendo um meio de cultura. Os esporângios a olho nu assemelham-se a uma cabeça de alfinete na superfície do material em decomposição. São micélios brancos, volumoso, seus esporângios são escuros e abundantes sendo encontrado em seu interior aplanósporos. O aplanósporo apresenta formato limonoforme, elípticos é amerosepitados onde foi apresentado a presença de rizóides.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOMFIM M. P. ANTAGONISMO in vitro E in vivo DE trichoderma ssp. A Rhizopus stolonifer EM MARACUJAZEIRO AMARELO Disponível em
INDEX FUNGORUM, Disponível em:<>, acessado em novembro de 2009.
KOBAYASTI, L., CASSETARI, N.D., ALVES, T.C.U., KRUG, R., Qualidade das amostras de soja comercializados na região de Cuiabá – MT, Fitopatologia Brasileira 31(suplemento): 316 2006.
PONTES, N. DE C., GOMES, D.P., RODRIGUES, A.A.C., & BRINGEL, J.M.M., Analise sanitária de sementes de mamona cv. Al Guarani em regime de luz continua, Fitopatologia Brasileira, 31(suplemento): 230 2006.
STALPERS & SCHIPPER Influência da temperatura, período de molhamento e concentração do inóculo de fungos na incidência de podridões pós-colheita em frutos de tomateiro 26, 33-38: 2001.
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