sexta-feira, 2 de julho de 2010

Cercosporiose (Pseudocercospora abelmoschi Ellis & Everh.) do quiabo (Abelmoschus esculentus L.)

INTRODUÇÃO

O quiabo é uma hortaliça sempre presente nas feiras e mercados do Brasil. Esta cultura destaca-se na culinária brasileira e no campo medicinal (Van Den Broek et al., 2010).
Os fungos são os principais agentes causadores de doença no quiabeiro. A cercosporiose causada pelo fungo Pseudocercospora abelmoschi (Ellis & Everh.) é uma doença comum na cultura do quiabeiro (Abelmoschus esculentus L.), contudo é tida como de importância secundária, porque raramente causa sérios danos. Quando ocorre com maior severidade pode causar desfolha das plantas, o que resulta em queda de produtividade na cultura. (Kimati, et. al., 2005)
A cercosporiose do quiabeiro também pode estar associada ao fungo Cercospora malayensis, que é uma espécie menos agressiva e causa manchas foliares escuras, arredondadase com bordos avermelhados, apresentando os mesmos sintomas que Pseudocercospora abelmoschi. (Kimati, et. al., 2005)
O fungo responsável por uma doença foliar, afeta sobretudo as folhas mais velhas. Durante a época chuvosa e quente, temperatura acima de 25 °C e umidade do ar acima de 90%. se torna ideal para seu crescimento e desenvolvimento. Plantas com estresse nutricional são mais sensíveis à doença. Pode ser transmitida pelas sementes e pelo vento. (Fitopatologia.net, 2010)
O objetivo deste trabalho foi identificar e analisar isolados de Cercospora provenientes de planta de quiabeiro para conhecimento de seu sintomas na planta, sua epidemiologia, etiologia e métodos de controle.


Hospedeiro/cultura: Quiabo (Abelmoschus esculentus L.)
Família Botânica: Malvaceae
Doença: Cercosporiose
Agente Causal (Teleomorfo): Pseudocercospora abelmoschi Ellis & Everh.
Local de Coleta: Orizona - GO
Data de Coleta: 25/03/2010
Taxonomia: Pertencente ao Reino Fungi, filo Ascomycota, classe Ascomycetes, subclasse Dothideomycetidae, ordem Mycosphaerellales, família Mycosphaerellaceae, gênero Pseudocercospora sp.

Sintomatologia

Na fase inicial, o fungo se apresenta de cor verde-oliva na parte superior, e preta na parte inferior da folha, de acordo com o seu amadurecimento o mesmo vai passando a obter uma massa de coloração cinza escura formando tufos de conidióforos na face adaxial e abaxial da folha, com estroma basal, conídios levemente pigmentados e com dois a três septos. (Zambolim et al., 2000).
Manchas de aspecto fuliginoso e formato irregular também podem ser observadas nos frutos. Em condições de alta severidade, pode causar desfolha. (Kimati, et. al., 2005)
Duas espécies de Cercospora podem estar associado com a doença. Cercospora malayensis é a espécie menos agressiva e causa manchas foliares escuras, arredondadas e com os bordos avermelhados. Cercospora hibiscina é mais prejudicial e causa manchas irregulares, maiores que as anteriores. Na página inferior de tais lesões, é possivel perceber um crescimento fuliginoso, constituido por frutificação de fungo. (Kimati, et. al., 2005)





Etiologia

Os esporos de Cercospora são bastante longos e multiseptados, sendo produzidos nas extremidades de conidióforos que se apresentam agrupados em feixes. (Kimati, et. al., 2005)
Muitas outras espécies de Cercospora atacam o quiabeiro como Cercospora abelmoschi Ellis & Everh., Cercospora hibisci Tracy & Earle, Cercospora hibisci-manihotis Henn. e Pseudocercospora hibisci Tracy & Earle. (INDEX FUNGORUM, 2010)
Vários países no mundo registraram a ocorrência de P. abelmoschi como na Jamaica e África do Sul, porém, o gênero é comumente encontrado no Brasil, sendo o país de maior ocorrência, podendo aparecer em todos os estados do país, principalmente no Sul de Goiás. (Farr & Rosman, 2010; EMBRAPA Banco de Dados Brasileiro de Micologia, 2010)

Epidemiologia

Ambas as espécies são favorecidas por condições de temperatura (acima de 25ºC) e umidade elevadas (acima de 90%), o que explica a maior ocorrência da doença durante verões chuvosos, e permanecendo na área de um cultivo para outro nos restos culturais presentes no local. A disseminação dos conídios produzidos nas lesões ocorre principalmente através do vento e por respingos de água de chuva e de irrigação. Normalmente a cultura do quiabeiro convive bem com a cercosporiose, o que justifica a não adoção de medidas de controle específicas para esta doença. (Zambolim et al., 2000)

Controle

O controle de Cercospora sp. deve ser feito com o uso de cultivares resistentes, escolha correta e época e local de plantio e, eventualmente, com aplicação de fungicidas. (Fitopatologia.net, 2010)
O método de controle mais eficiente é plantar sementes de boa qualidade, adquirida de firma idônea, ou mudas comprovadamente sadias, evitar o plantio próximo a culturas velhas, fazer um bom manejo da irrigação, evitando aplicar excesso de água, adotando-se o sistema de gotejamento, evitar plantios em épocas com alta intensidade de chuva, especialmente quando a temperatura for alta, eliminar os restos de cultura logo após a última colheita, fazer rotação de culturas por, pelo menos, um ano, adubar corretamente a plantação, com base em análise de solo. (Fitopatologia.net, 2010)
Outro método de controle é o químico, com pulverização preventivamente com fungicidas registrados no Ministério da Agricultura para a cultura do quiabeiro, como Cupravit Azul BR (oxicloreto de cobre (inorgânico)), pulverizando 1,0 L/ha repetindo a pulverização ao aparecer dos sintomas e repetí-la após dez dias. (AGROFIT, 2010)





REFEREÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


AGROFIT. Disponível em: Acessado em: 27 de junho 2010

EMBRAPA Banco de Dados Brasileiro de Micologia. Disponível em: Acessado em: 26 de junho 2010

FARR & ROSMAN, SBML Systematic Botany of Mycological Resources. Disponível em: . Acessado em: 19 de junho 2010.

FITOPATOLOGIA.NET. Disponível em: Acessado em: 18 de junho 2010.

INDEX FUNGORUM. Disponível em: . Acessado em: 27 de junho de 2010

KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A.;
Manual de fitopatologia: Doenças das plantas cultivadas. 4ª Ed. Vol. 2, pag. 542 – São Paulo: Agronômica Ceres, 2005.

VAN DEN BROEK, R; IACOVINO, G. D; PARADELA, A. L; GALLI, M. A. Controle alternativo de oidio (erysiphe cichoracearum) em quiabeiro (hibiscus esculntum). Disponível em: Acessado em 28 de junho 2010.

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