Victor F. Borges
O Fungo Colletotrichum gloesporioides foi encontrado em folhas de mandioca onde causa a antracnose da mandioca. A antracnose da mandioca ocorre em vários países produtores. No Brasil, a doença esta presente em todas as regiões produtoras, porem é mais severa no Nordeste e no Sudeste, onde as condições ambientais são mais favoráveis à sua ocorrência.
Originária da América do Sul, a mandioca constitui um dos principais alimentos energéticos para cerca de 500 milhões de pessoas, sobretudo nos países em desenvolvimento, onde é cultivada em pequenas áreas com baixo nível tecnológico. Mais de 80 países produzem mandioca, sendo que o Brasil participa com mais de 15% da produção mundial (Embrapa 2010).
De fácil adaptação, a mandioca é cultivada em todos os estados brasileiros, situando-se entre os nove primeiros produtos agrícolas do País, em termos de área cultivada, e o sexto em valor de produção (Embrapa 2010).
Dentre as doenças que ataca a cultura da mandioca, podemos citar a Antracnose. Ainda não se teve registro de danos econômicos, porem está presente em todos os Estados produtores do Brasil, e é mais severa no Nordeste e no Sudeste, onde as condições ambientais são mais favoráveis à sua ocorrência (MASSOLA et al., 2005).
A antracnose da mandioca é causada pelo fungo Colletotrichum gloesporioides. O gênero Colletotrichum pertencente ao grupo dos Fungos Mitospóricos, sub-grupo Coelomicetes. A sua forma teleomórfica pertence aos Reino Fungi, Divisão Ascomycota que engloba muitas espécies causadoras de doenças em uma gama extensiva de hospedeiros (Bailey & Jeger, 1992).
Tem crescimento rápido em meio de cultura Batata-Dextrose-Ágar (BDA), formando colônias concêntricas, de coloração verde-oliva à marrom, podendo ocorrer a formação ou não de setores (Wikipedia 2010). Existem basicamente dois tipos de antracnose em nossas condições, a branda e a severa. A forma branda normalmente afeta plantas no final do ciclo e é causada por estirpes fracas do patógeno. A forma severa, causada por estirpes mais agressivas, provoca danos maiores, principalmente se o ataque ocorrer em cultivos com menos de quatro meses. Não existem dados de perda na produção. Variedades suscetíveis infectadas na fase jovem são severamente afetadas, podendo ocorrer à morte de toda a parte aérea da planta (MASSOLA et al., 2005).
Existem basicamente dois tipos de antracnose em nossas condições, a branda e a severa. A forma branda normalmente afeta plantas no final do ciclo e é causada por estirpes fracas do patógeno. A forma severa, causada por estirpes mais agressivas, provoca danos maiores, principalmente se o ataque ocorrer em cultivos com menos de quatro meses. Não existem dados de perda na produção. Variedades suscetíveis infectadas na fase jovem são severamente afetadas, podendo ocorrer à morte de toda a parte aérea da planta.
Sintomas – Sintomas característicos aparecem na forma de cancros elípticos e profundos nas hastes jovens e pecíolos (Fig. 1A). Sob condições de alta umidade, observa-se no centro destas lesões uma massa de coloração rósea-salmão, constituída por massas de conídios do fungo. Em decorrência desta infecção, ocorre a desfolha e os ponteiros morrem. Esporadicamente pode ocorrer morte total da parte aérea. O plantio de manivas contaminadas pode resultar em falhas no brotamento e germinação, e conseqüente redução no número de plantas por área. As raízes não são afetadas pelo fungo (Fig. 1C) (MASSOLA et al., 2005).
Etiologia – O fungo C.gleosporiodes corresponde à forma imperfeita de Glomerella cingulata, que inclui 21 formae speciales (Fungorum. 2010). A viabilidade patogênica do fungo pode estar associada com a presença do ciclo sexual, que representa uma possibilidade de recombinação genética.
Dessa forma, não se pode descartar a idéia de que existam hospedeiros alternativos (MASSOLA et al., 2005).
Caracteriza-se pela formação de estruturas denominadas acérvulos, em forma de disco achatado, subepidérmico, com espinhos ou setas, conidióforos simples e alongados(Fig. 1E), conídios hialinos unicelulares, geralmente em forma de bastonete (Fig. 1D), que permanecem nos acérvulos aderidos por uma massa mucilaginosa de polissacarídeos, solúveis em água, e de tamanhos que podem variar de 3 - 4,5µ de largura e 9 - 24µ de comprimento. Apesar destes esporos não serem estruturas de resistência, os micélios do fungo podem permanecer viáveis por longo período de tempo, em sementes, restos culturais, ou em infecções latentes em frutos (Embrapa 2010).
Epidemiologia – As lesões nas folhas é onde se tem a fonte de inóculo durante a fase de crescimento da planta. A disseminação do inóculo acontece pela ação dos ventos, chuva, orvalho e água de irrigação. Outros hospedeiros do fungo não são considerados fontes de inóculo representativas. Tanto a disseminação quanto a severidade dos sintomas estão relacionados com condições ambientais. Após o plantio, os sintomas são mais severos em condições de umidade excessiva do solo.
As condições favoráveis à ocorrência da doença são períodos longos de chuva com temperaturas entre 18°C e 28°C . a disseminação dos esporos dentro de um cultivo é grandemente favorecida pelas chuvas. Nada se sabe a respeito da sobrevivência do patógeno no solo ou em restos de cultura. Há estudos mostrando que isolados de outras espécies de plantas (mamoeiro e tamarindo) foram patogênicos à mandioca.
Controle – Deve-se evitar o plantio de variedades sabidamente suscetíveis em locais de condições climáticas favoráveis à ocorrência da doença. Além disso, medidas complementares que se baseiam na redução do inóculo devem ser consideradas, como: a) seleção de manivas sadias para plantio; b) imersão das manivas por 5 ’ em solução de benzimidazol (100 g/100 L água ); c) poda e eliminação de gastes afetadas (MASSOLA et al., 2005). Não se tem nenhum registro de produto químico para o controle da antracnose da mandioca (Agrofit. 2010).
Figura 1. Antracnose (Colletotrichum gloesporioides ) incidente em folhas de Mandioca.
Figura 1. Aspectos morfológicos de Colletotrichum gloeosporioides. A. folhas de mandioca artificialmente inoculada expressando sintomas e sinais, B. detalhe dos sinais de coloração salmão na folha inoculada, C. raiz de mandioca inoculada e sem a verificação de sintomas, D. conídio, E. estrutura acervular.
LITERATURA CITADA
BAILEY, J.A; JEGER, M.J. Colletotrichum: biology, pathology and control. Kew. CAB International. 1992.
MASSOLA JUNIOR, N.S.; BEDENDO, I. P. Doenças da mandioca. In: Edição de KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. Manual de Fitopatologia - Vol. 2 - Doenças das plantas cultivadas. São Paulo: Agronômica Ceres, 2005. p.663.
CNPMF Embrapa Mandioca e Fruticultura. Disponivel em:<https://www.embrapa.br/mandioca-e-fruticultura>, Disponível em: acessado em 30/06/2010.
INDEX FUNGORUM Disponível em:<http://www.indexfungorum.org/names/Names.asp>, Disponível em: acessado em 30/06/2010.
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