terça-feira, 9 de novembro de 2010

“ASPECTOS GERAIS E MORFOLÓGICOS DE Mucor microsporus.”

Jéssica Rodrigues de Mello
Acadêmica do curso de Agronomia



1. INTRODUÇÃO

O fungo estudado nessa descrição micológica é o Mucor microsporus pertencente ao reino Fungi – de ordem Mucorales – da divisão Zygomicota, subfilo Mucoromycotina, família Mucoraceae, gênero Mucor, espécie microsporus (Wikipedia, 2010).

A maioria das espécies de Mucor são incapazes de infectar humanos e animais endotérmicos devido a sua incapacidade de se desenvolverem em ambientes com temperaturas próximas de 37º C. Espécies termotolerantes como Mucor indicus causam por vezes infecções oportunistas, necrotizantes e de disseminação rápida, conhecidas como zigomicoses (Wikipedia, 2010).

O gênero Mucor sp. diferencia-se dos bolores dos gêneros Absidia, Rhizomucor e Rhizopus pela forma e inserção da columela, e por não terem rizóides (Wikipedia, 2010).

Zigomicose ou Mucormicose é uma doença existente em todo o mundo, transmitida pelos esporos produzidos pelas formas de vida livre presentes na terra. Se infectar pessoas imunodeprimidas pode causar infecções que podem ser fatais ou se disseminar por outros órgãos. (Wikipedia, 2010)

De acordo com o Portal Patologia de Sementes (2010), o Mucor sp pode hospedar-se no trigo, arroz, soja, algodão, feijão, milho, sorgo, cenoura, tomate, girassol, azevém, ervilha e cebola. Causa podridões de frutos e hortaliças em armazenamento, sem importância econômica em sementes. Como contaminante pode dificultar a detecção de patógenos por cobrir as sementes com rápido crescimento e lotes com elevada incidência podem requerer desinfestação superficial.

Não foram encontradas citações para Mucor microsporus em Farr e Rossman (2010).

As espécies de Mucor sp. são bastante difundidas, sendo registradas em diversos países, inclusive no Brasil. Foram registradas 368 ocorrências de Mucor sp em 159 espécies hospedeiras. Uma das espécies que apresenta o maior número de hospedeiras é a Mucor hiemalis com 49 registros, e a Mucor racemosus com 36 registros. No Brasil foram registrados fungos nas espécies: Anacardium occidentale (Cajueiro), Anacardium sp., Brachiaria decumbens, Brachiaria humidicola, Colocasia esculenta, Dioscorea sp., Eugenia dysenterica, Glycine max, Gossypium hirsutum, Hordeum vulgare, Lycopersicon lycopersicum, Musa xparadisiaca, Phaseolus vulgaris, Sorghum bicolor e Zea mays (Farr & Rossman, 2010).

A busca no site Index Fungorum (2010) mostrou 702 espécies válidas em literatura para o Mucor sp. O gênero microsporus foi descrito por Bonord em 1864, e publicado em Saccardo’s Syll nas edições VII (pág 195), XII (pág 188) e XX (pág 127). Em 1910 Tiegh também descreveu o fungo e apresentou basiônimo: Rhizopus microsporus Tiegh (1875). Ainda em 1910, Namysl escreveu um editorial comentado sobre o Mucor microsporus e foi citado na publicação Saccardo’s Omissions: 43. Em 1915, Naumov também escreveu sobre o fungo no editorial comentado: “A homonym of Mucor microsporus Bonord. 1864”.

Não houve registros no Portal da pesquisa (2010) para o fungo Mucor microsporus.

Fungos de armazenamento como o Mucor sp. é encontrado em grande número em armazéns, moinhos, silos, moegas, elevadores, equipamentos e lugares onde são armazenados, manuseados e processados produtos agrícolas. Causam danos ao produto somente se as condições de armazenagem forem impróprias à manutenção da qualidade do produto (Márcia & Lázzari, 1998).
Os fungos do gênero Mucor sp. ocorrem normalmente em solo, frutas, vegetais, grãos armazenados e são contaminantes comuns de locais onde se processam produtos armazenados (Márcia & Lázzari, 1998).

Foi relatada a presença de Mucor sp. associada a 32 espécies de plantas, no Brasil, como: Anacardium occidentale, Anacardium sp., Brachiaria decumbens, Brachiaria humidicola, Casearia sylvestris, Coffea arabica, Colocasia esculenta, Dioscorea sp., Eugenia dysenterica, Glycine max, Gossypium hirsutum, Hordeum vulgare, Hyssopus officinalis, Inga edulis, Jaracatia spinosa, Lycopersicon esculetum, Melissa oficinalis, Mentha piperita, Musa paradisíaca, Nicotiana tabacum, Origanum vulgare, Phaseolus vulgaris, Pinus taeda, Rosmarinus officinalis, Salvia officinalis, Satureja hortensis, Schinus terebinthifolius, Sorghum bicolor, Talauma ovata, Thymus vulgaris, Triticum aestivum, Zea mays. Na maioria das espécies o gênero está associado às suas sementes, mas em alguns casos ele encontra-se associado a outros fungos causando doenças como a Resinose em Anacardium sp., e a Podridão de pós-colheita em Colocasia esculenta. (Embrapa cenargem, 2010).

A pesquisa feita teve como objetivo realizar uma descrição micológica do fungo Mucor microsporus, de família, ordem e reino já anteriormente especificados. O trabalho acima apresentado também expõe sobre o Mucor sp. e suas espécies com maior destaque. 



2. MATERIAIS E MÉTODOS

A análise do material foi feita utilizado o Laboratório de Microbiologia do Instituto Federal Goiano campus Urutaí e todos os equipamentos utilizados são pertencentes ao mesmo.

Foi utilizado o material que foi cedido pelo professor Milton Lima, que estava numa caixa do tipo Gerbox, que já apresentava desenvolvimento de colônias fúngicas. A caixa do tipo Gerbox foi levada para visualização em microscópio estereoscópico com a finalidade de observar os propágulos fúngicos. Após sua visualização, foi utilizado o método de pescagem direta, que consiste em coletar amostras com o auxílio de uma pinça com formato de agulha, para a confecção da lâmina.

As amostras coletadas foram colocadas em uma lâmina contendo uma gota de fixador a base de azul de metileno e em seguida, foi colocada uma lamínula sobre a lâmina. O excesso de fixador da lâmina foi retirado utilizado papel higiênico. Após esse procedimento, vedou-se a lâmina com esmalte.

A visualização da lâmina foi feita no microscópio ótico. A primeira objetiva a ser utilizada foi a menor de 4x, de forma que se possa observar os propágulos que foram depositados na lâmina. Logo após a primeira visualização, aumentamos as objetivas para os aumentos de 10x e 40x, para que se possa observar as estruturas fúngicas com mais detalhes.

Com a ajuda do Professor Milton Lima, comparamos as estruturas que foram observadas no microscópio ótico com as que foram descritas e ilustradas em literatura para identificar gênero e espécie do fungo observado. O fungo encontrado foi identificado com o Mucor microsporus.

A morfometria foi feita com a ajuda de uma lente microscópica especial para medição de fungos. Foram medidos cinqüenta esporângioforos, para posteriormente ser feito o cálculo em bar da medida do fungo.

As macro e microfotografias das estruturas fúngicas no microscópio ótico e no microscópio estereoscópico, foram feitas utilizando máquina digital marca Canon®, modelo Power Shot SD750, 7.1 mega pixels, com a ajuda da monitora Sara Carneiro e do professor Milton Luiz da Paz Lima.



3. RESULTADOS E DISCUSSÃO



Figura 1. Aspectos morfológicos de Mucor microsporus. A. Colônias do fungo Mucor microsporus que foram colocados em Placa de Petri para desenvolvimento de colônias fúngicas. B. Célula com presença de columela (Cl), e dentro dos esporângios (Esp) os aplanósporos (Ap) (bar = 30 µm). C. Esporângio (Esp), Aplanósporos (Ap), Columela (Cl), Esporângioforo (Ef) e a Hifa cenocítica (Hf) (bar = 30 µm). D. Esporângio (Esp) e aplanósporos (Ap) em destaque (bar = 30 µm).


DESCRIÇÃO MICOLÓGICA:

As colônias dos fungos Mucor microsporus (Figura 1A) são tipicamente de cor branca a bege ou cinza com crescimento rápido. Quando em meios de cultura elas podem atingir vários centímetros de altura. Colônias mais antigas tornam-se cinzentas a acastanhadas devido ao desenvolvimento de esporos (Wikipedia, 2010).

Esporangióforos hialinos (Figura 1B, 1C e 1D), elípticos, unicelular, ereto, ramificado, possui columela, esporângio terminal, preto, afilando-se gradualmente a partir de base para o ápice, rhizoidal, mas não diretamente ligados aos esporangióforos. Columela globosa ou subglosa (Figura 1B e 1C) (Watanabe, 1994).

Apresenta micélio bem desenvolvido, sem septos. Os esporos são imóveis produzidos em esporângios aplanósporos. São fungos “aéreos”, saprófitos ou parasitas fracos.



4. LITERATURA CITADA

B. A. MÁRCIA, F. A. LÁZZARI: Monitoramento de fungos em milho em grão, grits e fubá. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-20611998000400001&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 11/2010.

FARR, D.F., & ROSSMAN, A.Y. Fungal Databases, Systematic Mycology and Microbiology Laboratory, ARS, USDA. Disponível em: http://nt.ars-grin.gov/fungaldatabases/fungushost/new_frameFungusHostReport.cfm. Acesso em: 10/2010.

Index Fungorum. Disponível em: http://www.indexfungorum.org/Names/NamesRecord.asp?RecordID=234710. Acesso em: 10/2010.

Index Fungorum. Disponível em: http://www.indexfungorum.org/Names/NamesRecord.asp?RecordID=433182. Acesso em: 10/2010.

Index Fungorum. Disponível em: http://www.indexfungorum.org/Names/NamesRecord.asp?RecordID=101080. Acesso em: 10/2010.

Index Fungorum. Disponível em: http://www.indexfungorum.org/Names/NamesRecord.asp?RecordID=234710. Acesso em: 10/2010.

Index Fungorum. Disponível em: http://www.indexfungorum.org/Names/NamesRecord.asp?RecordID=101079. Acesso em: 10/2010.

MENDES, M. A. S.; URBEN, A. F.; Fungos relatados em plantas no Brasil, Laboratório de Quarentena Vegetal. Brasília, DF: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
Disponível em: http://pragawall.cenargen.embrapa.br/aiqweb/michtml/fichafg.asp?id=2291. Acesso em: 10/2010.

Scielo. Disponível em: HTTP://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/. Acesso em: 10/2010.

Portal da Pesquisa. Disponível em: HTTP://www.portaldapesquisa.com.br/databases/sites?search=mucor+microsporus&cust=capes&action=search&lastaction=present&refresh=12. Acesso em: 10/2010.

Portal Patologia de Sementes. Disponível em: HTTP://faem.ufpel.edu.br/dfs/patologiasementes/cgi-bin/sementes/detalhes.cgi?praga=123. Acesso em: 10/2010.

WATANABE T. (1994) Pictorial Atlas of Soil and Sud Fungi. 2ª. Ed. Tokyo, Japan.

Wikipedia. Disponível em: http://pt.mikipedia.org/wiki/Mucor. Acesso em: 10/2010.

Wikipedia. Disponível em: http://pt.mikipedia.org/wiki/Zigomicose. Acesso em: 10/2010.

27 comentários:

  1. Faltou os endereços dos sites usados na pesquisa.

    ResponderExcluir
  2. Lucas da Silva Araújo: Na introdução e desnecessário falar " O fungo estudado nessa descrição micológica é o Mucor microsporus" uma vez que no título já falou alguns nomes científicos não estão em itálico.
    Faltou o endereço dos sites que você pesquisou mas no geral seu trabalho ficou muito bom a
    prancha ficou de facil entendimento.
    Abraços!!!

    ResponderExcluir
  3. Alguns nomes científicos não estão em itálico, e faltou o endereço dos sites que você pesquisou, no geral o trabalho ficou muito bom.
    beijo.

    ResponderExcluir
  4. Marcelo Mueller: o trabalho em geral ficou bom mas faltou endereços nas referencias e o titulo de materiais e metodos.

    ResponderExcluir
  5. As referências não estão muito claras,devido ao fato do sites index fungorium e Wikipedia não estarem específicos (links não estão claros). Faltou também o título " Materias e métodos.

    ResponderExcluir
  6. As refêrencias não estão em ordem alfabética e os sites não apareceram, mas em geral está, muito bom.
    Geovani L. Oliveira

    ResponderExcluir
  7. Citações de site não recomendado pelo professor Milton.As referências não estão em ordem alfabética. As fotos da prancha estão ótimas.

    ResponderExcluir
  8. O texto não está justificado e as referências não estão em ordem alfabética. Poderia ter separado a introdução dos materiais e métodos. Não estão aparecendo os sites em que você pesquisou. A prancha e seus aspectos morfológicos ficaram muito bons.

    ResponderExcluir
  9. As referencias devem estar em ordem alfabética e falta tambem os sites de pesquisa

    ResponderExcluir
  10. Edvan Müller: Faltarem titulos como: Materiais e Metodos, e Introdução dando sensação de tudo ser uma só coisa. No mais o trabalho ficou ótimo.

    ResponderExcluir
  11. Tálita Borges.
    Percebo erros de discordância verbal na introdução, a literatura não seguiu a ordem alfabética. Os endereços não estão contidos.

    ResponderExcluir
  12. Colocar subtítulo Materiais e Métodos. Ajustar os erros ocorridos durante a publição das referências.
    A prancha de fotos ficou muito boa.

    ResponderExcluir
  13. É nescessario fazer uma formatação de texto(colocar paragrafos, analisar as concordancias verbais,colocar o subtitulo materiais e metodos.) Fazer pesquisas em sites com maior prestigio. colocar informações dos anais dos congressos que o professor Milton Lima nos disponibilizou. Colocar os links dos sites pesquisados. Apresentar na introdução as sinonimias do fungo...

    ResponderExcluir
  14. Cássio: Não tem os links dos sites nas referências.

    ResponderExcluir
  15. otimo trabalho, boas informações, so faltou alguns endereços de onde as informações foram tiradas

    ResponderExcluir
  16. No geral o trabalho ficou bom mas faltou os sites na referencias.

    ResponderExcluir
  17. Ivo, faltou os endereços dos sites pesquisados na referência

    ResponderExcluir
  18. Um bom trabalho, porém faltou uma formatacao no texto...

    ResponderExcluir
  19. Deveria pesquizar mais, para melhorar sua introduçao!
    abrass

    ResponderExcluir
  20. faltou justificar a formatação do texto e repetiu algumas referencias da literatura como o Index Fungorum

    ResponderExcluir
  21. nao precisava colocar de quem era a maquina fotografica, nos materiais e metodos.

    ResponderExcluir
  22. Faltou o endereço dos sites Colocarem subtítulo Materiais e Métodos, analisar as concordâncias verbais, colocar o subtítulo materiais e métodos a prancha esta ótima...

    ResponderExcluir
  23. Alicionon Oliveira: Em geral muito bom o trabalho, porem faltou e passou despercebido alguns detalhes na introduçao e nas referencias de sites, somente.

    ResponderExcluir
  24. Alisson :faltou justificar a formatação do texto e repetiu algumas referencias da literatura.

    ResponderExcluir
  25. Literatura citada não está em ordem alfabética

    ResponderExcluir
  26. Olá . Gostaria de saber qual meio de cultura ultilizaram e como conseguiram os fungos?? Desde já agradeço.

    ResponderExcluir

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Seguidores

Postagens populares da Ultima Semana