Amanda Santana Vieira
Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas
Introdução
O Haemophilus influenzae (Hi) foi descrito pela primeira vez por
Pfeiffer, em 1892. A denominação do gênero foi devido à necessidade da hemina
(fator X) para o seu crescimento, que é encontrada no sangue de alguns
mamíferos. O nome da espécie foi dado erroneamente, pois acreditava-se que era
o microrganismo causal da gripe, epidêmica na época (MARRS et al., 2001). Mais
tarde, foi descoberto que o agente da gripe era o vírus influenza e que o Hi
era o responsável por infecções secundárias (CDC, 2006).
O Haemophilus influenzae são cocobacilos Gram-negativos
pleomórficos, anaeróbios facultativos, oxidase-positivos, fastidiosos e
requerem hemina (Fator X) e nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD ou Fator V)
para o seu crescimento. Colonizam principalmente o trato respiratório superior
humano (TRABULSI & ALTERTHUM,2008).
De acordo com a estrutura química da camada
externa polissacarídea, pode ser capsulada ou não-encapsulada Neste último
caso, é também chamada de não-tipável. Dos seis tipos capsulados de H. influenzae (a, b, c, d, e, f), o tipo b (Hib) é o
principal causador de doença invasiva na infância, especialmente em regiões não
industrializadas, incluindo meningites, epiglotites, septicemias,
osteomielites, artrites e doenças não-invasivas, como pneumonias e otites
(CARVALHO, 2006).
Do ponto de vista médico,
H. influenzae é o patógeno mais
importante de gênero Haemophilus. É
uma das bactérias patogênicas mais estudadas com relação à estrutura clonal de
suas populações. O método mais utilizado tem sido a eletroforese de isoenzimas
codificadas por múltiplos loci (MLEE)
(TRABULSI & ALTERTHUM,2008).
Os fatores de virulência
de H. influenzae incluem cápsula,
LPS, peptideoglicano, fímbrias, proteínas de membrana externa e proteínas
secretadas. A infecção tem início com a colonização das mucosas das vias aéreas
superiores. A sobrevivência da bactéria no interior destas células pode
contribuir para a manutenção da colonização, uma vez que a bactéria se encontra
protegida dos movimentos ciliares e de outras forças de defesa presentes na
superfície das mucosas (TRABULSI & ALTERTHUM,2008).
Este trabalho tem como objetivo apresentar informações
a respeito da sintomatologia, epidemiologia, diagnóstico, tratamento, controle
e prevenção da doença causada pela Haemophilus
influenzae.
Desenvolvimento
Sintomas
Diagnóstico
Epidemiologia
O
Haemophilus influenzae é, no homem, o agente responsável por diversas
infecções, invasivas ou não, que atingem ainda principalmente crianças. O Hi
tem como porta de entrada no ser humano a nasofaringe podendo fazer parte da
microbiota transitória ou até permanecer por longos períodos sem causar
doenças. Em alguns indivíduos, este microrganismo pode invadir áreas nobres,
via circulação sanguínea, e causar infecções em locais como as meninges e os
pulmões (CDC, 2006).
A
disseminação da bactéria de um indivíduo para outro ocorre por meio de
gotículas transportadas pelo ar ou por contato direto com as secreções. As
otites são mais freqüentes em crianças colonizadas do que nas não-colonizadas.
As vias aéreas inferiores de indivíduos portadores de fibrose cística e de
obstruções brônquicas são frequentemente colonizadas por amostras não-tipáveis (TRABULSI & ALTERTHUM,2008).
Tratamento
e Controle
Não se deve esquecer que algumas amostras de H. influenzae produzem acetil-trasnferase
e, assim, são resistentes ao cloranfenicol. Há resistência também a outros
antibióticos e por esta razão, é recomendável realizar-se antibiograma da
amostra isolada (TRABULSI &
ALTERTHUM,2008).
A
vacinação contra as infecções provocadas pelo sorotipo b tem sido um sucesso.
As vacinas em uso são preparadas com o polissacarídeo capsular (PRP) conjugado
a diferentes proteínas bacterianas (toxóides diftérico, toxóide tetânico e
proteínas da N. meningitidis). Em surtos epidêmicos provocados pelo
sorotipo b, tem sido recomendado o emprego profilático de antibióticos como a
rifampicina (TRABULSI &
ALTERTHUM,2008).
Prevenção
A
vacinação é a única forma de se prevenir contra a doença e sua eficácia é de
95% a 100% após a aplicação do esquema completo de imunização. Depois de
implementar programas de vacinação abrangentes, vários países praticamente
eliminaram as doenças causadas pela Haemophilus influenzae b (meningite e
pneumonia, por exemplo). A maioria das crianças deve tomar a vacina contra Hib
de acordo com o calendário vacinal: aos dois, quatro e seis meses de vida. Se a
criança deixar de tomar uma dose ou estiver atrasada em relação às datas
previstas, deve tomar a próxima dose da vacina assim que for possível - não é
preciso começar novamente. Crianças com mais de cinco anos geralmente não
precisam ser vacinadas contra Hib (FIOCRUZ, 2010).
Conclusões
Foi
possível observar que Haemophlius
influnzae é o patógeno mais importante do gênero Haemophilus sendo responsável por uma série de infecções invasivas
e não-invasivas.
O
principal fator de virulência é a cápsula.
As
infecções causadas pelo sorotipo b são meningite, epiglote, pneumonia,
celulite, bacteremia e atrite séptica.
As
infecções causadas pelas amostras não-tipáveis incluem otite média, sinusite,
pneumonia, septicemia e conjutivite.
O
homem é o único hospedeiro natural e atingem principalmente crianças. O
tratamento é feito com antibióticos β-lactâmicos para combater as infecções
causados pelo H.influenzae.
O
uso regular da vacinação em muitos países determinou uma queda acentuada dessas
infecções nos últimos anos, inclusive no Brasil.
American
Society for Microbiology, 2005a. p.39-92.
CARVALHO,
C. M. N.;ANDRADE, A. L. S. S. Vacinação
contra Haemophilus influenzae tipo b: proteção a longo prazo. Salvador, 2006.
CDC - Centers For Disease Control. Haemophilus
influenzae type b. [S.l.],
[2006].p.14.
Disponível em
Acesso:
maio,2013.
Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, Haemophilus influenzae B (Hib): sintomas,
transmissão, prevenção.Fiocruz, 2010. Acessado em 02 de abril de 2013.
Disponível em <http://www.bio.fiocruz.br/index.php/hib-haemophilus-influenzae-tipo-b-sintomas-transmissao-e-prevencao> Acesso maio, 2013.
MARRS C.F. et al. Haemophilus influenzae – Human Specific Bacteria. Frontiers in Bioscience. v.6,
p.41-60, 2001.
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