sábado, 24 de agosto de 2013

Trabalho Acadêmico pertencente a disciplina de Microbiologia II: Aspectos sintomatológicos, etiológicos, epidemiológicos e controle de Streptococcus pneumoniae."

Jader Luiz Nunes
Acadêmico do Curso Ciências Biológicas

  INTRODUÇÃO

            Streptococcus pneumoniae é uma espécie de bactérias gram-positivas que se dispõem aos pares ou em cadeias curtas. Pertencentes ao gênero Streptococcus, com forma de cocos, que são uma das principais causas de pneumonia e meningite em adultos, e causam outras doenças no ser humano. São anaeróbios facultativos, não produzem catalise e crescem bem ágar sangue e em outros meios ricos. Embora seja encontrado, com frequência, no trato respiratório superior de indivíduos normais, S. pneumoniae é um dos principais patógenos humanos, responsável, em particular, por infecções graves em crianças e indivíduos idosos. (PRABULSI – 2008)
            Historicamente, os pneumococos, como são frequentemente referidos, apresentam aspectos extremamente interessantes por terem sido importantes descobertas da Biologia Molecular, Microbiologia e Imunologia. Outro valor histórico se diz respeito à demonstração de que a cápsula polissacarídica de pneumococos foi o primeiro antígeno não proteico a ser caracterizado. (PRABULSI – 2008)
            O objetivo é apresentar informações a respeito da sintomatologia, epidemiologia e tratamento do Streptococcus pneumoniae.

DESENVOLVIMENTO
A Streptococcus pneumoniae pode começar subitamente. A pessoa pode sentir fortes tremores de calafrio, os quais são geralmente seguidos por febre alta, tosse, falta de fôlego, respiração rápida e dor no peito. Porém podem se incluir outros sintomas, como náusea, vômito, dor de cabeça, cansaço e dor muscular. (PRABULSI – 2008)
A infecção pneumocócica tem início com a colonização da nasofaringe pelo microorganismo. A partir da região inicialmente colonizada, os pneumococos podem alcançar o ouvido médio, por meio da trompa de Eustáquio (tuba auditiva), e os pulmões, através dos brônquios. Podem, ainda, entrar na corrente circulatória por meio de mecanismos ainda não bem estabelecidos. De acordo com as vias de disseminação, o portador da bactéria poderá vir a ter otite média, pneumonia, meningite ou mais rara, ente outros tipos de infecção. Para que os pneumococos sobrevivam e se multipliquem, é necessário transpor as defesas do organismo, representadas principalmente pelas opsonofagocitose. Para isto, dependem principalmente da presença da cápsula e das proteínas que interferem com as atividades do complemento e dos anticorpos. A disseminação dos pneumococos para o ouvido médio e para os pulmões é um processo praticamente direto, mas, para atingirem as meninges, é necessário atravessar a barreira hemoliquórica, normalmente impermeável às bactérias. A reação inflamatória na infecção pneumocócica é, basicamente, causada pelos elementos da parede celular que são liberados durante a autólise da bactéria, que ativam o complemento e estimulam a produção de citocinas (PRABULSI – 2008).
As doenças mais frequentemente associadas aos S. pneumoniae são pneumonia, meningite, bacteremia, otite média e sinusite (PRABULSI – 2008).
Pneumonia é uma infecção aguda. Normalmente precedida de um estado gripal, que afeta os lóbulos inferiores dos pulmões (pneumonia lobar), sendo mais freqüentes na criança e no idoso. A pneumonia ocorre quando os microorganismos sobrevivem à fagocitose pelos macrófagos pulmonares e proliferam-se nos alvéolos, onde sofrem autólise promovendo a liberação de substâncias que provocam inflamação. Em um pequeno número de casos pode ocorrer derrame pleural purulento (empiema) ou somente seroso (PRABULSI – 2008).
Na meningite, o S. pneumoniae é um dos agentes mais comuns de meningite purulenta, tanto em crianças como no adulto. Pode resultar de bacteremias primárias, mas muitas vezes se instala em associação a otites, sinusites e pneumonias. Em pessoas que sofreram fratura do crânio, pode ocorrer devido a comunicações que se estabelecem entre o espaço subaracnóideo e os seios paranasais. A meningite pneumocócica pode ser letal, mesmo nos casos tratados adequadamente (PRABULSI – 2008).
Bacteremia ocorre em aproximadamente 25% dos casos de pneumonia e em 80% dos casos de meningite pneumocócica (PRABULSI – 2008).
Nas otites e sinusites, o S. pneumoniae é uma das principais causas. Frequentemente, estes processos são complicações de infecções virais do trato respiratório, que provocam obstrução dos seios paranasais e da trompa de Eustáquio (PRABULSI – 2008).
Podem ocorrer outras infecções de etimologia pneumocócica, tais como endocardite e artrite, são raras (PRABULSI – 2008).


Epidemiologia
            S. pneumoniae é um habitante normal das vias aéreas superiores: cerca de 5% a 70% dos indivíduos são portadores de um ou mais tipos sorológicos. A colonização é mais comum na criança e, de modo geral, tem início aos seis meses de idade. A partir desta idade, a criança é sucessivamente colonizada por diferentes sorotipos. A freqüência de portadores é mais elevada durante o inverno e meses mais frios. Embora se acredite que os penumococos de qualquer um dos sorotipos capsulares possam causar infecções, alguns são mais freqüentes, podendo a sua distribuição variar de acordo com a região e o período de tempo. Vários estudos realizados em algumas localidades brasileiras mostraram que os seguintes sorotipos estão entre os mais freqüentes: 1, 3, 4, 5, 6B, 14, 19ª, 19F e 23F. Os sorotipos associados com doenças e com o estado do portador são os mesmo, mas acredita-se que as infecções sejam causadas por sorotipos recém-adquiridos, e não pelos já existentes no portador. (PRABULSI – 2008)
As infecções pneumocócicas permanecem como uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo, especialmente em crianças e idosos. Nos países em desenvolvimento, é estimado que pelo menos um milhão de crianças morra anualmente em decorrência da pneumonia pneumocócica, sendo mais da metade com faixa etária inferior a cinco anos. De modo geral, a infecção se instala quando as defesas do organismo diminuem por alguma razão. As condições predisponentes mais comuns da pneumonia são infecções virais respiratórias, alcoolismo, doenças pulmonares crônicas. Diabetes e insuficiência cardíaca congestiva (PRABULSI – 2008).

Tratamento e Controle
            Os pneumococos foram considerados, por um longo período, como naturalmente sensíveis à penicilina, constituindo este o antimicrobiano de escolha para o tratamento das pneumococcias. Na década de 1970, no entanto, foi detectada a emergência de amostras resistentes à penicilina e, desde então, a sua ocorrência tem aumentado progressivamente, com freqüência variável entre regiões geográficas distintas. Há evidências de que determinados clones resistentes tenham se disseminado por diversos países. Como os pneumococos sofrem transformação facilmente, acredita-se que sua resistência foi adquirida por incorporação de genes provenientes de espécies de estreptococos que fazem parte da microbiota normal. Os pneumococos resistentes penicilina não produzem beta-lactamases. Ao contrário, a resistência à penicilina entre esses microorganismos é uma característica adquirida em etapas múltiplas e cumulativas, associada à codificação de proteínas que se ligam penicilina com baixa afinidade para este antimicrobiano. Ressalta-se que, quando a amostra de pneumococos é sensível, ou algumas situações em que a amostra apresenta sensibilidade reduzida, o antimicrobiano de escolha continua sendo a penicilina G. Entretanto, se o nível de resistência é elevado, outros antimicrobianos devem ser usados. A resistência simples ou múltipla pode também ser observada para outros antimicrobianos, entre os quais se incluem os de uso alternativo para o tratamento de pneumococcias, tais como cloranfenicol, eritromicina, sulfametoxazol-trimetoprim e tetraciclina. A resistência ao cloranfenicol é devida à produção de uma enzima, a cloranfenicol acetil-transferase, e a resistência à eritromicina são associadas a dois mecanismos principais: um envolvendo a expulsão do antibiótico do interior da célula, através de uma bomba de efluxo, e o outro a modificação no alvo ribossômico. (PRABULSI – 2008)
            Novas vacinas estão sendo investigadas, várias delas baseadas em antígenos protéicos dos pneumococos. Os antígenos mais promissores são as proteínas PspA, PsaA, LytA e Ply (PRABULSI – 2008).
            Para o desenvolvimento de novas vacinas é de fundamental importância o conhecimento da diversidade de amostrar de S. pneumoniae que circulam nas populações, no sentido de selecionar constituintes celulares que melhor reflitam o perfil epidemiológico regional, o que contribuirá para aperfeiçoar estratégias de prevenção e diagnóstico (PRABULSI – 2008).


CONCLUSÃO
            Podemos notar que o pneumococo, Streptococcus pneumoniae, é uma espécie formada por cocos e são gram-positivas. Sua sintomatologia se consiste em uma infecção pneumocócica que se tem início com a colonização da nasofaringe pelo microrganismo. São causadores das doenças: pneumonia, meningite, bacteremia, otite média, sinusite, e em casos mais raros, artrite e endocardite. (PRABULSI – 2008)
Por sua vez, a epidemiologia consiste em que o S. pneumoniae é um habitante normal das vias aéreas, onde a colonização tem mais frequência nas crianças e idosos. Já em questão do tratamento e do controle, podemos citar seu principal antimicrobiano para combater o tal pneumococo, a penicilina. (PRABULSI – 2008)
Porém os estudos nunca se encerram, uma vez que a busca por novas vacinas e antígenos é constante, dia após dia.


LITERATURA CITADA:
PRABULSI LR, ALTERTHUM F. Microbiologia 5ª Ed. Editora Atheneu. São Paulo. 2008.



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