Jader Luiz Nunes
Acadêmico
do Curso Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO
Streptococcus pneumoniae
é uma espécie de bactérias gram-positivas que se dispõem aos pares ou em
cadeias curtas. Pertencentes ao gênero Streptococcus,
com forma de cocos, que são uma das principais causas de pneumonia e meningite
em adultos, e causam outras doenças no ser humano. São anaeróbios facultativos,
não produzem catalise e crescem bem ágar sangue e em outros meios ricos. Embora
seja encontrado, com frequência, no trato respiratório superior de indivíduos
normais, S. pneumoniae é um dos
principais patógenos humanos, responsável, em particular, por infecções graves
em crianças e indivíduos idosos. (PRABULSI – 2008)
Historicamente, os pneumococos, como
são frequentemente referidos, apresentam aspectos extremamente interessantes
por terem sido importantes descobertas da Biologia Molecular, Microbiologia e
Imunologia. Outro valor histórico se diz respeito à demonstração de que a
cápsula polissacarídica de pneumococos foi o primeiro antígeno não proteico a
ser caracterizado. (PRABULSI – 2008)
O objetivo é apresentar informações
a respeito da sintomatologia, epidemiologia e tratamento do Streptococcus pneumoniae.
DESENVOLVIMENTO
A Streptococcus pneumoniae pode começar
subitamente. A pessoa pode sentir fortes tremores de calafrio, os quais são
geralmente seguidos por febre alta, tosse, falta de fôlego, respiração rápida e
dor no peito. Porém podem se incluir outros sintomas, como náusea, vômito, dor
de cabeça, cansaço e dor muscular. (PRABULSI – 2008)
A infecção pneumocócica tem início com a colonização da
nasofaringe pelo microorganismo. A partir da região inicialmente colonizada, os
pneumococos podem alcançar o ouvido médio, por meio da trompa de Eustáquio
(tuba auditiva), e os pulmões, através dos brônquios. Podem, ainda, entrar na
corrente circulatória por meio de mecanismos ainda não bem estabelecidos. De
acordo com as vias de disseminação, o portador da bactéria poderá vir a ter
otite média, pneumonia, meningite ou mais rara, ente outros tipos de infecção.
Para que os pneumococos sobrevivam e se multipliquem, é necessário transpor as
defesas do organismo, representadas principalmente pelas opsonofagocitose. Para
isto, dependem principalmente da presença da cápsula e das proteínas que
interferem com as atividades do complemento e dos anticorpos. A disseminação
dos pneumococos para o ouvido médio e para os pulmões é um processo
praticamente direto, mas, para atingirem as meninges, é necessário atravessar a
barreira hemoliquórica, normalmente impermeável às bactérias. A reação
inflamatória na infecção pneumocócica é, basicamente, causada pelos elementos
da parede celular que são liberados durante a autólise da bactéria, que ativam
o complemento e estimulam a produção de citocinas (PRABULSI
– 2008).
As doenças mais frequentemente associadas aos S. pneumoniae são pneumonia, meningite,
bacteremia, otite média e sinusite (PRABULSI – 2008).
Pneumonia é uma infecção aguda. Normalmente precedida de
um estado gripal, que afeta os lóbulos inferiores dos pulmões (pneumonia
lobar), sendo mais freqüentes na criança e no idoso. A pneumonia ocorre quando
os microorganismos sobrevivem à fagocitose pelos macrófagos pulmonares e
proliferam-se nos alvéolos, onde sofrem autólise promovendo a liberação de
substâncias que provocam inflamação. Em um pequeno número de casos pode ocorrer
derrame pleural purulento (empiema) ou somente seroso
(PRABULSI
– 2008).
Na meningite, o S.
pneumoniae é um dos agentes mais comuns de meningite purulenta, tanto em
crianças como no adulto. Pode resultar de bacteremias primárias, mas muitas
vezes se instala em associação a otites, sinusites e pneumonias. Em pessoas que
sofreram fratura do crânio, pode ocorrer devido a comunicações que se
estabelecem entre o espaço subaracnóideo e os seios paranasais. A meningite
pneumocócica pode ser letal, mesmo nos casos tratados adequadamente (PRABULSI
– 2008).
Bacteremia ocorre em aproximadamente 25% dos casos de
pneumonia e em 80% dos casos de meningite pneumocócica (PRABULSI
– 2008).
Nas otites e sinusites, o S. pneumoniae é uma das principais causas. Frequentemente, estes
processos são complicações de infecções virais do trato respiratório, que
provocam obstrução dos seios paranasais e da trompa de Eustáquio (PRABULSI
– 2008).
Podem ocorrer outras infecções de etimologia
pneumocócica, tais como endocardite e artrite, são raras (PRABULSI
– 2008).
Epidemiologia
S. pneumoniae é um habitante normal das
vias aéreas superiores: cerca de 5% a 70% dos indivíduos são portadores de um
ou mais tipos sorológicos. A colonização é mais comum na criança e, de modo
geral, tem início aos seis meses de idade. A partir desta idade, a criança é
sucessivamente colonizada por diferentes sorotipos. A freqüência de portadores
é mais elevada durante o inverno e meses mais frios. Embora se acredite que os
penumococos de qualquer um dos sorotipos capsulares possam causar infecções,
alguns são mais freqüentes, podendo a sua distribuição variar de acordo com a
região e o período de tempo. Vários estudos realizados em algumas localidades
brasileiras mostraram que os seguintes sorotipos estão entre os mais
freqüentes: 1, 3, 4, 5, 6B, 14, 19ª, 19F e 23F. Os sorotipos associados com
doenças e com o estado do portador são os mesmo, mas acredita-se que as
infecções sejam causadas por sorotipos recém-adquiridos, e não pelos já
existentes no portador. (PRABULSI – 2008)
As infecções pneumocócicas permanecem como uma das
principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo, especialmente em
crianças e idosos. Nos países em desenvolvimento, é estimado que pelo menos um
milhão de crianças morra anualmente em decorrência da pneumonia pneumocócica,
sendo mais da metade com faixa etária inferior a cinco anos. De modo geral, a
infecção se instala quando as defesas do organismo diminuem por alguma razão.
As condições predisponentes mais comuns da pneumonia são infecções virais
respiratórias, alcoolismo, doenças pulmonares crônicas. Diabetes e insuficiência
cardíaca congestiva (PRABULSI – 2008).
Tratamento e Controle
Os
pneumococos foram considerados, por um longo período, como naturalmente
sensíveis à penicilina, constituindo este o antimicrobiano de escolha para o
tratamento das pneumococcias. Na década de 1970, no entanto, foi detectada a
emergência de amostras resistentes à penicilina e, desde então, a sua
ocorrência tem aumentado progressivamente, com freqüência variável entre
regiões geográficas distintas. Há evidências de que determinados clones
resistentes tenham se disseminado por diversos países. Como os pneumococos
sofrem transformação facilmente, acredita-se que sua resistência foi adquirida
por incorporação de genes provenientes de espécies de estreptococos que fazem
parte da microbiota normal. Os pneumococos resistentes penicilina não produzem
beta-lactamases. Ao contrário, a resistência à penicilina entre esses
microorganismos é uma característica adquirida em etapas múltiplas e cumulativas,
associada à codificação de proteínas que se ligam penicilina com baixa
afinidade para este antimicrobiano. Ressalta-se que, quando a amostra de
pneumococos é sensível, ou algumas situações em que a amostra apresenta
sensibilidade reduzida, o antimicrobiano de escolha continua sendo a penicilina
G. Entretanto, se o nível de resistência é elevado, outros antimicrobianos
devem ser usados. A resistência simples ou múltipla pode também ser observada
para outros antimicrobianos, entre os quais se incluem os de uso alternativo
para o tratamento de pneumococcias, tais como cloranfenicol, eritromicina,
sulfametoxazol-trimetoprim e tetraciclina. A resistência ao cloranfenicol é
devida à produção de uma enzima, a cloranfenicol acetil-transferase, e a
resistência à eritromicina são associadas a dois mecanismos principais: um
envolvendo a expulsão do antibiótico do interior da célula, através de uma
bomba de efluxo, e o outro a modificação no alvo ribossômico. (PRABULSI
– 2008)
Novas
vacinas estão sendo investigadas, várias delas baseadas em antígenos protéicos
dos pneumococos. Os antígenos mais promissores são as proteínas PspA, PsaA,
LytA e Ply (PRABULSI – 2008).
Para o
desenvolvimento de novas vacinas é de fundamental importância o conhecimento da
diversidade de amostrar de S.
pneumoniae que circulam nas populações, no sentido de
selecionar constituintes celulares que melhor reflitam o perfil epidemiológico
regional, o que contribuirá para aperfeiçoar estratégias de prevenção e
diagnóstico (PRABULSI – 2008).
CONCLUSÃO
Podemos notar que o pneumococo, Streptococcus pneumoniae, é uma espécie
formada por cocos e são gram-positivas. Sua sintomatologia se consiste em uma
infecção pneumocócica que se tem início com a colonização da nasofaringe pelo microrganismo.
São causadores das doenças: pneumonia, meningite, bacteremia, otite média,
sinusite, e em casos mais raros, artrite e endocardite. (PRABULSI – 2008)
Por
sua vez, a epidemiologia consiste em que o S.
pneumoniae é um habitante normal das vias aéreas, onde a colonização tem
mais frequência nas crianças e idosos. Já em questão do tratamento e do
controle, podemos citar seu principal antimicrobiano para combater o tal
pneumococo, a penicilina. (PRABULSI – 2008)
Porém
os estudos nunca se encerram, uma vez que a busca por novas vacinas e antígenos
é constante, dia após dia.
LITERATURA
CITADA:
PRABULSI LR, ALTERTHUM
F. Microbiologia 5ª Ed. Editora Atheneu. São Paulo. 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.