Janine Aryanne
Acadêmica do Curso de Ciências
Biológicas
INTRODUÇÃO
A bactéria Staphylococcus
epidermidis é uma espécie de bactéria, entre aquelas pertencentes à
categoria dos estafilococos coagulasse-negativos, mais frequentemente
encontrada na microbiota antibiótica ou como causa de infecções em seres
humanos. S. epidermidis é uma espécie que predomina na pele e
nas mucosas de indivíduos normais, e esta dominância está provavelmente
relacionada à sua capacidade de produzir bacteriocinas ativas contra outras
bactérias Gram-positivas que poderiam competir por nichos de colonização. As
bacteriocinas produzidas pelo S. epidermidis são da família
dos lantibióticos e são codificadas por genes plasmideais (TRABULSI; ALTERTHUM,
2008, p. 183).
Segundo Trabulsi e Alterthum (2008,
p. 183) a S. epidermidis tornou-se um importante agente de
infecções hospitalares, através de cateteres, sondas. Entre os múltiplos
fatores que podem ter contribuído para isto, está a sua reconhecida capacidade
de formar biofilmes em superfícies de polímeros. Os biofilmes dificultam a
chegada de drogas antimicrobianas e até mesmo de células fagocíticas ao foco de
infecção.
A genética da virulência de S.
epidermidis tem sido amplamente estudada com relação à formação do
biofilme. Os genes que codificam as principais proteínas envolvidas na formação
do biofilme fazer parte do operon cromossômico ica.
Algumas enzimas extracelulares já foram identificadas em S. epidermidis,
mas sua participação na virulência deste microorganismo ainda é especulada
(INGRAHAM; INGRAHAM, 2010, p. 507).
OBJETIVO
Apresentar informações a respeito da
sintomatologia, epidemiologia e controle de Staphylococcus epidermidis.
DESENVOLVIMENTO
A S. epidermidis não
apresenta um grande arsenal de enzimas e toxinas e, por conta disso, o curso
das infecções tende a ser subagudo ou até mesmo crônico. O sucesso de S.
epidermidis como patógeno está relacionado à sua capacidade de aderir
a superfícies de polímeros, formando biofilmes (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008, p.
183).
Segundo Trabulsi e Alterthum (2008,
p. 183 e 184) o biofilme produzido por S. epidermidis pode ser
considerado o seu principal fator de virulência. Além de funcionar como um
reservatório de bactérias estrategicamente posicionadas, o biofilme dificulta a
penetração e difusão de antimicrobianos e de elementos de defesa do organismo.
Na formação do biofilme, as bactérias aderem tanto à superfície livre do
polímero como à superfície da camada de proteínas de matriz que mais tarde
passa a recobrir o polímero. Uma vez aderidas, as bactérias proliferam formando
múltiplas camadas. Os biofilmes de S. epidermidis não contêm outras
bactérias, provavelmente devido á ação de suas bacteriocinas.
Até pouco tempo, S.
epidermidis, era geralmente considerada como contaminante,
tendo pouca importância clínica. Porém, nas últimas décadas, estes organismos
vêm sendo reconhecidos como importantes agentes de doenças humanas,
principalmente devido ao aumento no número de indivíduos imunocomprometidos e
no uso de procedimentos invasivos. A maioria das infecções que causa é de
aquisição nosocomial. Raramente, este organismo causa doenças mediadas por
toxinas ou infecções piogênicas. Conforme já foi dito, as infecções por S.
epidermidis são frequentemente subagudas ou crônicas e, por isto, o
diagnóstico nem sempre é fácil. Como patógeno oportunista, o S.
epidermidis requer hospedeiros comprometidos para atuar como agente
patogênico. Entre os hospedeiros comprometidos estão os recém-nascidos
prematuros, nos quais o sistema de opsonofagocitose ainda não está totalmente
desenvolvido. Nestes hospedeiros, o S. epidermidis é uma
importante causa de septicemia. Pacientes imunossuprimidos também são altamente
suscetíveis à septicemia por este microorganismo.
Usuários de drogas ilícitas
intravenosas também se encontram entre os hospedeiros suscetíveis e podem
desenvolver endocardite. Normalmente, a porta de entrada deste microrganismo
são os cateteres e outros implantes, compostos de vários materiais, como
polietileno, poliuretano e silicone. A infecção carreada por esses polímeros
ocorre, provavelmente, durante sua implantação, por bactérias encontradas na
própria pele e mucosas do paciente. Dependendo do tipo de dispositivo médico e
do local de inserção, podem ocorrer diferentes tipos de doenças, incluem
bacteremias/septicemias, endocardites, meningites, peritonites, endoftalmetile,
osteomielites, artrites, infecções do trato urinário e várias outras.
Bacteremias é presença de bactérias no sangue, é o principal meio pelo qual as
infecções locais se espalham para órgãos distantes. A endocardite é uma
infecção que atinge parte da membrana que encobre as válvulas cardíacas, pode
atingir várias partes do coração. A meningite é a inflamação das membranas que
revestem o encéfalo e a medula espinhal. Peritonites é a inflamação do
peritônio. Já a endoftalmite é uma grave inflamação no globo ocular. A osteomielites
é uma inflamação óssea. Artrites é uma inflamação das articulações (TRABULSI;
ALTERTHUM, 2008, p. 185).
S. epidermidis pode ser isolado em meios de cultura comuns, tais como ágar
tripticase soja, o ágar infuso de coração e cérebro, e o ágar sangue, onde
geralmente apresenta colônias não pigmentadas ou esbranquiçadas e não
hemolíticas. A diferenciação entre S. epidermidis e as demais
espécies de estafilococos coagulase-negativos é baseada em diversos testes
bioquímicos (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008, p. 185).
S. epidermidis é constituinte da microbiota normal da pele e das mucosas,
podendo causar infecções em indivíduos expostos a fatores de risco. A infecção
geralmente ocorre em ambientes hospitalares, durante tratamentos e
intervenções
cirúrgicas, onde são utilizados
cateteres e implantes plásticos ou metálicos. A contaminação desses materiais
biológicos geralmente ocorre no ato da implantação, por bactérias da própria
pele e mucosas do paciente ou, até mesmo, do pessoal de atendimento médico
(TRABULSI; ALTERTHUM, 2008, p. 186).
Para Trabulsi e Alterthum (2008, p.
186) o tratamento das infecções por S. epidermidis tem se
tornado cada vez mais difícil, devido ao aumento da resistência a antibióticos.
Possui a existência de uma provável transferência de genes de resistência de
uma espécie para outra, através de elementos gênicos móveis, como plasmídios e
transposons. Um percentual elevado das amostras circulantes em hospitais
apresenta resistência à meticilina/oxacilina e á maioria dos antibióticos
recomendados para o uso em casos de infecções estafilocócicas. Um aumenta na
resistência a glicopeptídeos também tem sido observado em S.
epidermidis. Desta forma, testes de suscetibilidade devem ser
realizados antes da prescrição de medicamentos nos tratamentos de infecções
estafilocócicas. Além dos genes que conferem resistência, a formação de
biofilme por esses organismos dificulta a ação de antibióticos, que normalmente
conseguem penetrar o biofilme em concentrações muito baixas, insuficientes para
sua ação bactericida. Os métodos de controle de infecções por S.
epidermidis incluem as condutas normalmente utilizadas na prevenção de
infecções hospitalares, principalmente durante a inserção de cateteres, tais
como a adoção de medidas de assepsia e anti-sepsia adequadas, o uso profilático
de antibióticos durante cirurgias e a incorporação de agentes antimicrobianos
nos materiais a serem implantados.
Os sintomas vão variar de acordo com
as características de cada doença que o microorganismo S.
epidermidis pode provocar, por exemplo, endocardites que provoca
doenças no coração, meningite provoca inflamações das membranas que revestem o
encéfalo e a medula espinhal (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008, p. 187).
CONCLUSÃO
A S. epidermidis é
uma bactéria que possui capacidade de formar biofilmes, por isso a rápida
proliferação e o difícil tratamento. Os biofilmes dificultam a penetração de
antimicrobianos e de elementos de defesa do organismo, é considerado difícil o
tratamento devido essa capacidade.
S. epidermidis pode ocasionar muitas doenças
como meningites, peritonites dentre outras, e seu contagio é através de
cateteres, sondas e outros instrumentos hospitalares de plástico ou ate mesmo
de aço. Ele é considerado um agente de infecções hospitalares.
A melhor forma de tratamento é a
prevenção, fazer sempre assepsia antes da implantação dos instrumentos, e
também manter uma boa higiene no ambiente hospitalar. Até pouco tempo, essa
bactéria tinha pouca importância clínica, mas devido a grande quantidade de
casos e a quantidade de doenças que ele pode gerar, hoje, a atenção para essa
bactéria tem se tornado maior. Então é necessária, uma atenção maior, quanto a
prevenção do contagio de S. epidermidis, pois é a melhor forma de
tratamento, já que ele possui capacidade de produzir bacteriocina dificultando
o tratamento.
LITERATURA CITADA
TRABULSI. L. R; ALTERTHUM. F. Microbiologia. 5. Ed. ATHENEU: São Paulo,
2008.760p.
INGRAHAM. J.L; INGRAHAM. C.A. Introdução a Microbiologia. 3. Ed. CENGAGE LEARNING: São Paulo, 2010.723p.
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