Gessyca Mendes Lima
Acadêmica
do Curso Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO
Micrococcus é um
gênero de bactérias gram-positivas, possuem formato esférico, são aeróbicas,
pertencente à família Micrococcaceae,
são comumente não móveis não formadoras de esporos e são geralmente
encontradas nos solos próximos a águas frescas
e/ou frequentemente, sobre a pele do homem e de outros animais. (CRISP 2007)
A infecção é
uma das principais complicações de cateteres permanentes utilizados para
diálise em longo prazo. Busca-se sempre a melhor abordagem para se tratar o
paciente e essa é estabelecida de acordo com os fatores que infectam o
organismo, a idade e a imunocompetência do mesmo. (CRISP 2007)
Espécies de Micrococcus
são geralmente consideradas como não patogênicas comensais que colonizam a
mucosa, pele e orofaringe. No entanto, reconhece-se agora que Micrococcus spp. podem ser agentes
patogénicos oportunistas em pacientes imunodeprimidos.
(Indivíduo que tem as suas defesas imunológicas fracas) (CRISP 2007).
OBJETIVO
Apresentar
informações a respeito da sintomatologia, epidemiologia e controle do Micrococcus sp.
DESNVOLVIMENTO
Peces
(1997) avaliou em uma mulher de 48 anos de idade, com estágio final da doença
renal devido à nefrite lúpica (inflamação do rim)
começou a hemodiálise. Houve várias operações de acesso vascular em ambos os
braços dessa paciente que desenvolveu trombose, e a criação de um acesso de
hemodiálise mais periférica se tornou impossível. Posteriormente colocou-se um
duplo lúmen cateter Perm-cath na veia jugular interna direita. Vários episódios
de infecção, devido a estafilococos coagulasse negativos, foram detectados, e
haviam respondido à vancomicina (antibiótico
glicopéptidico usado no tratamento das infecções bacterianas). Houve
também vários episódios de febre também tratados com vancomicina. Em cada
cultura de episódios febris de sangue, obtidas a partir do cateter, eram
positivas para Micrococcus spp.
Antes
do fim das sessões de hemodiálise, cerca de 30 a 60 min, Peces (1997) e seus colaboradores, observaram que a
paciente começou a ter episódios de arrepios. Posteriormente, foi seguido por
um aumento da temperatura corporal (38-39 ° C), com duração de 4-5 h. Houve
tratamento, com prednisona 5mg/dia (um fármaco corticoide sintético)
e paracetamol ocasional, onde os sintomas regrediram. A paciente não
experimentou nenhuma febre durante o resto do tratamento da hemodiálise. Obtendo
sempre a mesma reação durante as sessões de hemodiálise subsequentes. A
hemodiálise foi realizada de acordo com uma programação standard (4h×3),
utilizando um filtro de membrana de AN69 e um sistema de cartucho de
bicarbonato de pó.
Um
exame físico revelou que uma mulher mal alimentada, com um peso de 46 kg. Não
havia qualquer sinal de infecção no local de saída associada com o cateter. Sem
outros achados anormais encontrados. Hemoculturas seriadas (exame que pesquisa bactérias no sangue através do uso de
meios de cultura específicos) tomadas através do cateter foram sempre
positivas para Micrococcus spp. Os
quais foram identificados como Micrococcus
luteus. Antibiograma mostrou que o
agente patogénico foi sensível à vancomicina, cloxacilina, eritromicina e
rifampicina. Exame angiográfico cateter foi realizada por causa do fluxo de
sangue durante a hemodiálise foi detectada a trombose intraluminal. Ela foi
tratada com vancomicina por 2 semanas. Os sintomas não melhoraram e tratamento
oral com cloxacilina foi administrado durante 1 semana. Mais uma vez, este
tratamento não foi bem sucedido. Cloxacilina foi interrompido e substituído por
azitromicina oral. Uma dose padrão de 500 mg, uma vez por dia, durante 3 dias
consecutivos foi dada a paciente. Um curso total de 2 semanas foi administrado
e a paciente não respondeu satisfatoriamente ao tratamento e os sintomas não
desapareceram. O cateter, então foi removido, e as culturas demonstraram um
enorme crescimento de Micrococcus luteus.
Hemoculturas foram posteriormente sempre negativas. Depois disso, ela
manteve-se bem em hemodiálise, e até o final da pesquisa o Micrococcus não havia reaparecido. (Peces,
et all, 1997).
Patogenicidade: Micrococcus spp. são geralmente consideradas
saprófitas inofensivas que habitam a pele, mucosa, e a orofaringe, no entanto,
eles podem ser agentes patogénicos oportunistas para os imunodeprimidos. Elas têm sido associadas com várias
infecções, incluindo bacteremia, a diálise peritoneal, a hemodiálise, e
infecções associadas a cateteres venosos. Micrococcus luteus, tem sido relatada como agente causador em
casos de furúnculos intracranianos, pneumonia, artrite séptica, endocardite e
meningite. (CRISP, 2007)
Epidemiologia: Micrococcus spp. ocorre em todo o mundo, são
onipresentes. Encontram-se na
pele de humanos e de outros animais, na água do mar, no solo, em água doce,
plantas, e também no ar. Em seres
humanos, eles são mais frequentemente encontrado na pele exposta do rosto,
braços, mãos e pernas. Micrococcus luteus é a mais comum e é encontrada na
natureza e em amostras clínicas.
Um
estudo realizado nos EUA (de 115 pessoas) relata que 96% dessas, possuem Micrococcus, a maioria sendo Micrococcus luteus. As taxas de transporte foram maiores
na pele da cabeça, pernas, braços.
(CRISP, 2007)
Modo de transmissão: A transmissão é possível através do contato com objetos
superfícies contaminadas (demonstrado
por meio de transferência bacteriana associada com papel-toalha dispensa). A transmissão através de inalação de
gotículas contaminadas como, por exemplo, em aerossóis, também é possível (MESH, 2007)
Tratamento: Terapia com antibióticos adequados, administrados conforme
o necessário(MESH,2007).
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
Através
desse trabalho podem-se observar características relacionadas à epidemiologia,
sintomatologia e controle de enfermidades causadas por Micrococcus sp.
O modo de tratamento é realizado através de terapia com
antibióticos adequados, administrados conforme o necessário. Micrococcus spp.
são geralmente consideradas saprófitas inofensivas. Mas podem ser agentes
patogénicos oportunistas para os imunodeprimidos.
Nas
pesquisas realizadas e no estudo de caso, ambos citados nesse trabalho
ultimaram-se na seguinte conclusão: Micrococcus
sp atua como agente patogênico em
pacientes imunodeficientes ou imunodeprimidos.
LITERATURA CITADA:
Leitner R., Ouellette
M. e Ugwu K. Diretrizes
Laboratório de Biossegurança. 3ªed.
Agência de Saúde Pública do Canadá, 2004.
Disponível
em: Right Diagnosis <http://www.rightdiagnosis.com/medical/micrococcus.htm>
Acessado em: 03. abr. 2013, Por: CRISP
2007, MESH 2007.
Peces, et
all. Relapsing
Bacteraemia Due to Micrococcus luteusin a Haemodialysis Patient With a
Perm-Cath Catheter. Nephrol Dial Transplant, 1997.
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