sábado, 24 de agosto de 2013

Trabalho Acadêmico pertencente a disciplina de Microbiologia II: Aspectos sintomatológicos, etiológicos, epidemiológicos e controle de Coxiella


Michelle de Araújo Borges
Acadêmica do Curso Ciências Biológicas

INTRODUÇÃO
     

O objetivo deste trabalho é fazer uma revisão bibliográfica a respeito da bactéria Coxiella burnetii levando em consideração aspectos de sintomatologia, etiologia, epidemiologia e controle da bactéria Coxiella burnetii.
A febre Q é uma zoonose cujo agente etiológico é a bactéria Coxiella burnetii. A principal via de transmissão ao Homem é aérea, pela inalação de partículas infectantes. Os principais reservatórios animais são espécies pecuárias, nomeadamente gado, ovino, bovino e caprino. A infecção pode apresentar-se sob a forma de doença aguda (na maioria dos casos a sintomática) ou evoluir para doença Crônica (nos grupos de risco para a infecção pode mesmo provocar a morte).
O objetivo proposto para a elaboração deste trabalho acredita-se foi alcançado na medida em que se descreveram os processos sintomatologia epidemiologia e controle da coxiella. De acordo com Oliveira(2001, p.7) afirma que: “Coxiella burnetii é o etiológico da febre Q, que é uma zoonose de caprinos, ovinos e gado. Estes são reservatórios primários da doença, mas vários outros animais também podem ser contaminados, inclusive os domésticos. Qualquer um destes animais pode servir como a principal fonte de infecção para os seres humanos”.
Como podemos observar, segundo Oliveira a febre Q Infecções humanas ocorrem normalmente pela inalação da bactéria, presente no ar, ou contato com fluidos e excretas de animais infectados, como sangue, leite.

DESENVOLVIMENTO

Sintomatologia epidemiologia e controle da Coxiella
Segundo Marrie, (1995) a   febre Q é uma patologia cujo agente etiológico é a bactéria Gram negativa Coxiella burnetii A infecção pode apresentar-se sob a forma de doença aguda (na maioria dos casos assintomática) ou evoluir para doença crônica (nos grupos de risco para a infecção pode mesmo provocar a morte).
C.burnetii é um bacilo Gram-negativo pequeno, que não cresce em meios de cultura artificiais. Trata-se assim, uma bactéria intracelular obrigatória. Pode ser cultivada em vários tipos de células eucarióticas, em ovos embrionados, em cobaias e em camundongos. Esta bactéria é bastante resistente a condições adversas do ambiente , provavelmente porque tem a  capacidade de  formar  células semelhantes a esporos .Graças a sua resistência permanece viável no leite desnatado por períodos superiores há a dois anos , na lã durante mais de seis meses e na carne congelada por até 40 dias. No solo, sobrevive por cinco meses ou mais. Para Mendes (1889), afirma que a O ciclo de vida é intracelular de C.burnetii é extremamente interessante.
A febre Q aguda, na maioria das vezes, é oligossintomática, semelhante a uma síndrome gripal. Uma minoria desenvolve pneumonia, hepatite ou febre prolongada, podendo requerer hospitalização.
Em uma cultura celular infectada com C. burnetii é comum o encontro de células não infectadas. O ciclo de vida celular desta bactéria pode ser mais complexo do que parece. Há evidências que ao se dividir , ela dá origem as duas variantes celulares, uma maior e outra menor. A variante menor seria a forma infecciosa, que adere e invade a célula do hospedeiro e que sobreviveria sob condições ambientes adversas. Esta variante teria as características de um esporo, inclusive em sua formação. C.burnetii é adquirida pelo homem por via respiratória, mas é provável que seja também por via respiratória, quando a dose ingerida é suficientemente grande.

Sintomas
A doença pode ser aguda ou crônica. Nas infecções agudas, o período de incubação varia de uma semana a três semanas podendo não haver manifestações clínicas ou estas serem bastantes discretas. Somente cerca da metade dos indivíduos acometidos desenvolve sinais e sintomas. São três as formas clínicas mais frequentes de febre Q: febre autolimitada, pneumonia e hepatite. A febre Q crônica mais comum é a endocardite que geralmente se instala em pacientes já com lesões valvulares e em Imuno deprimidos.
A febre Q continua sendo considerada inexistente no Brasil onde publicações de casos clínicos não são encontráveis. A febre Q aguda, na maioria das vezes, é oligossintomática, semelhante a uma síndrome gripal. Uma minoria desenvolve pneumonia, hepatite ou febre prolongada, podendo requerer hospitalização. Em alguns indivíduos a infecção adquire uma evolução crônica, como endocardites, osteomielites ou infecções vasculares. A endocardite é a expressão clínica mais frequente da doença crônica (cerca de 70% dos casos), tem elevada letalidade quando não tratada e acomete sobre tudo aqueles com doença valvar preexistente. Para Mendes (1889), a  maioria dos pacientes com endocardite por Coxiella burnetii apresenta valvopatia prévia (até 90%), hemoculturas negativas e evolução insidiosa dos sintomas de insuficiência cardíaca progressiva e/ou sintomas inespecíficos como fadiga, perda de peso, suor noturno e febre baixa. Assim, a infecção pode assumir um comportamento crônico, bastante diferente da evolução aguda-subaguda da endocardite clássica, o que torna a suspeição clínica menos provável. A média de tempo entre o início dos sintomas e o diagnóstico de endocardite por Coxiella burnetii pode ser tão longo quanto cinco a 18 meses. O micro-organismo causador da febre Q de acordo com Oliveira (2001, p.7) é muito resistente e pode sobreviver por longos períodos no ambiente, disseminando-se pela poeira contaminada. Infecções humanas ocorrem normalmente pela inalação da bactéria, presente no ar, ou contato com fluidos e excretos de animais infectados, como sangue, leite e fezes. A transmissão por carrapatos e por contato direto com pessoas doentes é rara. O período de incubação da febre Q depende da quantidade de micro-organismos que infectam a pessoa, mas geralmente a doença se manifesta dentro de duas a três semanas.     
 Entretanto, metade das pessoas infectadas não apresenta sintoma algum de infecção. A doença, em geral, caracteriza-se por febre alta, por uma ou duas semanas, dor de cabeça, cansaço, dor no corpo, dor de garganta, calafrios, suor excessivo, tosse, náusea, vômitos, diarreia, dor de barriga, e dor no peito. Entre os pacientes que apresentam sinais da doença, 30 a 50% desenvolvem pneumonia, e a maioria tem hepatite. Geralmente, os pacientes se recuperam após vários meses, sem nenhum tipo de tratamento. Somente cerca de 1 a 2% morre devido à doença, que é difícil de ser diagnosticada. O tratamento pode ser feito com antibióticos. Já existe uma vacina para a febre Q, mas não é economicamente viável.
A Febre aguda é exantema maculopapular ou purpúrico, eritema nodoso, linfadenopatia; Anemia hemolítica; Tiroidite, bronquiolites agudas, colecistite, pancreatite, gastroenterite, paniculite mesentérica, paniculite lobular, epididimite, orquite, prostatite aguda; Miocardite, pericardite; Miosite, osteoartrite; Síndroma de Guillain-Barré, polineuropatia; Tromboflebite; Derrame pleural eosinófilo; Ruptura espontânea do baço, hemofagocitose histolítica.
            A Febre Q aguda a apresentação clínica da febre Q aguda é altamente variável e não específica. Nas formas sintomáticas podem reconhecer-se três aspectos principais: sin­droma febril, pneumonia e hepatite. A síndroma febril que caracteriza a febre Q aguda é facilmente confundível com uma virose e, salvo existam antecedentes epidemiológicos claros ou um interesse específico do médico na doença, passa mui­tas vezes despercebida, auto limitando-se espontaneamente. 43 O período de incubação varia entre 9 e 39 dias, mas, geralmente, é de 2 a 3 semanas.45 O quadro clínico instala-se abruptamente com febre alta (que pode atingir os 40ºC), calafrios, sudorese, cefaleia retrobulbar intensa, fotofobia, artromialgia, letargia e fadiga.
FebreQcrônica Causa:                                                                                                                     
Os sintomas são as Infecções de: aneurismas, próteses vasculares, Hepatite crônica isolada (complicada por fibrose hepática ou cirrose);fibrose pulmonar; endometrite com aborto; Vasculite cutânea. A Febre Q crônica forma crônica da doença pode instalar-se no perí­odo de um ano, mas a sua evolução pode arrastar-se, desenvolvendo-se até 20 anos depois da infecção inicial. 45 As condicionantes deste processo ainda não estão totalmente esclarecidas, embora a febre Q crónica esteja particularmente associada a indivíduos com próteses valvulares, com valvulopatias, próteses vasculares e articulares, bem como em situações de gravidez e imunodepressão (doentes transplantados, hemodializados, com neoplasias e sida). Os doentes manifestam sintomas gerais, como febre ou febrícula, de carácter intermitente, que pode estar associada a mal estar geral, calafrios, perda de peso, anorexia, astenia e sudação noturna.

Epidemiologia

A febre Q é uma zoonose de distribuição universal. O reservatório inclui mamíferos, pássaros e artrópodes, principalmente carrapatos. As principais fontes de infecção do homem são bovinos, caprinos e ovinos. Normalmente, esta bactéria não causa doenças nestes animais, porém, casos de abortos em caprinos e em carneiros foram relacionados a presença de C.burnetii. O gato pode ser um importante reservatório urbano. As bactérias são excretadas no leite, na urina e nas fezes dos animais contaminados. O líquido amniótico e a placenta desses animais também apresentam uma grande quantidade de bactérias. A febre Q é também uma doença ocupacional, os técnicos de laboratório e trabalhadores de fazendas estão expostos o maior risco de infecção. A infecção também pode ser adquirida pela ingestão de leite cru e, provavelmente por contato sexual.  Conforme já mencionado, C. burnetii é bastante resistente a dessecação, podendo  sobreviver no ambiente durante meses e anos.
Evidências epidemiológicas indicam  que as pneumonias estão comumente associadas as infecções por via respiratória e as hepatites as infecções por via digestiva. A febre Q, causada pela Coxiella burnetii, agente infeccioso antes incluído no grupo das riquétsias e, atualmente, definido como uma bactéria com similaridade à Legionella, é uma zoonose encontrada em todos os continentes e que pode se manifestar com um amplo espectro clínico em humano tratamento e controle: Embora C. burnetii seja sensível a vários antibióticos, os de escolha para tratamento de febre Q são as tetraciclinas em particular a doxiclina.


            Segundo Murray (2007) A febre Q foi descrita pela primeira vez em 1935 como uma epidemia entre os trabalhadores de matadouros em Brisbane, Austrália .Atualmente, a febre Q é um problema de saúde pública em muitos países, incluindo, França, Reino Unido, Holanda, Itália, Espanha, Alemanha, Israel, Grécia e Canadá e é endêmica em todo o mundo. Surtos de febre Q foram relatados em praticamente todos os países do mundo, mas da Nova Zelândia. 18 surtos envolvendo289 pessoas foram notificadas a partir de 12 diferentes países, entre os anos de 1999 a 2004.
            O maior surto documentado até o momento ocorreu na Holanda, com 3.523 casos notificados entre 2007 e 2009. A maioria dos surtos envolve a exposição aos animais de estimação infectados ou selvagens, animais domésticos.  Contato direto ou indireto com os gatos parturientes tem sido responsável por surtos na América do Norte. As epidemias ocorrem também em currais, instalações de embalagem de carne e laboratórios médicos. Os surtos são comuns entre os trabalhadores dos matadouros, agricultores, veterinários, tratadores, e açougueiros.

CONCLUSÃO                                                                                                               


Portanto a Febre Q entre os pacientes que apresentam sinais da doença, 30 a 50% desenvolvem pneumonia, e a maioria tem hepatite. Geralmente, os pacientes se recuperam após vários meses, sem nenhum tipo de tratamento. Somente cerca de 1 a 2% morre devido à doença, que é difícil de ser diagnosticada. O tratamento pode ser feito com antibióticos. Já existe uma vacina para a febre Q, mas não é economicamente viável. A febre Q aguda, na maioria das vezes, é oligossintomática, semelhante a uma síndrome gripal. Uma minoria desenvolve pneumonia, hepatite ou febre prolongada, podendo requerer hospitalização. A Febre Q crônica forma crônica da doença pode instalar-se no perí­odo de um ano, mas a sua evolução pode arrastar-se, desenvolvendo-se até 20 anos depois da infecção inicial.

LITERATURA CITADA:

MENDES MR, CARMONA MH, MALVA A, SOUZA RD. Febre Q. Estudo retrospectivo (casuística do Serviço de Doenças Infecto-Contagiosas do Hospital de Santa Maria). Revista Portuguesa de Doenças Infecciosas 1989.

OLIVEIRA J, MALCATA L, SÁ R et al. Febre Q – revisão de 53 casos (1987-1999). Arquivos de Medicina 2000.

MARRIE TJ. Coxiella (Q fever) pneumonia. Clin Infect Dis 1995 acesso em junho de 2013.

MURRAY, P. R. et al. Microbiología médica. 5 ed. Elsevier, 2007.

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