Michelle de Araújo Borges
Acadêmica
do Curso Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO
O
objetivo deste trabalho é fazer uma revisão bibliográfica a respeito da
bactéria Coxiella burnetii levando em consideração aspectos de sintomatologia,
etiologia, epidemiologia e controle da bactéria Coxiella burnetii.
A febre Q é uma zoonose
cujo agente etiológico é a bactéria Coxiella burnetii. A principal via de
transmissão ao Homem é aérea, pela inalação de partículas infectantes. Os
principais reservatórios animais são espécies pecuárias, nomeadamente gado,
ovino, bovino e caprino. A infecção pode apresentar-se sob a forma de doença
aguda (na maioria dos casos a sintomática) ou evoluir para doença Crônica (nos
grupos de risco para a infecção pode mesmo provocar a morte).
O
objetivo proposto para a elaboração deste trabalho acredita-se foi alcançado na
medida em que se descreveram os processos sintomatologia epidemiologia e
controle da coxiella. De acordo com Oliveira(2001, p.7) afirma que: “Coxiella
burnetii é o etiológico da febre Q, que é uma zoonose de caprinos, ovinos e
gado. Estes são reservatórios primários da doença, mas vários outros animais
também podem ser contaminados, inclusive os domésticos. Qualquer um destes
animais pode servir como a principal fonte de infecção para os seres humanos”.
Como
podemos observar, segundo Oliveira a febre Q Infecções humanas ocorrem
normalmente pela inalação da bactéria, presente no ar, ou contato com fluidos e
excretas de animais infectados, como sangue, leite.
DESENVOLVIMENTO
Sintomatologia
epidemiologia e controle da Coxiella
Segundo
Marrie, (1995) a febre Q é uma
patologia cujo agente etiológico é a bactéria Gram negativa Coxiella burnetii A
infecção pode apresentar-se sob a forma de doença aguda (na maioria dos casos
assintomática) ou evoluir para doença crônica (nos grupos de risco para a
infecção pode mesmo provocar a morte).
C.burnetii
é um bacilo Gram-negativo pequeno, que não cresce em meios de cultura
artificiais. Trata-se assim, uma bactéria intracelular obrigatória. Pode ser
cultivada em vários tipos de células eucarióticas, em ovos embrionados, em
cobaias e em camundongos. Esta bactéria é bastante resistente a condições
adversas do ambiente , provavelmente porque tem a capacidade de
formar células semelhantes a
esporos .Graças a sua resistência permanece viável no leite desnatado por
períodos superiores há a dois anos , na lã durante mais de seis meses e na
carne congelada por até 40 dias. No solo, sobrevive por cinco meses ou mais.
Para Mendes (1889), afirma que a O ciclo de vida é intracelular de C.burnetii é
extremamente interessante.
A
febre Q aguda, na maioria das vezes, é oligossintomática, semelhante a uma
síndrome gripal. Uma minoria desenvolve pneumonia, hepatite ou febre
prolongada, podendo requerer hospitalização.
Em uma cultura celular
infectada com C. burnetii é comum o encontro de células não infectadas. O ciclo
de vida celular desta bactéria pode ser mais complexo do que parece. Há
evidências que ao se dividir , ela dá origem as duas variantes celulares, uma
maior e outra menor. A variante menor seria a forma infecciosa, que adere e
invade a célula do hospedeiro e que sobreviveria sob condições ambientes
adversas. Esta variante teria as características de um esporo, inclusive em sua
formação. C.burnetii é adquirida pelo homem por via respiratória, mas é
provável que seja também por via respiratória, quando a dose ingerida é
suficientemente grande.
Sintomas
A
doença pode ser aguda ou crônica. Nas infecções agudas, o período de incubação
varia de uma semana a três semanas podendo não haver manifestações clínicas ou
estas serem bastantes discretas. Somente cerca da metade dos indivíduos
acometidos desenvolve sinais e sintomas. São três as formas clínicas mais
frequentes de febre Q: febre autolimitada, pneumonia e hepatite. A febre Q
crônica mais comum é a endocardite que geralmente se instala em pacientes já
com lesões valvulares e em Imuno deprimidos.
A
febre Q continua sendo considerada inexistente no Brasil onde publicações de
casos clínicos não são encontráveis. A febre Q aguda, na maioria das vezes, é
oligossintomática, semelhante a uma síndrome gripal. Uma minoria desenvolve
pneumonia, hepatite ou febre prolongada, podendo requerer hospitalização. Em
alguns indivíduos a infecção adquire uma evolução crônica, como endocardites,
osteomielites ou infecções vasculares. A endocardite é a expressão clínica mais
frequente da doença crônica (cerca de 70% dos casos), tem elevada letalidade
quando não tratada e acomete sobre tudo aqueles com doença valvar preexistente.
Para Mendes (1889), a maioria dos pacientes
com endocardite por Coxiella burnetii apresenta valvopatia prévia (até 90%),
hemoculturas negativas e evolução insidiosa dos sintomas de insuficiência
cardíaca progressiva e/ou sintomas inespecíficos como fadiga, perda de peso,
suor noturno e febre baixa. Assim, a infecção pode assumir um comportamento
crônico, bastante diferente da evolução aguda-subaguda da endocardite clássica,
o que torna a suspeição clínica menos provável. A média de tempo entre o início
dos sintomas e o diagnóstico de endocardite por Coxiella burnetii pode ser tão
longo quanto cinco a 18 meses. O micro-organismo causador da febre Q de acordo
com Oliveira (2001, p.7) é muito resistente e pode sobreviver por longos
períodos no ambiente, disseminando-se pela poeira contaminada. Infecções
humanas ocorrem normalmente pela inalação da bactéria, presente no ar, ou
contato com fluidos e excretos de animais infectados, como sangue, leite e
fezes. A transmissão por carrapatos e por contato direto com pessoas doentes é
rara. O período de incubação da febre Q depende da quantidade de
micro-organismos que infectam a pessoa, mas geralmente a doença se manifesta
dentro de duas a três semanas.
Entretanto, metade das pessoas infectadas não
apresenta sintoma algum de infecção. A doença, em geral, caracteriza-se por
febre alta, por uma ou duas semanas, dor de cabeça, cansaço, dor no corpo, dor
de garganta, calafrios, suor excessivo, tosse, náusea, vômitos, diarreia, dor
de barriga, e dor no peito. Entre os pacientes que apresentam sinais da doença,
30 a 50% desenvolvem pneumonia, e a maioria tem hepatite. Geralmente, os
pacientes se recuperam após vários meses, sem nenhum tipo de tratamento.
Somente cerca de 1 a 2% morre devido à doença, que é difícil de ser
diagnosticada. O tratamento pode ser feito com antibióticos. Já existe uma
vacina para a febre Q, mas não é economicamente viável.
A
Febre aguda é exantema maculopapular ou purpúrico, eritema nodoso,
linfadenopatia; Anemia hemolítica; Tiroidite, bronquiolites agudas,
colecistite, pancreatite, gastroenterite, paniculite mesentérica, paniculite
lobular, epididimite, orquite, prostatite aguda; Miocardite, pericardite;
Miosite, osteoartrite; Síndroma de Guillain-Barré, polineuropatia;
Tromboflebite; Derrame pleural eosinófilo; Ruptura espontânea do baço,
hemofagocitose histolítica.
A
Febre Q aguda a apresentação clínica da febre Q aguda é altamente variável e
não específica. Nas formas sintomáticas podem reconhecer-se três aspectos
principais: sindroma febril, pneumonia e hepatite. A síndroma febril que
caracteriza a febre Q aguda é facilmente confundível com uma virose e, salvo
existam antecedentes epidemiológicos claros ou um interesse específico do
médico na doença, passa muitas vezes despercebida, auto limitando-se
espontaneamente. 43 O período de incubação varia entre 9 e 39 dias, mas,
geralmente, é de 2 a 3 semanas.45 O quadro clínico instala-se abruptamente com
febre alta (que pode atingir os 40ºC), calafrios, sudorese, cefaleia
retrobulbar intensa, fotofobia, artromialgia, letargia e fadiga.
FebreQcrônica
Causa:
Os
sintomas são as Infecções de: aneurismas, próteses vasculares, Hepatite crônica
isolada (complicada por fibrose hepática ou cirrose);fibrose pulmonar;
endometrite com aborto; Vasculite cutânea. A Febre Q crônica forma crônica da
doença pode instalar-se no período de um ano, mas a sua evolução pode
arrastar-se, desenvolvendo-se até 20 anos depois da infecção inicial. 45 As
condicionantes deste processo ainda não estão totalmente esclarecidas, embora a
febre Q crónica esteja particularmente associada a indivíduos com próteses
valvulares, com valvulopatias, próteses vasculares e articulares, bem como em
situações de gravidez e imunodepressão (doentes transplantados, hemodializados,
com neoplasias e sida). Os doentes manifestam sintomas gerais, como febre ou
febrícula, de carácter intermitente, que pode estar associada a mal estar
geral, calafrios, perda de peso, anorexia, astenia e sudação noturna.
Epidemiologia
A
febre Q é uma zoonose de distribuição universal. O reservatório inclui
mamíferos, pássaros e artrópodes, principalmente carrapatos. As principais
fontes de infecção do homem são bovinos, caprinos e ovinos. Normalmente, esta
bactéria não causa doenças nestes animais, porém, casos de abortos em caprinos
e em carneiros foram relacionados a presença de C.burnetii. O gato pode ser um
importante reservatório urbano. As bactérias são excretadas no leite, na urina
e nas fezes dos animais contaminados. O líquido amniótico e a placenta desses
animais também apresentam uma grande quantidade de bactérias. A febre Q é
também uma doença ocupacional, os técnicos de laboratório e trabalhadores de
fazendas estão expostos o maior risco de infecção. A infecção também pode ser
adquirida pela ingestão de leite cru e, provavelmente por contato sexual. Conforme já mencionado, C. burnetii é
bastante resistente a dessecação, podendo
sobreviver no ambiente durante meses e anos.
Evidências
epidemiológicas indicam que as
pneumonias estão comumente associadas as infecções por via respiratória e as
hepatites as infecções por via digestiva. A febre Q, causada pela Coxiella
burnetii, agente infeccioso antes incluído no grupo das riquétsias e,
atualmente, definido como uma bactéria com similaridade à Legionella, é uma
zoonose encontrada em todos os continentes e que pode se manifestar com um
amplo espectro clínico em humano tratamento e controle: Embora C. burnetii seja
sensível a vários antibióticos, os de escolha para tratamento de febre Q são as
tetraciclinas em particular a doxiclina.
Segundo Murray (2007) A febre Q foi
descrita pela primeira vez em 1935 como uma epidemia entre os trabalhadores de
matadouros em Brisbane, Austrália .Atualmente, a febre Q é um problema de saúde
pública em muitos países, incluindo, França, Reino Unido, Holanda, Itália,
Espanha, Alemanha, Israel, Grécia e Canadá e é endêmica em todo o mundo. Surtos
de febre Q foram relatados em praticamente todos os países do mundo, mas da
Nova Zelândia. 18 surtos envolvendo289 pessoas foram notificadas a partir de 12
diferentes países, entre os anos de 1999 a 2004.
O maior surto documentado até o
momento ocorreu na Holanda, com 3.523 casos notificados entre 2007 e 2009. A
maioria dos surtos envolve a exposição aos animais de estimação infectados ou
selvagens, animais domésticos. Contato
direto ou indireto com os gatos parturientes tem sido responsável por surtos na
América do Norte. As epidemias ocorrem também em currais, instalações de
embalagem de carne e laboratórios médicos. Os surtos são comuns entre os
trabalhadores dos matadouros, agricultores, veterinários, tratadores, e
açougueiros.
CONCLUSÃO
Portanto
a Febre Q entre os pacientes que apresentam sinais da doença, 30 a 50%
desenvolvem pneumonia, e a maioria tem hepatite. Geralmente, os pacientes se
recuperam após vários meses, sem nenhum tipo de tratamento. Somente cerca de 1
a 2% morre devido à doença, que é difícil de ser diagnosticada. O tratamento
pode ser feito com antibióticos. Já existe uma vacina para a febre Q, mas não é
economicamente viável. A febre Q aguda, na maioria das vezes, é
oligossintomática, semelhante a uma síndrome gripal. Uma minoria desenvolve
pneumonia, hepatite ou febre prolongada, podendo requerer hospitalização. A
Febre Q crônica forma crônica da doença pode instalar-se no período de um ano,
mas a sua evolução pode arrastar-se, desenvolvendo-se até 20 anos depois da
infecção inicial.
LITERATURA
CITADA:
MENDES MR, CARMONA MH,
MALVA A, SOUZA RD. Febre Q. Estudo retrospectivo (casuística do Serviço de
Doenças Infecto-Contagiosas do Hospital de Santa Maria). Revista Portuguesa de
Doenças Infecciosas 1989.
OLIVEIRA J, MALCATA L,
SÁ R et al. Febre Q – revisão de 53 casos (1987-1999). Arquivos de Medicina
2000.
MARRIE TJ. Coxiella (Q
fever) pneumonia. Clin Infect Dis 1995 acesso em junho de 2013.
MURRAY, P. R. et al.
Microbiología médica. 5 ed. Elsevier, 2007.
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