Gaby Vidigal
Acadêmica do Curso Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO
Os enterococos são comuns na natureza
e são parte da flora comensal do trato gastrointestinal humano e geniturinário.
Os enterococos são frequentemente implicados em infecções do trato urinário e
do abdômen ou ferimentos superficiais de pacientes hospitalizados, mas também
pode causar bacteremia, endocardites, infecções perinatais, e, ocasionalmente,
meningite ou pneumonia. Assim, enterococos estão crescendo em importância como
causa de infecções hospitalares. Além disso, os enterococos colonizados servem
de reservatório de genes de resistência a antibióticos que podem ser
transferidos entre os enterococos e podem ser adquiridos por outras bactérias (DUKTA-MALEN
et al., 1994).
Vários estudos têm
documentado que as infecções por enterococos são mais comumente causados pelos
próprios pacientes flora comensal. Colonização pode ocorrer muito antes ou
imediatamente antes da infecção, mas de qualquer maneira, ela desempenha um
papel importante no desenvolvimento de infecção nosocomial (MONTECALVO et al.,1995).
A crescente importância dos
enterococos como patógenos nosocomiais pode ser atribuída, em parte, à
habilidade natural de adquirir plasmídeos, ou seja, elementos extra
cromossômicos que codificam características que permitem a sobrevivência ou vantagens
quanto ao crescimento deste microrganismo em ambientes não usuais e/ou
estressantes, como o ambiente hospitalar (SHANKAR et al., 1999).
O objetivo deste
trabalho e obter informações a respeito da sintomatologia, epidemiologia e
controle de Enterococus sp.
DESENVOLVIMENTO
Enterococos são cocos
Gram-positivos geralmente se dispõem em pares e cadeias curtas. Frequentemente,
a morfologia microscópica destes microrganismos não pode ser diferenciada de
algumas espécies de Streptococos spp.
Enterococos são anaeróbios facultativos e a temperatura ótima de crescimento é
de 350 C, embora a maioria dos microrganismos se desenvolva entre 10
e 450 C. Apresentam crescimento rápido em meios de cultura
suplementados com sangue, produzindo colônias brancas após 24 horas de
incubação. As colônias são, em geral, não hemolíticas, mas podem ser alfa ou
betahemolíticas. Enterococos podem ser cultivados na presença de altas
concentrações de sal (NaCl 6,5% ),
toleram sais biliares a 40% e podem hidrolisar a esculina. Estas propriedades
básicas podem ser utilizadas para distinguir enterococos de outros cocos
Gram-positivos, catalase negativos. São necessários teste fenotípicos
selecionados, como por exemplo: reações de fermentação, hidrólise da
pirrolidonil-beta-naftilamida, motilidade, produção de pigmento para
diferenciar espécies de enterococos (MURRAY et al., 1998).
Existem 14 espécies
descritas de Enterococcus ssp., sendo
o E. faecalis e o E. faecium as duas que normalmente
promovem colonização e infecções em
humanos.
E. faecalis = constituem
85 a 90% dos Enterococcus ssp. identificados,
sendo essa espécie a menos propensa ao desenvolvimento da resistência.
E. faecium =
é o menos prevalente, 5 a 10%, mas apresenta maior
propensão ao desenvolvimento de resistência (ANVISA 2013).
Resistência
antimicrobiana enterococal a vários agentes antimicrobianos, em particular a
resistência a elevadas concentrações de penicilina e gentamicina, glicopeptídeos,
têm impedido o tratamento de infecções graves por enterococos (MASCHIETO, 2004).
Causam quadros
diversos, quadros clínicos específicos na comunidade, como meningite,
endocardite, infecção do trato urinário e infecção pélvica ou abdominal (INFECTOPEDIA,
2013).
Enterococos têm um
potencial crescente como agente de sérias infecções, mas pouco se sabe sobre a
virulência dos mesmos. Esta falta de informação pode ser atribuída ao fato de
que os enterococos, os quais vivem normalmente como comensais na microbiologia
intestinal de indivíduos saudáveis, possuem traços de virulência muito sutis
que não são facilmente identificados (SHANKAR et al., 1999).
Características que
determinam a virulência são, entre outros: a aderência ao tecido do hospedeiro,
invasão e formação de abscesso, modulação da resposta inflamatória e secreção
de produtos tóxicos (EATON & GASSON, 2001).
A emergência desse
patógeno nas últimas duas décadas, entre muitos fatores, se deve em parte à sua
resistência intrínseca aos antimicrobianos comumente utilizados, como:
aminoglicosídeos, aztreonam, cefalosporinas, clindamicina e oxalina (ANVISA, 2013).
A aquisição do Enterococcus resiste à vancomicina (VRE)
está associada a fatores intrínsecos do paciente (gravidade da doença, o uso de
antimicrobiano e a submissão a procedimento cirúrgico) e a fatores extrínsecos (contaminação
ambiental e a transferência dom Enterococcus
através das mãos dos profissionais de saúde) (MASCHIETO, 2004).
A prevenção e o
controle da disseminação do VRE requerem esforços multiprofissionais: a
informação aos profissionais da área de saúde da repercussão da resistência à
vancomicina, detecção precoce dos casos, a rápida notificação do VRE pelo
laboratório de microbiologia, imediata implementação de precauções de contato e
adoção de políticas para uso racional de antimicrobianos. Felizmente, para
tratamento de infecções causadas por VRE as opções terapêuticas são mais
numerosas do que par gram-negativos multirresistentes: drogas como linezolida,
tigeciclina e daptomicina. Entretanto, todos esses medicamentos têm custo
elevado, e ainda não foram consistentemente avaliados no tratamento das
diferentes síndromes clínicas de infecção por VRE (MASCHIETO, 2004).
CONCLUSÃO
Através desse trabalho notou-se que
enterococos é um patógeno que causa infecções do trato urinário e do abdômen ou
ferimentos superficiais de pacientes hospitalizados, mas também pode causar bacteremia,
endocardites, infecções perinatais, e, ocasionalmente, meningite ou pneumonia. E
informações a respeito de sintomas, epidemiologia e controle.
LITERATURA
CITADA
ANVISA Disponível em:
http://www.anvisa.gov..br/servicosaude/controle/rederm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo3/gramp_entero.htm acessado em 01 de abril 2013.
DUTKA-MALEN,
S.; EVERS, S.; COURVALIN, P. Detection of glycopetide resistance genotypes
and identification to the species level
of clinically relevant enterococci by PCR. J. Clin. Microbiol., v.33, p. 24-27,
1995.
EATON, T.
J. & GASSON, M. Molecular screening of Enterococcus
virulence determinants and potential for genetic exchange between food and
medical isolates. Applied and Enviroment Microbiology. v.
67, p. 1628-1635, 2001.
INFECTOPEDIA Disponível em:
http://infectopedia.com/cocos-gramppositivos/enterococcus-ssp
acessado em 03 de abril 2013.
MASCHIETO, A.; MARTINEZ, R.; PALAZZO, I.
C. V.; DARINI, A. L. C. Antimicrobial resistance of Enterococcus sp. Isolated from
the intestinal tract of patients
from University Hospital in
Brazil. Mem.
Inst. Oswaldo Cruz. v. 99, p. 763-767, 2004.
MONTECALVO MA, LANCESTRE H, CARRABER M, GEDRIS C, CHUNG M, VANHORN K,WORMSER GP 1995.História natural a colonização com resistentes à vancomicina Enterococcus faecium. Infect Controle Hosp. Epidemol 16:. 680-685.
MURRAY, P.
R.; ROSENTHAL, K. S.; KOBAYASHI, G. S. and PFALLER, M. A. Microbiologia Médica.
Trad.
Patrícia J. Vouex. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 1998. 172 p.
SHANKAR,
V.; BAGHDAYAN, A. S.; HUYCKE, M M.; LINDAHL, G. AND GILMORE, M.
Infectionderived Enterococcus faecalis strains are enriched in esp, a
gene encoding a novel surface protein.
Infection and Immunity. v. 67, p. 193-200,1999.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.