quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Trabalho Acadêmico pertencente a disciplina de Microbiologia II:Sintomatologia, epidemiologia e controle de Enterococcus sp.


Gaby Vidigal

Acadêmica do Curso Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO

            Os enterococos são comuns na natureza e são parte da flora comensal do trato gastrointestinal humano e geniturinário. Os enterococos são frequentemente implicados em infecções do trato urinário e do abdômen ou ferimentos superficiais de pacientes hospitalizados, mas também pode causar bacteremia, endocardites, infecções perinatais, e, ocasionalmente, meningite ou pneumonia. Assim, enterococos estão crescendo em importância como causa de infecções hospitalares. Além disso, os enterococos colonizados servem de reservatório de genes de resistência a antibióticos que podem ser transferidos entre os enterococos e podem ser adquiridos por outras bactérias (DUKTA-MALEN et al., 1994).

Vários estudos têm documentado que as infecções por enterococos são mais comumente causados pelos próprios pacientes flora comensal. Colonização pode ocorrer muito antes ou imediatamente antes da infecção, mas de qualquer maneira, ela desempenha um papel importante no desenvolvimento de infecção nosocomial (MONTECALVO et al.,1995).

            A crescente importância dos enterococos como patógenos nosocomiais pode ser atribuída, em parte, à habilidade natural de adquirir plasmídeos, ou seja, elementos extra cromossômicos que codificam características que permitem a sobrevivência ou vantagens quanto ao crescimento deste microrganismo em ambientes não usuais e/ou estressantes, como o ambiente hospitalar (SHANKAR et al., 1999).

O objetivo deste trabalho e obter informações a respeito da sintomatologia, epidemiologia e controle de Enterococus sp.



DESENVOLVIMENTO


Enterococos são cocos Gram-positivos geralmente se dispõem em pares e cadeias curtas. Frequentemente, a morfologia microscópica destes microrganismos não pode ser diferenciada de algumas espécies de Streptococos spp. Enterococos são anaeróbios facultativos e a temperatura ótima de crescimento é de 350 C, embora a maioria dos microrganismos se desenvolva entre 10 e 450 C. Apresentam crescimento rápido em meios de cultura suplementados com sangue, produzindo colônias brancas após 24 horas de incubação. As colônias são, em geral, não hemolíticas, mas podem ser alfa ou betahemolíticas. Enterococos podem ser cultivados na presença de altas concentrações de sal (NaCl  6,5% ), toleram sais biliares a 40% e podem hidrolisar a esculina. Estas propriedades básicas podem ser utilizadas para distinguir enterococos de outros cocos Gram-positivos, catalase negativos. São necessários teste fenotípicos selecionados, como por exemplo: reações de fermentação, hidrólise da pirrolidonil-beta-naftilamida, motilidade, produção de pigmento para diferenciar espécies de enterococos (MURRAY et al., 1998).

Existem 14 espécies descritas de Enterococcus ssp., sendo o E. faecalis e o E. faecium as duas que normalmente promovem  colonização e infecções em humanos.

E. faecalis = constituem 85 a 90% dos Enterococcus ssp. identificados, sendo essa espécie a menos propensa ao desenvolvimento da resistência.

E. faecium =  é o menos prevalente, 5 a 10%, mas apresenta maior propensão ao desenvolvimento de resistência (ANVISA 2013).

Resistência antimicrobiana enterococal a vários agentes antimicrobianos, em particular a resistência a elevadas concentrações de penicilina e gentamicina, glicopeptídeos, têm impedido o tratamento de infecções graves por enterococos  (MASCHIETO, 2004).

Causam quadros diversos, quadros clínicos específicos na comunidade, como meningite, endocardite, infecção do trato urinário e infecção pélvica ou abdominal (INFECTOPEDIA, 2013).

Enterococos têm um potencial crescente como agente de sérias infecções, mas pouco se sabe sobre a virulência dos mesmos. Esta falta de informação pode ser atribuída ao fato de que os enterococos, os quais vivem normalmente como comensais na microbiologia intestinal de indivíduos saudáveis, possuem traços de virulência muito sutis que não são facilmente identificados (SHANKAR et al., 1999).

Características que determinam a virulência são, entre outros: a aderência ao tecido do hospedeiro, invasão e formação de abscesso, modulação da resposta inflamatória e secreção de produtos tóxicos (EATON & GASSON, 2001).

A emergência desse patógeno nas últimas duas décadas, entre muitos fatores, se deve em parte à sua resistência intrínseca aos antimicrobianos comumente utilizados, como: aminoglicosídeos, aztreonam, cefalosporinas, clindamicina e oxalina (ANVISA, 2013).

A aquisição do Enterococcus resiste à vancomicina (VRE) está associada a fatores intrínsecos do paciente (gravidade da doença, o uso de antimicrobiano e a submissão a procedimento cirúrgico) e a fatores extrínsecos (contaminação ambiental e a transferência dom Enterococcus através das mãos dos profissionais de saúde) (MASCHIETO, 2004).

A prevenção e o controle da disseminação do VRE requerem esforços multiprofissionais: a informação aos profissionais da área de saúde da repercussão da resistência à vancomicina, detecção precoce dos casos, a rápida notificação do VRE pelo laboratório de microbiologia, imediata implementação de precauções de contato e adoção de políticas para uso racional de antimicrobianos. Felizmente, para tratamento de infecções causadas por VRE as opções terapêuticas são mais numerosas do que par gram-negativos multirresistentes: drogas como linezolida, tigeciclina e daptomicina. Entretanto, todos esses medicamentos têm custo elevado, e ainda não foram consistentemente avaliados no tratamento das diferentes síndromes clínicas de infecção por VRE (MASCHIETO, 2004).



CONCLUSÃO


            Através desse trabalho notou-se que enterococos é um patógeno que causa infecções do trato urinário e do abdômen ou ferimentos superficiais de pacientes hospitalizados, mas também pode causar bacteremia, endocardites, infecções perinatais, e, ocasionalmente, meningite ou pneumonia. E informações a respeito de sintomas, epidemiologia e controle.   



LITERATURA CITADA


ANVISA Disponível em:

http://www.anvisa.gov..br/servicosaude/controle/rederm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo3/gramp_entero.htm  acessado em 01 de abril 2013.


DUTKA-MALEN, S.; EVERS, S.; COURVALIN, P. Detection of glycopetide resistance genotypes and  identification to the species level of clinically relevant enterococci by PCR. J. Clin. Microbiol., v.33, p. 24-27, 1995.


EATON, T. J. & GASSON, M. Molecular screening of Enterococcus virulence determinants and potential for genetic exchange between food and medical isolates. Applied and Enviroment Microbiology. v. 67, p. 1628-1635, 2001.


INFECTOPEDIA Disponível em:   

http://infectopedia.com/cocos-gramppositivos/enterococcus-ssp acessado em 03 de abril 2013.


MASCHIETO, A.; MARTINEZ, R.; PALAZZO, I. C. V.; DARINI, A. L. C. Antimicrobial resistance of Enterococcus sp. Isolated  from  the intestinal tract of patients  from University  Hospital in Brazil. Mem. Inst. Oswaldo Cruz. v. 99, p. 763-767, 2004.


MONTECALVO MA, LANCESTRE H, CARRABER M, GEDRIS C, CHUNG M, VANHORN K,WORMSER GP 1995.História natural a colonização com resistentes à vancomicina Enterococcus faecium.
Infect Controle Hosp. Epidemol 16:. 680-685.


MURRAY, P. R.; ROSENTHAL, K. S.; KOBAYASHI, G. S. and PFALLER, M. A. Microbiologia Médica. Trad. Patrícia J. Vouex. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 1998. 172 p.


SHANKAR, V.; BAGHDAYAN, A. S.; HUYCKE, M M.; LINDAHL, G. AND GILMORE, M. Infectionderived Enterococcus faecalis strains are enriched in esp, a gene  encoding a novel surface protein. Infection and Immunity. v. 67, p. 193-200,1999.

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