sábado, 24 de agosto de 2013

Trabalho Acadêmico pertencente a disciplina de Microbiologia II: Aspectos sintomatológicos, etiológicos, epidemiológicos e controle de Clostridium sp.

Josiane Alves Belém
Acadêmica do Curso Ciências Biológicas

INTRODUÇÃO

            Clostridium sp é um gênero bastante heterogêneo, composto por aproximadamente 150 espécies. Tem-se como habitat natural o solo e o intestino humano. (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008). Entre tantas espécies destaca-se a C. perfrigens que é uma bactéria  gram-positiva, anaeróbica, que causa principalmente desordem intestinal, de certa forma, proveniente da intoxicação alimentar (SILVA; PIRES, 2010). A bactéria C. perfrigens ao ser ingerida irá produzir toxinas letais aos animais e enteroxinas que provocaram diarreia no ser humano entre outras complicações (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008). Diante de tal fato este trabalho tem como objetivo apresentar informações a respeito da sintomatologia, epidemiologia e controle de C.perfrigens.


DESENVOLVIMENTO

             Patenogênese Há várias infecções relacionadas com a ingestão de alimentos contaminados por bactérias, porém, em relação a C.perfrigens enfatiza-se a Gangrena Gasosa que é uma infecção rápida, destrói músculos com toxidade sistemática e está associada a cirurgias onde se encontra corpos estranhos, insuficiência vascular ou infecção concomitante. (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008)          
            A C.perfrigens tipo A é uma infecção alimentar mais branda, ocorre após a ingestão de alimentos que contenha enterotoxina, que geralmente é encontrada em alimentos de origem animal, como a carne bovina e de aves. Os esporos conseguem sobreviver mesmo após o cozimento e estes gerarão a bactéria. Sendo assim, se os alimentos que forem ingeridos estiverem suficientemente contaminados eles se alojarão no intestino e se esporularão. (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008)          
            A bactéria C.perfrigens também provoca uma certa infecção que ocorre principalmente em diabéticos que é a colecistite enfisematosa e ocorre no trato biliar; provoca a celulite criptante ou celulite anaeróbica, onde há formação de gás subcutâneo, sem toxidade sistêmica e a C.perfrigens ainda é responsável por ser fulminante em pacientes com intensa neutropenia relacionada a leucemia, quando se tem a  enterocolite neutropênica (SILVA; PIRES, 2010).


Sintomas
            Pode se afirmar que a doença é produzida pela formação de toxinas no organismo, ou seja, é provocada pela ingestão de alimentos contaminados por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium perfringens (SILVA; PIRES, 2010). A gastrenterite é normalmente ligeira, embora possa desenvolver-se um quadro grave com dor abdominal, distensão pelos gases, diarreia intensa e desidratação (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008). A enterite necrótica é causada pela infecção e necrose da mucosa intestinal e caracteriza-se por dores abdominais agudas muito intensas, diarréia sanguinolenta, algumas vezes vômitos e inflamação necrótica do intestino delgado (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008).

Epidemiologia
             Em muitos países, C. perfringens é o agente etiológico mais freqüentemente isolado em surtos. Uma característica curiosa destes surtos é que na maioria dos casos relatados o número de indivíduos afetados é alto. Isto certamente é devido ao fato de os surtos por C. perfringens serem causados pelo consumo de alimentos preparados em grande quantidade e consumidos várias horas depois. Neste período, o microrganismo se multiplica nos alimentos quando mantidos em temperatura inadequada (em estufas ou em temperatura ambiente), em vez de refrigerados. Mesmo quando refrigerados, o frio pode demorar a alcançar o interior dos produtos, devido ao seu grande volume, e a multiplicação existirá (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008).
            Segundo Silva e Pires (2010), os alimentos à base de carne bovina e de carne de frango têm sido os principais causadores de intoxicação alimentar por C. perfringens. A maioria dos surtos relatados é associada à alimentação em estabelecimentos institucionais, como hospitais.


Tratamento e Prevenção
            O dagnóstico confirma-se analisando os alimentos contaminados em busca de C. perfringens. À pessoa afetada são administrados líquidos e aconselha-se repouso. Em casos graves, a penicilina pode ser útil. Se a doença destruir parte do intestino delgado, pode ser necessário intervir cirurgicamente (SILVA; PIRES, 2010).          
            Pode ser  confirmado infecção pela demonstração do C. perfringens em cultura semiquantitativa anaeróbica de alimentos (> 10 5/g) ou fezes de pacientes, ao lado de evidências clínicas e epidemiológicas. Ensaios sorológicos são utilizados para detectar enterotoxina em fezes de pacientes e para teste da capacidade das cepas produzirem toxina (SILVA; PIRES, 2010).      
             No caso da Gangrena Gasosa é preciso que o tratamento seja imediato e que haja o debridamento cirúrgico do tecido necrosado; pode-se ter a terapia hiperbárcia para demarcar o tecido vivo e o injuriado e também pode-se usar a antibioticoterapia (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008).      
            Para evitar a infecção alimentar por C.perfrigens o melhor a se fazer é refrigerar os alimentos, especialmente carnes, sempre que não for consumir toda a quantidade. E, quando for reaquecer é preciso que a temperatura seja superior a 75ºC para que seja alcançado o interior da carne (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008).
CONCLUSÃO

            Conclui-se que C. perfrigens é uma bactéria encontrada nos alimentos, e, é responsável por causar a intoxicação alimentar entre outras infecções. Consequentemente essas infecções causam certos desconfortos como a diarréia e dores abdominais (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008).
            Pode se perceber que essas intoxicações alimentares estão tendo um alto índice de ocorrência, pois está relacionada à alimentação. E ainda conclui-se que a prevenção desta doença está no simples fato de resfriar bem os alimentos, ou seja, ter cuidados adequados com nossa alimentação (SILVA; PIRES, 2010).       


LITERATURA CITADA:

ALTERTHUM.F; TRABULSI.R.L. Microbiologia. 5ªed. São Paulo, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Belo Horizonte, 2008.  

SILVA.R.O.S; PIRES.P.S. et al. Clostridiose Alimentar. Publicado , UFMG, Minas Gerais, 2010.







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