sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

ASPECTOS GERAIS E MORFOLÓGICOS DE Paecilomyces Vario


                   ASPECTOS GERAIS E MORFOLÓGICOS DE Paecilomyces Vario
Maicom Moreira da Costa
Acadêmico do Curso de Agronomia

INTRODUÇÃO
Paecilomyces é um gênero de fungos nematófagos que matam nematóides por partogénese, por esta razão, estes fungos podem ser usados como bionematicidas por aplicação no solo. Paecilomyces vario é uma espécie comumente ocorre no ar e alimentos, mas também é associado com muitos tipos de infecções humanas e está entre os agentes causadores de micoses emergentes oportunistas em pacientes imunodeficientes.          
            Paecilomyces vario é um fungo sapróbio, isolado do solo e de vários substratos das regiões áridas e quentes. Possui importância pela produção de ácidos, antibióticos e proteínas, além de infectar alguns pacientes humanos (principalmente imunocomprometidos) devido a sua característica oportunista. Pouco conhecimento se tem sobre a genética de P. vario, devido a  Ausência do ciclo parasexual e da reprodução sexuada. Com a utilização de metodologias simples e rápidas vem sendo possível a análise molecular de organismos antes nunca estudados. Dentre elas, a técnica da RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA) constitui uma ferramenta útil na observação da variabilidade genética de linhagens de uma mesma espécie. Neste trabalho, dez linhagens de Paecilomyces vario de regiões, substratos e de períodos de estocagem diferentes foram analisados utilizando sete primes de RAPD. Os resultados demonstraram a formação de bandas monomórficas e de dois grupos distitos.            
Existem duas espécies, Paecilomyces vario, P. lilacinuse, são os organismos mais freqüentemente encontrados. No presente estudo, um conjunto de 34 isolado clínicos identificados morfologicamente como P. vario, foram formalmente identificados por seqüenciamento regiões intergênicas espaçador transcrito 1 e 2 (incluindo 5.8S RNA) e uma parte do gene beta-tubulina, Três isolados foram identificados como P. lilacinus, e cinco dos presumíveis isolados de P.vario não pertencem ao gênero Paecilomyces, mas foram identificados comoTalaromyces eburneus ou avellanea Hamigera.            Aplicando a taxonomia mais recente, descobrimos que a clínica isolados de P. vario poderia ser identificado como P. varoi sensu stricto(14 cepas), formosus P. (11 cepas), e dactylethromorphus P. (1 cepa). Estes dados indicam que P. formosus ocorre em amostras clínicas como comumente como P. vario.                                                                                                                                Testes de sensibilidade mostrou que os perfis de susceptibilidade antifúngica de P.vario, formosus P., P. e dactylethromorphus são semelhantes e que todas as cepas testadas foram sensíveis à anfotericina B in vitro. P. lilanicus, T. eburneus e H. avellaneatinha perfis de susceptibilidade diferentes; e flucitosina e voriconazol foram os menos ativos das drogas antifúngicas testadas contra estas espécies.             Os resultados indicam que a identificação correta das espécies é importante para ajudar a guiar a terapia apropriada antifúngico.
Paecilomyces vario possui 112 quantidades de espécies descrita em literatura, e foi descrita pela primeira vez por Andrus Bainier (1907).
             Paecilomyces vario possui alguns sinônimos como, Paecilomyces variotii var. antibioticus, (ABE, et al.1959) com forma anamórfica Byssochlamys; Paecilomyces variotii var. brunneolus (INAGAKI, et al1962) com forma anamórfica Byssochlamys; Paecilomyces variotii var. variotii (BAINIER,et al 1907) com forma anamórfica Byssochlamys; Paecilomyces variotii var. zaaminelli (DEKHK et al., 1982) com forma anamórfica Byssochlamys.
            Existem 33 registros de ocorrência de P. vario infectando diversas hospedeiras no mundo. Deste total de registros ocorridos no mundo, 202 hospedeiras de C. truncatum foram encontradas registradas no banco de dados Farr e Rosmman (2011).
            As famílias botânicas que são infectadas com maior frequência por Paecilomyces vario são: Fabaceae, Poaceae, Solanaceae, Malvaceae.
            No Brasil, 18 hospedeiras encontram-se registradas representadas por Lagria vilosa (CANTONE E VANDENBERG, 1998), Lecythis usitata (RAM, 1968), Annona squamosa (RAM, 1968), Capsicum annuum (MENDES et al., 1998), Crotalaria juncea (MENDES et al., 1998), Elaeis guineensis (MENDES et al., 1998), Glycine max (MENDES et al., 1998), , Musa sp. (MENDES et al., 1998), Oryza sativa (MENDES et al., 1998), Phaseolus vulgaris (MENDES et al., 1998), Sorghum bicolor (MENDES et al., 1998), Theobroma cacao (HANADA ET AL., 2010) (JOHNSTON, 1960 6772), Vigna unguiculata (MENDES et al., 1998), Zea mays (On seeds.) (MENDES et al., 1998), Caryocar sp. (MENDES et al., 1998), Lycopersicon esculentum: (MENDES et al., 1998). 

MATERIAIS MÉTODOS
O trabalho foi feito no Laboratório de Microbiologia do Instituto Federal Goiano campus Urutaí.
Fungos de solo foram coletados no Instituto Federal Goiano campus Urutaí, isolados e cultivados em meio BDA (batata, dextrose, ágar e água destilada), os propágulos do fungo foram retirados da referida  placa de petri.
 Prepararam-se lâminas semi-permanentes para análise em microscópio óptico, foi feito o método de pescagem, que utilizou uma pinça devidamente esterilizada  a qual se coletou o material do qual se imaginava que estivesse o fungo. Assim usou-se uma lâmina contendo uma lamínula a ser montada, vedada com esmalte e levada ao microscópio para visualização.
 Usando uma lâmina depositando neste o que foi pescado, e colocou-se uma lamínula sobre a lâmina. Retirou-se o excesso de corante com papel higiênico, logo após vedou-se com esmalte levou-se o conjunto para visualização em microscópio ótico para verificação da estrutura. Com o microscópio devidamente ligado e ajustado na primeira objetiva a ser usada a qual possui o menor aumento (4x), para que possamos observar se os propágulos foram depositados na lâmina, após observar e verificar a constatação destes aumentou as objetivas para os aumentos de 10x e 40x, para se ter uma observação melhorada e com maior riqueza de detalhes das estruturas fúngicas.
Após a visualização da lâmina em microscópio óptico comparamos as estruturas que estavam ali presentes com estruturas descritas em literatura, identificando assim o gênero ao qual o fungo pertencia. Nesse trabalho o fungo identificado pertenceu ao gênero Pacilomyces.
Posteriormente foram feitas macro e microfotografias das estruturas fúngicas no microscópio ótico, tiradas com o auxilio de uma câmera digital Sony® modelo Cyber Shot com 7.2 mega pixel. As fotos foram editadas utilizando o programa Microsoft Office Picture Manager para a edição e o Power Point para elaboração e montagem da prancha.
O gênero paecilomyces, possui as seguintes dimensões segundo Watanabe, (1937): Esporângio 92,5 µm de diâmetro. Oogônios excluindo protuberâncias 21,8-30 µm em diâmetro protuberâncias 2.5 x 2,2-3,6 µm. Oósporo (18,2) 20-22-5 µm em diâmetro. Sua literatura foi utilizada para a confecção da prancha. 

Resultados e Discursão



1.    Aspectos morfológicos de Paecilomyces vario A. Conidióforo (Cn) (bar = 20 µm) B. Detalhe da base do conidióforo (Bcn) (bar = 15 µm), C. Ramificação do conidióforo multisseptado escuro (rcn) (bar = 20 µm), D. Detalhe do corpo de frutificação (bar µm),

Descrição micológica:
Paecilomyces vario é um fungo sapróbio, isolado do solo e de vários substratos das regiões áridas e quentes. Possui importância pela produção de ácidos, antibióticos e proteínas, além de infectar alguns pacientes humanos (principalmente imunocomprometidos) devido a sua característica oportunista. Pouco conhecimento se tem sobre a genética de P. vario, devido a Ausência do ciclo parasexual e da reprodução sexuada. Com a utilização de metodologias simples e rápidas vem sendo possível a análise molecular de organismos antes nunca estudados.
Dentre elas, a técnica da RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA) constitui uma ferramenta útil na observação da variabilidade genética de linhagens de uma mesma espécie. Neste trabalho, dez linhagens de  Paecilomyces vario de regiões, substratos e de períodos de estocagem diferentes foram analisados utilizando sete primes de RAPD.                                                       Os resultados demonstraram a formação de bandas monomórficas e de dois grupos distintos. A análise do agrupamento das linhagens  mostrou um razoável nível de variabilidade entre os mesmos. Cada linhagem apresentou um perfil molecular distinto. Correlações quanto à região geográfica, substrato e períodos de estocagem não puderam ser confirmados.
Dimensões do fungo Paecilomyces vario
Tabela 1. Comparação dos elementos morfológicos e morfométricos de Paecilomyces com os elementos morfológicos descritos por outros autores:
Descrição morfológica
Diâmetro (µm)
 Watanabe (1937)
Conídio
   30 – 8
18-45(70.5) x 6,5-15,5
 Dimensões do conidióforo
   22 – 5
17-40(139) x 3-3






As medidas descritas em literatura do autor Watanabe (1937), pertencem ao fungo Paecilomyces vario e que foram utilizadas com o intuito de realizar-se a comparação morfométrica. Comparou – se a medição do fungo estudado em laboratório com literatura pertinente descrita acima.

LITERATURA CITADA
MYCOLOGY       disponível                   em:<http://www.mycology.adelaide.edu.org> acessado em dezembro de 2011
NCBI     disponível em: acessado em dezembro de 2011
JCM        disponível em:< jcm.asm.org> acessado em dezembro de 2011
VIDOTTO, V.Manual de  Micologia médica.São Paulo: Novo conceito. 2002.
WATANABE, T. Atlas Pictórico de fungos de solos e de sementes. Tókio: Lewis Publisher, 1994.
CANTONE, F.A., E VANDENBERG, J.D.. Intraspecific diversity in Paecilomyces fumosoroseus. Mycol. Res. 102: 209-215. 1998.
FARR, D.F., & ROSSMAN, A.Y. Fungal Databases, Systematic Mycology and Microbiology Laboratory, ARS, USDA. Disponível em: , acessado em 12 de dezembro de 2011.
HANADA, R.E., POMELLA, A.W.V., COSTA, H.S., BEZERRA, J.L., LOGUERCIO, L.L. E PEREIRA, J.O.. Endophytic fungal diversity in Theobroma cacao (cacao) and T. grandiflorum (cupuacu) trees and their potential for growth promotion and biocontrol of black-pod disease. Fung. Biol. 114: 901-910. 2010.
INDEX FUNGORUM, banco de dados para consulta de táxons fúngicos. Disponível em:, acessado em dezembro de 2011
JOHNSTON, A.  A supplement to a host list of plant diseases in Malaya. Mycol. Pap. 77: 1-30. 1960.
MENDES, M.A.S., da SILVA, V.L., DIANESE, J.C., Et Al.  Fungos em Plants no Brasil. Embrapa-SPI/Embrapa-Cenargen, Brasilia, 555 pages. 1998.
RAM, C.. Timber-attacking fungi from the State of Maranhao, Brazil. Some new species of Paecilomyces and its perfect stage Byssochlamys Westl. VIII. Nova Hedwigia 16: 305-314. 1968.

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