Aspectos gerais e morfológicos de Coemansia aciculifera
Marianne Monteiro Silva Mota
Acadêmica do curso de Agronomia
INTRODUÇÃO
O fungo Coemansia aciculifera foi descrito por Linder (1943) é um fungo cosmopolita, que apresenta como sinonímia Coemansia aciculifera var. aciculifera e Coemansia aciculifera var. suhagensis B. R. Mehrotra & Kakkar 1971 (ZIPCODEZOO, 2011; INDEX FUNGORUN, 2011).
Os zigomicetos são fungos terrestres formados por hifas de paredes quitinosas. Alguns são parasitas, mas na sua maioria são saprófitas, vivendo no solo e alimentando-se de matéria orgânica morta. Dentre dessa grande gama de microrganismos saprófitas Coemansia aciculifera é o membro mais comum da família Kickxellaceae. Não possuem esporos flagelados e na reprodução sexuada produzem zigósporos, ou seja, zigotos de parede espessa e resistente, podendo sobreviver em condições adversas (INFOPEDIA 2011.).
O fungo Coemansia sp, pode ser encontrados no esterco, solo, e menos comumente em insetos mortos, poucas espécies parasitas ou parasitas facultativas em outros fungos. A família é, intimamente relacionada com o Dimargaritaceae por causa da maneira de formação de zygosporos e o número reduzido de esporos. Algumas espécies podem ser relativamente comuns, como C. aciculifera. E, portanto, pode ser isoladas em várias localidades por ser um fungo saprófito. Os gêneros são diferenciados com base na natureza dos esporangióforos e esprocládio.
A maioria das nossas informações sobre Coemansia sp, é baseada nos estudos de Linder (1943) e Benjamin RK (1958). Coemansia aciculifera possui estrutura taxonômica da seguinte forma: Seu posicionamento e categorização taxonômica são representados por: Reino Fungi, Divisão Zygomycota, Subdivisão Kickxellomycotina, Classe Zygomycetes, Ordem Kickxellales, Família Kickxellaceae, Gênero Coemansia, Espécie aciculifera. Apresentando, assim, como nome científico Coemansia aciculifera Linder 1943 (ZIPCODEZOO, 2011).
O fungo Coemansia possui a forma anamórfica que pertence ao Reino Fungi tendo como sua divisão zygomycota(INDEX FUNGORUM 2011). Não foram encontrados registros da forma teleomórfica.
De acordo com Index Fungorun (2011), o fungo Coemansia aciculifera, Coemansia suhagensis, Reino Fungi, Filo Zigomycota, Subfilo Kickxellomycotina, Ordem Incertae sedis, Subordem Incertae sedis, Familia Kickxellaceae. ( INDEX FUNGORUN, 2011).
Em 1943 foi descrito por Linder o fungo Coemansia sp. Sendo pertencente á família Kickxellaceae. Existem registrados em literaturas 22 espécies variadas que podem sem observadas a seguir.
O fungo Coemansia aciculifera var. suhagensis descrito por B.R. Mehrotra & Kakkar (1971). C. alma-atensis foi descrito por Schwarzman ( 1957). C.bainier foi descrito por Kwásna, M. J. Richardson & G.L. Bateman (2002). C. brasiliensis foi descrito por Thaxt. Ex Linde (1943). C breviramosa foi descrito por Linder (1943). C.ceylonensis foi descrito por Linde (1943). C. erecyta foi descriito por Bainier (1906). C. furcata foi descrito por Kurihara, Tokum & C. Y. Chien (2000). C.guatemalensis foi descrito por Linder (1943) C. interrupta foi descrito por Linder (1943). C. Kamerunensis foi descrito por Linder (1943). C. linderi foi descrito por Kwásna, M. J. Richardson & G.L. Bateman (2002). O fungo C. mojavensis foi descrito por R.K. Benj. (1958). O fungo C. nantahalensis foi descrito por C.Y. Chien (1971). O Fungo C. pectinata foi descrito por Bainier (1906). C. reversa foi descrito por Tiegh. & G. Le Monn. (1873). O fungo C. scorpioidea por Linder (1943).O fungo C. spiralis foi descrito por Eidam (1888). O fungo C. spiralis foi descrito por Bainier (1906). O fungo C. thaxteri foi descrito por Linder (1943) ( INDEX FUNGORUM 2011).
Em FARR ROSSMAN não foi encontrado nenhum registro de ocorrência a respeito do fungo Coemansia aciculifera. Indicando que não se trata de um fungo de tamanha impôrtancia fitopatogênica, e que possui incidência e não cosmopolita como a maioria dos fungos reconhecidos.
Hesseltine e Ellis (1973) em chave de identificação de famílias e gêneros de mucorales apontaram que para se identificar Coemansia sp. há necessidade de verificar esporângios formando pseudofiálides arranjadas transversalmente da superfície septada do esporocládio. Esporocládio acrógeno, contudo pode ser pleurógeno, sendo observada a continuação do esporangioforo em relação ao ápice. Esporangiósporos alongados-elípticos ou alongado ovóide. As pseudofiálides organizam-se transversalmente ao esporangíolo. Apresenta septação no esporocládio. Esporangióforo indeterminado. Esporocladio formado lateralmente ou apicalmente (axial). Esporangióforo reto ou ligeiramente curvado ou ramificado. A fase imperfeita apresenta um esporângio que produz apenas um esporangiósporo. Este microrganismo não produz esporângios propriamente ditos. Este microrganismo não produz esporângios ou esporocarpos em raízes de plantas superiores.
A nomenclatura atual do fungo descrito Coemansia aciculifera, que foi descrita por Linder (1943) publicado na revista Index of fungi 1:78 (1941-1950) ( INDEX FUNGORUM 2011).
No Congresso Brasileiro de Fitopatologia não foram encontrados nenhum registro do fungo Coemansia aciculifera.
O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos de Coemansia aciculifera.
MATERIAIS E MÉTODOS
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O trabalho foi realizado no laboratório de micologia da EMBRAPA Cenargen, localizada na Asa Norte, Brasília-DF, 2010. As amostras de solo assim que chegou foram plaqueados e deixados em condição de câmara úmida, e após este processo foram analisadas em microscópio estereoscópico onde se encontrou estruturas fúngicas.
Essas estruturas foram pescadas com auxílio de um estilete ou uma pinça ponta fina e transferida para uma gota de fixador a base de lacto fenol (composto por ácido lático, ácido acético, glicerina e água) em uma lâmina na qual logo após foi depositada uma lamínula, levada ao microscópio óptico onde foram encontradas estruturas, as quais comparadas com a literatura constatou-se que, era um fungo, do gênero Coemansia espécie aciculifera, após isso a lâmina foi vedada com esmalte e etiquetada.
Os fungos foram classificados, conforme as suas características morfológicas e morfometrias, medindo o tamanho dos esporangióforos, esporangiosporos e esporangíolos, utilizando à micrométrica (WF10 X 118) confeccionando fotos micrométricas das estruturas citadas.
No microscópio óptico a primeira objetiva a ser usada deve ser a menor (4x) para que se possam focalizar os propágulos depositados na lâmina, após a observação destes aumentou-se a objetiva para 10x e logo em seguida para a objetiva de 40x onde se observou com mais detalhes as estruturas fúngicas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na amostra analisada foi observada a fase assexual ou imperfeita do microrganismo. Este microrganismo não produz esporângios propriamente ditos. Este microrganismo não produz esporângios ou esporocarpos em raízes de plantas superiores.
Esporangióforo indeterminado, reto ou ligeiramente curvado ou ramificado e suas dimensões podem ser de 10,3-(13,5)-12,5 µm.
Foi observado esporangíolos ou esporocládios formando pseudofiálides arranjadas transversalmente (Figura C) na superfície septada do esporocládio (Figura D). Esporocládio acrógeno, contudo pode ser pleurógeno, sendo observada a continuação do esporangioforo (Figura A) em relação ao ápice. Apresenta septação no esporocládio. Esporocladio formado lateralmente ou apicalmente (axial), e estas estruturas apresentam as dimensões de 1,8-(2,5)-1,8 µm.
A pseudofiálide que produz apenas um esporangiósporo.
Esporangiósporos podem ser alongados-elípticos (Figura E, F) ou alongado-ovóide, e apresentam as dimensões de 2,5-(3.8)-3,8µm. As pseudofiálides organizam-se transversalmente ao esporangíolo.
A descrição foi realizada sensu Hesseltine e Ellis (1973).
Tabela 1. Comparação dos elementos morfológicos e morfométricos de Coemansia aciculifera com os elementos morfométricos descritos por outros autores.
Descrição morfológica | Diâmetro (µm) | Ellis, (1973). | Não foram encontrados dados para realizar comparações. |
Dimensões do Esporangióforo | 10,3-(13,5)-12,5 µm. | __________ | |
Esporocládio | 1,8-(2,5)-1,8 µm. | __________ | |
Esporangiósporo | 2,5-(3.8)-3,8µm. | __________ |
LITERATURA CITADA.
EMBRAPA CENARGEN. Disponível em: <http://www.cenargen.embrapa,br>, acessado 23/10/2011.
FARR E ROSSMAN, Disponível em:, acessado outubro de 2011.
HESSELTINE, C.W., ELLIS, J.J. Mucorales. In:AINSWORTH, G.C., SPARROW, F.K., SUSSMAN, A.S. The fungi – an advanced treatise. A taxonomix review with keys: basidiomicetes and lower fungi. Academic Press, New York, USA, 1973.
INDEX FUNGORUM, Banco de Dados para consulta de táxons fúngicos. Disponível em:, acessado 15/10/ 2011.
INFOPEDIA. Disponível em <:http://www.infopedia.pt, acessado 23/10/ 2011.
SANSON, R. A.; HOUBRAKEN, J; THRANE, U, FRISVAD, J. C; ANDERSEN. B, Food and Indor Fungi. Utrich, Necrherlandes, CBS-RNAW, Fungal Biodiversity Centre 2010.
VIDOTTO, V. Manual de micologia médica; Ribeirão Preto-SP, Editora Tecmedd, 2004.
ZIPECODEZOO. Disponível em: acessado 23/10/ 2011.
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