Acadêmico do Curso de Agronomia
1. INTRODUÇÃO
O fungo Asperisporium caricae (Speg.) Maubl., agente causal da sarna ou varíola do mamão ou até mesmo pinta preta (nomes popularmente conhecido), tem como sinônimo Cercospora caricae Speg., 1886; Epiclinium cumminsii Massee, 1898; Fusicladium caricae (Speg.) 1902; Pucciniopsis caricae (Speg.) Höhn. 1923; Pucciniopsis caricae Earle, 1902; Scolicotrichum caricae Ellis & Everh., 1892 ( Index Fungorum, 2010).
Pertence ao Reino Fungi, Classe Fungos Imperfeitos (Ascomycota), Ordem Moniliales, Família Dematiceae, Gênero Asperisporium (Index Fungorum, 2010).
O agente causal da doença é o fungo anamórfico Asperisporium caricae, cuja fase perfeita é Mycosphaerella caricae, que ataca especificamente espécies do gênero Carica (abanorte,2010).
Esta doença é muito comum na cultura do mamão, principalmente em pomares mal cuidados, chácaras ou fundo de quintal. A doença afeta as folhas e principalmente os frutos, depreciando seu valor comercial. Se as plantas jovens sofrem um ataque muito severo, o seu desenvolvimento pode ser comprometido. A sarna ou varíola do mamoeiro está amplamente distribuída em todo o mundo, existem registros da sua incidência na África do Sul, Austrália, Costa Rica, Cuba, Estados Unidos, Filipinas, Haiti, Ilhas Virgens, Jamaica, Porto Rico, República Dominicana, Taiwan e Venezuela. No Brasil, existem registros de incidência apenas nos estados de Minas Gerais e São Paulo, mas acreditasse que ocorra em outras áreas onde há cultivo intenso do mamoeiro. Asperisporium caricae é um patógeno específico do mamoeiro (extranet.agricultura, 2010).
O fungo pode sobreviver nos tecidos enfraquecidos e nas folhas infectadas remanescentes na planta, ou nas folhas caídas no chão. Os conídios são disseminados pelo vento e respingos da água da chuva, da irrigação por aspersão ou do orvalho. Insetos que visitam os frutos com sintomas podem também ser uma via de disseminação da doença. Períodos chuvosos e úmidos prolongados e temperaturas altas são condições que favorecem o desenvolvimento da doença. O sintoma típico da doença são pústulas marrons e salientes na casca dos frutos (extranet.agricultura, 2010).
O mamoeiro (Carica papaya L.) é uma das plantas tropicais de maior importância na produção nacional e mundial de fruteiras (Nakasone, 1994). O Brasil é o maior produtor mundial de mamão, com uma produção estimada de 1,6 milhões de tonelada em 2005, porém desta, somente cerca de 2% é exportada (SBRT, 2006). As principais regiões produtoras encontram-se na Bahia e Espírito Santo (SBRT, 2006). Regiões com clima quente favorecem o cultivo do mamoeiro (Silva, 2001).
Nas folhas os sintomas apresentam-se como manchas marrons, de até 4 mm de diâmetro e rodeadas por um halo clorótico; no lado oposto da lesão, na superfície abaxial da folha, observam-se as frutificações pulverulentas e escuras do fungo, que dão um aspecto cinzento a negro às manchas. Já nos frutos as lesões ocorrem na superfície, sem aprofundar-se nos tecidos abaixo da casca nem atingir a polpa, e apresentam-se como manchas circulares e encharcadas, que ao evoluírem tornam-se pústulas de até 5 mm de diâmetro, marrons, salientes e causam o endurecimento da casca na área afetada (extranet.agricultura, 2010).
Não há referências sobre a existência de variedades ou cultivares de mamão resistentes a A. caricae. Os restos contaminados da cultura devem ser retirados do campo e queimados. Não são recomendadas pulverizações com fungicidas em plantações comerciais, pois as medidas de proteção adotadas para o controle das podridões de pós-colheita são suficientes para suprimir o desenvolvimento da doença (extranet.agricultura, 2010).
As principais espécies do gênero Asperisporium encontradas associadas à plantas no Brasil são: Asperisporium caricae (Speg.) Maubl. , Asperisporium mikaniigena (J.M. Yen & Lim) R.W. Barreto e Asperisporium sequoiae (Ellis & Everh.) B. Sutton & Hodges (Embrapa, 2010).
Segundo Oliveira (1994), a varíola é uma infecção do mamoeiro que se inicia nas folhas inferiores da planta, mas algumas vezes pode começar nas folhas novas e nos frutos. Na parte inferior das folhas, o fungo desenvolve frutificações pulverulentas, circulares e levemente angulosas. As manchas têm coloração cinza-clara no centro, cercada por linhas concêntricas, de margens marrom-escuras ou pretas. Os esporos desenvolvem nesta face, facilitando a contaminação dos frutos. Na face superior das folhas, ocorrem pequenas manchas de forma arredondada, de cor pardo-clara, cercada por um halo amarelo. Quando o ataque da doença é intenso, os sintomas podem ser amarelecimento, queda prematura das folhas e retardamento do crescimento e vitalidade das plantas. A queda de grande quantidade de folhas pode provocar queimaduras nos frutos, devido ao contato direto com o sol. Os primeiros sintomas da doença nos frutos verifica-se quando estes, ainda pequenos e verdes, apresentam nos tecidos áreas circulares com aspecto encharcado, em cujo centro notam-se pontos esbranquiçados, tornando-se posteriormente pardacentos e salientes. O tamanho das manchas acompanham o desenvolvimento dos frutos, adquirindo coloração mais escura e atingindo apenas a camada externa do fruto, que fica mais endurecida, porém sem atingir a polpa. De acordo com Rezende & Fancelli (1997), apesar das lesões não atingirem a polpa do fruto, causam endurecimento da casca, depreciando a qualidade dos frutos para o comércio. ( todafruta, 2010)
Existem poucos estudos sobre a relação patógeno/hospedeiro/ambiente. As manchas responsáveis pela maior liberação de esporos situam-se na face inferior da folha, têm coloração cinza-clara no centro, cercada por linhas concêntricas, de margens marrom-escuras ou pretas. Um estroma subepidérmico projeta-se através da sua epiderme liberando para o exterior conidióforos em cujos ápices se formam conídios escuros, rugosos com duas células que vão contaminar as folhas superiores e os frutos, mais próximos dela.
Sob condições de umidade relativa acima de 80%, temperaturas alternando-se entre alta durante o dia e amena durante a noite, com formação de nevoeiro pela manhã, pluviosidade e ventos fortes, acontece a dispersão para as folhas mais novas e para os frutos ainda verdes, que são colonizados e, cerca de 15 dias após, começam a aparecer as novas lesões. A maior dispersão de esporos fruto a fruto observa-se a partir da erupção dos estromas que vão aparecer plenamente no início da sua maturação. (abanorte, 2010)
Asperisporium caricae não causa danos a humanos e também não tem aplicação industrial (vidotto, 2004).
O objetivo desse trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos de Asperisporium caricae
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho foi feito no Laboratório de Microbiologia do Instituto Federal Goiano campus Urutaí.
Os propágulos do fungo foram retirados de folha de um mamão. A folha já infectada com alguns vestígios de fungo foi levada ao laboratório do campus, onde lá mesmo foi analisada através de um microscópio estereoscópico com a finalidade de se encontrar propágulos fúngicos para identificação do fungo.
Após a visualização dos propágulos devemos coletá-los da superfície foliar com o auxílio de uma pinça e colocá-los em uma lâmina contendo uma gota de fixador azul de metileno, em seguida colocou-se uma lamínula sobre a lâmina. Retirou-se o excesso de corante com papel higiênico, logo após vedou-se com esmalte e levar o conjunto para visualização em microscópio ótico. No microscópio a primeira objetiva a ser usada deve ser a menor (4x), para que possamos observar se os propágulos foram depositados na lâmina, após a observação destes, aumentamos as objetivas para os aumentos de 10x e 40x, para se observar as estruturas fúngicas com mais detalhes.
Comparamos as estruturas observadas com estruturas descritas em literatura para identificar o gênero ao qual o fungo pertence. Nesse trabalho o fungo identificado pertenceu ao gênero Asperisporium caricae.
Na lupa foi feito o corte histológico realizado com uma pinça e um gilete, foram feitos cortes bem pequenos e transversais da parte infectada pelo fungo da folha, em seguida os cortes foram colocados em uma lâmina contendo fixador azul de metileno colocando uma lamínula por cima vedando depois com esmalte. Foram medidos 50 conídios e 50 conidióforos utilizando um microscópio eletrônico com a lente micrométrica.
Para esse trabalho foram realizadas microfotografias das estruturas fúngicas no microscópio ótico e das frutificações fúngicas na epiderme das folhas no microscópio estereoscópico, utilizando câmera digital Canon® modelo Power Shot A580.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 1. Aspectos morfológicos de Asperisporium caricae A. Folha de um mamão (Carica papaya L.) contaminado por varíola (bar = 1400 µm) B. Folha do mamão analisado por um microscópico estereoscópico C. Corte histológico (bar = 4,2µm) D. Conídio E. Conídio hialino didimossepetado (bar = 0,4µm)
DESCRIÇÃO MICOLÓGICA:
O agente causal da doença é o fungo Asperisporium Caricae, que apresenta estroma subepidérmico no hospedeiro, produzindo conidióforos fasciculados, eretos e septados, com 40-45 µm de comprimento. Os conídios (Figura 1D e 1E) são bicelulares, piriformes ou ablongos, escuros e equinulados, com dimensões de 10 – 24 x 8 – 10 µm. A sobrevivência do patógeno ocorre em folhas (Figura 1A) e frutos doentes presos nas arvores ou caídos no solo, sendo a disseminação dos esporos realizada a curtas distancias por respingos de chuva e agua de orvalho e a longa distancia pelo vento, ocorrendo normalmente na parte inferior das folhas sendo mais severa em épocas chuvosas e em locais com alta umidade relativa( Kimati et al, 2005).
O fungo apresenta colônias pequenas (Figura 1B) em voltas de 3 à 4 mm de diâmetro, de forma circular e coloração pardo clara, circundadas por um halo amarelado, na parte inferior da folha o fungo desenvolve frutificações pulvurentas escuras, dispostas, segundo círculos mais ou menos concêntricos, que dão um aspecto cinzento a preto (Rezende et al, 2005).
ABANORTE. Disponível em: http://www.abanorte.com.br/noticias/noticias-principal/pinta-preta-do-mamoeiro-asperisporium-caricae-speg/. Acesso em: 01/11/2010.
BARNETT, H.L., & HUNTER B.B. Illustrated genera of imperfect fungi. 4ª ed. Minnesota: APS PRESS, 1998
BLUM, E.B., Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0100-41582007000500008&script=sci_arttext. Acesso em: 07/11/2010
EXTRANET. Disponível em: http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/!ap_praga_detalhe_cons?p_id_cultura_praga=4395&p_tipo_janela=NEW&p_id_foto=1442&p_script_body=&p_id_cultura_praga=4395. Acesso em: 01/11/2010.
Index Fungorum, Disponível em: http://www.speciesfungorum.org/Names/SynSpecies.asp?RecordID=100537. Acesso em 08/11/2010
KIMATI H. et al. Manual de fitopatologia. 4ª ed. São Paulo-SP: Editora Agronômica Ceres Ltda, 2005.
TODA FRUTA. Dísponível em: http://www.todafruta.com.br/portal/icNoticiaAberta.asp?idNoticia=17220. Acesso em: 08/11/2010.
TODA FRUTA. Disponível em: http://www.todafruta.com.br/portal/icNoticiaAberta.asp?idNoticia=2788.
Acesso em: 04/11/2010.
VIDOTTO, V. Manual de micologia média Ribeirão Preto- SP: Tecmedd, 2004
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ResponderExcluirEm sua prancha uma cor mais clara nas letras de algumas fotos melhoraria a visualização.
ResponderExcluirMarcelo Mueller: melhorar as referencias.
ResponderExcluirMelhorar a prancha de fotos e dizer quem confeccionou.
ResponderExcluirReajustar a prancha de fotos, pois pode ficar melhor.
ResponderExcluirPrimeiro parágrafo muito extenso e as fotos não são boas.
ResponderExcluirFaltou falar mais sobre o fungo em si, pois você falou mais sobre a doença que ele causa, citando epidemiologia, sintomologia... A literatura citada precisa ser melhorada.
ResponderExcluirNão precisava colocar aqueles titulos como:Epidemiologia,
ResponderExcluirfalasse direto sobre o assunto
Relacionar as estruturas fúngicas contidas na prancha de fotos com a descrição micológica.
ResponderExcluirFaltou a escala nas fotos. Completar as referências. O ponto vem depois da citação e não antes. Não era necessário os sub-títulos.
ResponderExcluirCássio: Não demonstrou os softwares utilizados na confecção da prancha.
ResponderExcluirEste fungo ataca somente o mamoeiro?
ResponderExcluiro fungo causa alguma doença em humanos?
Sites como embrapa cernagen enriqueceria seu trabalho.
Sua prancha de fotos não possui o nome do autor e nem as barras da escala.
Faltou fazer a chamada das fotos na descrição micologica.
Esquecu de por algumas palavras em italico, a prancha poderia ter recebido mais atencao do autor..
ResponderExcluirmelhorar sua prancha de fotos!
ResponderExcluirabrass
não colocou qual curso você faz
ResponderExcluirFaltou a escala na prancha
ResponderExcluirNão precisava ter citado as objetivas usadas no microscopio em materiais e metodos
ResponderExcluirTálita Borges.
ResponderExcluirNa descrição micológica faltou especificação das figuras. Pouca literatura.
Edvan Müller: Falou um topco especifico sobre a doença, o que não seria necessario.
ResponderExcluirAlicionon Oliveira: Faltou falar mais sobre o seu fungo, e nao citar muita informaçoes sobre o que ele causa.
ResponderExcluirFaltou a escala nas fotos,e melhorar as referencias.
ResponderExcluirOrganizar as referências citadas, e organizar um pouco melhor a prancha de fotos.
ResponderExcluirAlisson : a prancha faltou o nome do autor,organizar as referencias citadas .
ResponderExcluirLucas Silva: o trabalho refere-se a aspectos morfologicos e gerais do fungo você deu pouca enfase sobre o fungo e tentar contextualizar sua informações dentro da introdução você não pode cirar sub-titulos.
ResponderExcluirSobre metodologia ser mais detalhista e na prancha não tem como colocar mais fotos pra mostrar estruturas fúngicas e mostrar as medidas das estruturas.
Na descrição micologica se ta repentindo infomações que você falou na introdução.
Literatura citada organizar melhor.
poderia melhorar um pouca a visualização quanto a legenda da prancha de fotos, algumas repetições na descrição micologica.
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