segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

DESCRIÇÃO MICOLÓGICA:“ASPECTOS GERAIS E MORFOLÓGICOS DO FUNGO Trichoderma sp.”

“ASPECTOS GERAIS E MORFOLÓGICOS DE Trichoderma sp.

Sabrina Pasetto e Milton L. Paz Lima
Acadêmica do curso de Tecnologia em Gestão Ambiental
Professor da Disciplina de Microbiologia Geral

INTRODUÇÃO


Os fungos são organismos eucarióticos, heterotróficos (sapróbios, parasitas ou simbiontes), geralmente formam um micélio, cujas paredes contêm essencialmente quitina, se reproduzem por esporos de origem assexual e/ou sexual, apresentam nutrição absortiva os mais evoluídos dicariofase (fase dicariótica prolongada, em que a frutificação é composta de hifas binucleadas com presença simultânea de dois núcleos haplóides sexualmente opostos). (Smith, 2001, Guerrero & Silveira 2003).
Neste trabalho apresentaremos especificadamente o gênero Trichoderma sp..O gênero Trichoderma sp. foi descoberto no inicio do século 19 (por volta de 1865, pelos irmãos Tulasne), mas sua taxonomia ficou obscura ate as ultimas décadas.
Ao total foram registrados 825 gêneros do fungo Trichoderma.(USDA)
O fungo Trichoderma sp. apresenta a seguinte posição taxonômica: Reino fungi, da ordem Hypocreales, gênero Hypocrea, pertencente à subdivisão Deuteromiceto com sua forma teleomófica desconhecida ou ausente.O gênero Trichoderma é amplamente distribuído, e é constituído por fungos saprofíticos com capacidade de parasitar outros fungos, inclusive fitopatógenos. O processo de parasitismo envolve a secreção de antibióticos e enzimas que hidrolisam a parede celular do hospedeiro. (Visitação & Lima, 2009).
Doenças de plantas, principalmente causadas por patógenos de solo, são responsáveis por perdas severas em culturas de importância econômica em todo o mundo. A utilização de cultivares resistente seria uma grande alternativa para o controle de pragas, doenças e plantas invasoras, porém, dificuldades como a identificação de genes de resistência para alguns patógenos e a habilidade de adaptação que estes possuem a novos genótipos de plantas, podem tornar a resistência uma solução temporária (Laranjeira, 2001).
Trichoderma sp. é eficaz no controle de inúmeros fungos fitopatogênicos, principalmente aqueles com estruturas de resistência consideradas difíceis de serem atacadas por microrganismos, como esporos, escleródios, clamidósporos e microescleródios (Melo, 1996). Fatores como temperatura, umidade, aeração, pH e teor de matéria orgânica influenciam na sobrevivência de Trichoderma em solo natural ou infestado artificialmente. A temperatura de crescimento ótima é de 25ºC, ainda que o escalão de crescimento esteja entre os 15º e os 35ºC. Para baixo ou para cima destas temperaturas, a Trichoderma sp. caracteriza-se por adquirir formas de resistência.( Systematic Mycology and Microbiology Laboratory, Agricultural Research Service, U.S. Department of Agriculture).
O pH adequado para o desenvolvimento da Trichoderma sp. está entre 6 e 6,5, conquanto possa viver em escalões superiores, pois a maior parte das espécies de Trichoderma têm a capacidade de acidificar o pH de seu meio edafológico mediante a libertação de ácidos orgânicos.Em geral a Trichoderma sp. é tolerante à aplicação de pesticidas químicos, ainda que seu crescimento se veja reduzido pelos metais pesados presentes nos pesticidas.
Trichoderma sp. é um produtor eficiente de muitas enzimas extra celulares. Emprega-se comercialmente para a produção de celulasas e outras enzimas que degradam polissacarídeos complexos. São usadas com freqüência na indústria têxtil e alimentícia com estas finalidades. Por exemplo, as celulosas se utilizam no processo de pré lavado dos tecidos de jeans para dar, com maior facilidade, a textura de desbotado. Também fazem parte de alimento para aves com o fim de melhorar a digestão das hemicelulosas da cevada e outros cereais. Na indústria panificadora se utiliza para potenciar o uso dos fermentos (Norte, 2006).
Alguns tipos de patógenos podem contribuir para a baixa porcentagem de germinação de sementes e o mais freqüente de algumas espécies entre outras está o Trichoderma, nas doenças de dendezeiro. ( Trindade, et al. 2005). Em doenças como no milho, ocorre em menor importância a miscelânea, que em culturas do milho no Brasil, doenças secundarias em espigas que é causado também pelo gênero Trichoderma, Colletotrichum graminicola, Aspergiullus spp., entre outros.( Pereira, et al., 2005)
O gênero Trichoderma sp. pode causar um micotoxicoses similar ao causado pelo Stachybotrys chartarum, o Tricotecenos. Os tricotecenos macrocíclicos produzidos por esse fungo localizam-se tanto nos esporos (conídios), quanto nos próprios fragmentos micelianos. Pode causar doenças respiratórias, os sintomas típicos da micotoxicoses são sangramentos nasais e traqueais, (Embrapa, 2007). Em relação ao Trichoderma, ainda são poucos os índices de causa de micotoxinas.
A empresa AGRI nova Science criou o produto TRICHODERM-ECO, o qual é um produto natural-ecológico que respeita o ambiente, composto por uma mistura de cepas do fungo Trichoderma sp, as quais foram selecionadas como agentes de controle biológico e bioprotetor radicular.
Este produto transmite aos solos agrícolas conídios do fungo Trichoderma sp, as quais colonizam o solo, e uma vez germinadas, competem pelos nutrientes e pelo espaço com os patogênicos que possam surgir. Proporciona um efeito de potenciação do crescimento radicular e vegetativo das plantas cultivadas. E para cada cultura que se aplica existe uma dosagem e aplicações certas.
O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos do fungo Trichoderma sp..


2. MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no Laboratório de Microbiologia do Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí. Os propágulos do fungo foram retirados de uma amostra da caixa gerbox, que se encontrava no laboratório do Instituto para análises.
Para o estudo do fungo, foi feito o preparo de laminas semi-permantes. Com a utilização de papel filtro, fixador a base de azul de metileno (que serve para matar o fungo e conservar sua estrutura e sua composição de ácido acético, álcool, água e glicerina), laminas, lamínulas, espátula metálica, lamparina. Com o papel filtro sobre a bancada, e a lamina sobre o papel colocamos uma gota do fixador a base de azul de metileno, e após flambar a espátula na lamparina (esse método é utilizado para esterilizamos a espátula, para não haver certa contaminação de outros organismos)e retiramos propágulos do fungo e colocamos sobre a gota que esta na lâmina. Este procedimento deve ser feito com cuidado, espalhando bem os fragmentos do fungo. Logo após, colocamos a lamínula sobre a lâmina onde estão os propágulos do fungo. Depois deste procedimento, retiramos o excesso de fixador (corante) em volta e vedamos com esmalte.
A partir disso podemos analisar o fungo no microscópio ótico. Começando a analisar pela menor objetiva (4x), observando os propágulos depositados na lamina, a partir dessa observação aumentamos as objetivas para 10x, 40x, para analisarmos a estrutura fungica com mais detalhes.
Comparamos a imagem formada no microscópio com literaturas para identificação do gênero que o fungo pertence. Também tivemos a confirmação do professor Milton Luiz da Paz Lima. E reconhecemos que o fungo pertence ao gênero Trichoderma sp..
Na realização desse trabalho foram tiradas microfotografias das estruturas do fungo no microscópio, onde para uma melhor visualização colocamos na lente objetiva de 100x, utilizando o óleo de imersão, assim tiramos microfotografias utilizando a câmera digital marca Cânon, modelo Powershot SD750 7.1 mega pixels.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO





Figura 1. Aspectos morfológicos do fungo Trichoderma sp. A. Cabeça úmida de conidióforo de Trichoderma.(bar=3,25µm x 1,5µm) B. Hifa geradora de dois conidióforos. C. Conidióforo da célula conidiogênica (c1) e fialídica (c2). D. Conidióforo da célula conidiogênica ( d1), fialídica (d2) e conídio (bar=0,19µm) (d3). E. Conídio (bar=0,11µm).

Descrição Micológica:

O fungo Trichoderma sp.possui colônias de crescimento rápido, figura 1. Conidiação espalhada ou vagamente fasciculado, verde-amarelado a verde-escuro-verde. Colônia reverso amarelo pálido ou maçante. Conidióforos (figura d1) regularmente verticiladas e repetidamente ramificados em direção à base(Figura B e C), formando uma pirâmide estrutura. Fiálides mais ou menos ampulliformes (Figura d2), principalmente conídios (Figura d3) verde-claro, obovoide.
A cabeça úmida de conidióforo, (figura A.) tem valores os quais a maior encontrada tem bar= 3 µm (comprimento) e 4µm (largura), a média possui bar=3,25µm por bar=1,5µm e menor bar=2µm por bar=1µm. Na figura D. vemos a célula conidiogênica produzindo conídios os quais encontramos medidas, maior bar= 0,19µm, média bar= 0,11µm e o menor bar=0,01µm.
Conídios tamanho e a forma são semelhantes aos de Penicillium sp. e Aspergillus sp. , mas Trichoderma formas grupos pegajosos de conídios com um pigmento distintivo verde em vez de cadeias. Típico aglomerados de esporos verdes são identificados como Trichoderma.
Espécies de Trichoderma são facilmente isoladas do solo por todos os convencionais disponíveis métodos, principalmente devido a seu rápido crescimento e abundante produção de conídios. Devido à a formação de clamidósporos e colonização de substratos orgânicos, espécies de Trichoderma também são facilmente obtidos por técnicas de lavagem do solo. Em madeira, pode ser visto freqüentemente como colônias distintas a partir dos quais em isolamento puro cultura pode ser alcançada no campo com cuidado moderado.
Por muitos anos, a capacidade desses fungos para aumentar a taxa de crescimento e desenvolvimento das plantas, incluindo, especialmente, sua capacidade de causar a produção de mais raízes robustas foi conhecido. Os mecanismos para estas habilidades estão apenas agora se tornando conhecidos.
Algumas destas habilidades são susceptíveis de ser muito profunda. Recentemente, descobriram que uma cepa aumenta o número de raízes profundas, mesmo (tanto quanto um metro abaixo da superfície do solo). Estas culturas causar profundas raízes, como milho e plantas ornamentais, tais como o gramado, para se tornar mais resistente à seca.
Talvez ainda mais importante, as pesquisas recentes indicam que o milho, cujas raízes são colonizadas por Trichoderma sp.requerem fertilizantes nitrogenados cerca de 40% a menos do que o milho, cujas raízes ausência do fungo. Desde o uso de fertilizantes de nitrogênio é susceptível de ser restringida por mandato federal para minimizar os danos ao ambiente oceânico estuário e outros o uso deste organismo pode fornecer um método para que os agricultores mantenham elevado de produtividade agrícola quando ainda encontro novas regras susceptíveis de serem aplicadas (Lorito et al. 1998).






LITERATURA CITADA.

A Bergamin Filho (et. Al 1995) : descrição morfológica do Fungo Trichoderma sp. , disponível em livro: Manual de Fitopatologia, volume um(1): princípios e conceitos., Acessado em outubro de 2010.

AGRI nova, para uma vuda mais saudável: Trichoderm- Eco acessado em outubro de 2010.

Cornel Universirsity College of Agriculture and Life Sciences, Department f Entomology:uso do Trichoderma, biocontrolador e taxonomia e genética.acessado em outubro de 2010.

EMBRAPA, documentos: Micotoxinas: importância na alimentação, e na saúde humana e aminal, <> acessado em outubro de 2010.

Laranjeira, A., 2001.Trichoderma para o uso de controle de fitopatogenos.
<> acessado em outubro de 2010.

Pereira, O.A.P.,
et al. Doenças do milho. In: Manual de fitopatologia. V.2. 4 ed. São Paulo: Editora Agronomica Ceres Ltda, 2005 p. 477-488. Acessado em dezembro de 2010.

Scribd: Morphology and identification of Trichoderma, , acessado em outubro de 2010.

Norte, A. In: Spain Bonsai, primeira revista digital multilíngüe: O gênero Trichoderma e sua variabilidade genética. acessado> outubro de 2010.

Systematic Mycology and Microbiology Laboratory, Agricultural Research Service, U.S. Department of Agriculture acessado em dezembro de 2010.

Trichoderma spp. – Microorganismo utilizado no controle de fitopatógenos acessado outubro 2010.


Trindade, D. R., et al.Doenças do dendezeiro.In: Manual de Fitopatologia.v2.4 ed. São Paulo: Editora Agronomica Ceres Ltda, 2005 p.303-307.

Visitação, V. L. ; Lima, V.M.G. Características cinéticas e bioquímicas da lípase de Trichoderma.<> acessado em outubro de 2010.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul: Potencial do uso dos fundos Trichoderma spp. <> acessado em outubro de 2010

USDA, Agricultural Research Service
<> acessado em dezembro de 2010.






































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