terça-feira, 9 de novembro de 2010

ASPECTOS GERAIS E MORFOLÓGICOS DO FUNGO Asteromidium sp.

Emílio França Rincon
Acadêmico do curso de Agronomia



1. INTRODUÇÃO

O fungo Asteromidium sp. foi descrito por Saccardo em 1884 (Brian C. Sutton). A posição taxonômica do anâmorfo Asteromidium sp é representada por: Reino Fungi, insertae sedis (Grupo incerto Fungos Mitospóricos, subgrupo hifomicetos) e a forma teleomórfica pertence ao Reino Fungi, Divisão Ascomycota, apesar de ter sido descoberto há um bom tempo, existe poucos estudos sobre este fungo, no qual ainda não foi designada sua classe, subclasse, ordem e família.

O gênero é representado por apenas quatro espécies, sendo elas: Asteromidium imperspicuum (Seeg, 1888), Asteromidium secundum (Bat. & Peres, 1959), Asteromidium tabebuiae (Ferreira & Muchovej, 1987) e Asteromidium tabebuiae-impetiginosae (Pomella & Mesquita, 1997).

No Brasil são conhecidas somente as espécies Asteromidium tabebuiae (Ferreira & Muchovej, 1987) e Asteromidium tabebuiae-impetiginosae (Pomella & Mesquita, 1997) segundo Farr e Rosmann, 2010. Há registros de 103.733 casos de Asteromidium sp. ocorridos no Brasil e em Hong Kong.

De acordo com Farr e Rosmann, 2010, a ocorrência de Asteromidium sp. foi relatada apenas em hospedeiras de Tabebuia spp.

A doença mais conhecida é a Mancha-escura das folhas do Ipê causada por Asteromidium tabebuiae. Esta doença foi primeiramente observada e descrita por tabosa e albulquerque (1977) em Belém, Pará (Ferreira, 1989).

Os sintomas dessa doença são bastante característicos, especialmente quando observados na superfície superior do limbo. Em geral, em um folíolo ocorrem várias manchas, circulares, marrom-avermelhadas, de no máximo 2 cm de diâmetro. Na superfície inferior, a tonalidade das manchas é mais fraca. As frutificações do patógeno ocorrem em grande número por mancha na superfície superior dos folíolos, mas um menor número de frutificações é também observado na superfície abaxial (Ferreira, 1989).

O fungo Asteromidium sp. não possui nenhuma utilidade farmacêutica e também nenhuma utilização industrial (embrapa cernagem, 1998).

O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos do fungo Asteromidium sp.


2. MATERIAIS E MÉTODOS

Os procedimentos e materiais utilizados na coleta e identificação do fungo Asteromidium sp foram todos disponibilizados pelo Instituto Federal Goiano campus Urutaí e realizados com a supervisão do Professor Milton Lima.

Foram coletadas amostras pelo método de pescagem direta do fungo Asteromidium sp, na folha de Ipê disponível no herbário do laboratório de Microbiologia. Esse método consiste em coletar amostras com o auxílio de uma pinça com formato de agulha, para a confecção da lâmina.

As amostras coletadas foram colocadas em uma lâmina contendo uma gota de fixador a base de azul de metileno. Logo após foi colocada uma lamínula sobre a lâmina preparada. O excesso de fixador da lâmina foi retirado utilizado papel higiênico. Após esse procedimento, vedou-se a lâmina com esmalte.

A lâmina foi levada para a visualização no microscópio ótico. A primeira objetiva a ser usada deve ser a menor (4x). Nessa objetiva observamos se os propágulos fúngicos foram depositados na lâmina. A próxima objetiva a ser utilizada é a de 10x e posteriormente a de 40x, com o intuito de observar as estruturas fúngicas com mais detalhes.

O fungo foi identificado com ajuda de literatura e do Professor Milton Lima. O fungo foi identificado como Asteromidium sp.

Posteriormente foram realizados micro e macrofotografias das estruturas fúngicas no microscópio ótico e das frutificações fúngicas na epiderme das folhas no microscópio estereoscópico, utilizando câmera digital Canon®, modelo Power Shot SD750, 7.1 mega pixels.

Para fazer a descrição morfométrica foram medidos 10 piquinidíos na ocular de 10x e 10 conidíos na ocular de 40x no microscópio óptico utilizando a ocular micrométrica.


3. RESULTADOS E DISCUSSÃO




Figura 1. Aspectos morfológicos de Asteromidium sp. mostrando os piquinidíos A (bar꞊ 7µm). e B (bar꞊ 10,5µm). Cortes de acérvulos subcuticular com cirros conidiais de Asteromidium sp. C. D (bar꞊ 61µm) . e E (bar꞊ 50,8µm). Conidíos de Asteromidium sp.


DESCRIÇÃO MICOLÓGICA

Micélio imerso, ramificadas, septadas, hialinas. Conidiomas acervular, subcuticular, separada ou confluentes, base composta de hialina a marrom pálido, textura de paredes finas, que se estende lateralmente, e finalmente, com células separadas dispersas em uma matriz mucilaginosa para formar a parede sobrejacente; cutícula descoloridas e ocasionalmente paredes adjacentes à parede superior da epiderme também descolorida. Deiscência irregular. Conidióforos ausente. Células conidiogênicas holoblásticos, discretas, indeterminado, cilíndricos, hialinos, lisos, com 1-2 proliferação simpodial, plana, formada a partir da base e paredes laterais. Conídios cilíndricos (figura 1C 1D e 1E) a fusiformes, levemente cônico em cada extremidade, ápice obtuso, base truncada, de paredes finas, hialinos, 3 septos.
Os conídios apresentam a medida de 25 - 17,5 - 10 x 2,5 - 1,85 - 1,25 µm (figura 1C,1D e 1E). Os piquinídios do fungo apresentaram as seguintes medidas: 240 - 203 - 150 x 180 - 152 - 110 µm (figura 1A e 1B).



4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FARR, D.F. & ROSSMAN, A.Y. Bancos de dados de fungos, Micologia sistemática e Laboratório de Microbiologia, ARS, USDA. Disponível em:
http://nt.ars-grin.gov/fungaldatabases/, acessado em outubro de 2010.

FERREIRA, F. A., Patologia Florestal: Principais Doenças Florestais no Brasil. Viçosa, 1989.

INDEX FUNGORUM disponível em: www.indexfungorum.org/Names/Names.asp, acessado em outubro de 2010.

MENDES, M. A. S.; SILVA, V. L. da; DIANESE, J. C.; FERREIRA, M. A. S. V.; SANTOS, C. E. N. dos; GOMES NETO, E.; URBEN, A. F.; CASTRO, C. Fungos em plantas do Brasil. Brasília: EMBRAPA-SPI / Embrapa-Cenargen, 1998. 569 p.

SUTTON, B. C. The coelomycetes. Commonwealth mycological institute kew, Surrey, England. 1980.

27 comentários:

  1. vc teria trabalhos na área de patologia de sementes?

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  2. Faltou o endereço do site pesquisado em Referências bibliograficas.

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  3. Marcelo Mueller: faltaram endereços nas referencias.

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  4. Faltaram algumas referências utilizadas.

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  5. Na legenda da prancha o nome do gênero não esta em itálico, e faltou colocar resultados e discussão em cima da prancha.

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  6. No título do trabalho falta o nome do gênero em itálico. Faltou resultados e discussão.

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  7. Você poderia ter separado a introdução dos materiais e métodos e dos resultados e discusão. Falta citação em alguns parágrafos. As referências não estão em ordem alfabética. Não apareceu os sites em que você pesquisou na literatura citada. Sua prancha ficou muito boa.

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  8. Falta a mediçao das barras e a chamada na descrição micológica

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  9. Faltaram algumas referências, a prancha ficou muito bem montada e bem descrita.

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  10. Robson : Nao precisava colocar o tamanho da objetiva nos materiais e metodos.

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  11. Tálita Borges.
    Não contém referências utilizadas.

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  12. Lucas da Silva Araújo: na introdução você disse que "Grupo incerto Fungos Mitospóricos, subgrupo hifomicetos" mas o Asteromidium tem acérvulo o que caracterisa como coelomicetos e não hifomicetos e no penúltimo paragráfo esta faltando a citação e tentar procurar mais informação na literatura. Separar Materias e Metodos da introdução ver isso. Em materiais e metodos os nomes cientificos não estão em italico e precisa organizar melhor o penúltimo parágrafo que diz "O fungo foi identificado com ajuda de literatura e do Professor Milton Lima. O fungo foi identificado como Asteromidium sp." então ta confuso so dar uma ajustada nisso.
    Na prancha da uma melhorada nela na legenda especifica mais e ta faltando as medidas das estruturas fúngicas. Na referência ta faltando o site que você pesquisou.
    Seu trabalho ta bom basta você dar uma revisada nele e procurar mais informações para enriquecer seu trabalho.
    Abraços !!!

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  13. Faltou relacionar as estruturas fúngicas identificadas na prancha de fotos com a descrição micológica.

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  14. Cássio: Não demonstrou a composição do fixador e como foi feita a prancha.

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  15. A citação bibliográfica index fungorum, não apresenta o link do site. Falta fazer a medição das barras para se obter as escalas. Falta o subtitulo matériais e métodos. A introdução precisa ser melhorada no aspecto da concordancia verbal. O sp. possui ponto. Faltam referencias na introdução.
    o fungo causa alguma doença em humanos?
    Em que plantas o fungo se ospeda?
    o site embrapa cernagen traria muitas informações ao seu trabalho.

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  16. Não separou o trabalho de acordo com a introduçao, materiais e métodos. Tambem faltou algumas referências.

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  17. Ivo, faltou separar introdução, materiais e métodos e resultados e discução, algumas fotos não ficaram boas.

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  18. A prancha ficou muito boa, porem não apareceu os sites em que você pesquisou na literatura citada.

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  19. Valeu pela sinceridade de todos!
    Vou procurar melhoralo!
    abrass a todos.

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  20. Tem uma citação no texto que não era necessário todas as letras maiúsculas

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  21. Edvan Müller: Colocar os topicos, introdução materiais e metodos, para que seu trabalho fique melhor ainda.

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  22. Prancha ficou muito bem montada e bem descrita. Penúltimo parágrafo esta faltando à citação na introdução você disse que "Grupo incerto Fungos Mitospóricos, subgrupo hifomicetos" Não apareceram os sites em que você pesquisou na literatura citada. Sua prancha ficou muito boa, só falta dar uma enriquecida em teu trabalho.

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  23. Alicionon Oliveira: Faltou algumas citaçoes, nao houve separaçao entra dos materiais e metodos, mas em geral bem trabalhado.

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  24. Alisson: o trabalho ficou vazoavel, para que fique melhor pode começar com a divisao correta dos topicos !

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