terça-feira, 9 de novembro de 2010

“ASPECTOS GERAIS E MORFOLÓGICOS DE Mycovellosiella robbsiisp.

João Guilherme Ravanello Ceolin
Acadêmico do curso de Agronomia

INTRODUÇÃO
A Mycovellosiella robbsii
pertence ao reino fungi, filo Deuteromycota, classe Hiphomycetes, ordem Moniliales, família Dematiaceae e gênero Cercospora sp. (Bergamin Filho et al., 1995). Relataram que estes fungos pertencem ao Reino Fungi, ao grupo dos fungos mitospóricos, sub-grupo dos hifomicetos.
O gênero
Cercospora sp. é representado por aproximadamente 3.202 (três mil duzentos e dois) componentes sendo que muitos destes são causadores de danos às plantas (Index Fungorum, 2010).
O gênero
Cercospora sp. Fresen. primeiro foi descrito em 1863 por Fresenius e atualmente é um dos maiores gêneros e um dos mais heterogêneos dos Hyphomycetes (Crous & Braun, 2003). Espécies pertencentes a este gênero de planta são fitopatogênicos e distribuídos em todo o mundo e podem causar cercosporiose na maioria das famílias de plantas mais importantes (Crous & Braun, 2003). Desde a descrição do gênero, a taxonomia das espécies tornou-se difícil porque Cercospora sp. por muitos anos tem sido um sinônimo para todos os hifomicetos dematiáceos com conídios filiformes (Pons & Sutton, 1988). Johnson & Valleau (1949) indicaram que a maioria dos fungos pertencentes ao gênero Cercospora spp. são morfologicamente uniformes e pertencem a uma única espécie de Cercospora sp. que ocorre em uma ampla gama de hospedeiros e morfologicamente é indistinguível da C. appi Fresen. O nome mais antigo
disponível para este grande complexo de táxons morfologicamente indistinguíveis de Cercospora é
Cercospora apii. Esta abordagem foi questionada por Chupp (1954), que afirmou em sua monografia que espécies de Cercospora são geralmente específicas. Chupp (1954) posteriormente formulou o conceito de que "uma espécie de Cercospora é específica ao gênero ou família da planta hospedeira", esse conceito de, Chupp (1954) levou à descrição de um grande número de espécies com base no hospedeiro identificado, levando a criação de mais de 3000 nomes que foram listados por Pollack (1987). Um total de 659 espécies de Cercospora foram reconhecidos, com mais 281 sendo referidas sinonímias de C. apii. Esta decisão foi apoiada por vários experimentos de inoculação que foram realizados no complexo C. apii (Vestal, 1953; Johnston & Valleau 1949; Fajola, 1978) e que levantou dúvidas quanto à especificidade do hospedeiros e existia dentro deste complexo. Até o momento apenas algumas espécies, pertencentes a C. apii foram cultivados, e os dados moleculares abordando a especificidade ao hospedeiro dentro deste complexo ainda está faltando. Três cenários são possíveis ao examinar a associação de espécies hospedeiras de taxas pertencentes ao complexo C. apii. O primeiro cenário é que uma única espécie de Cercospora sp. ocorre em uma ampla gama de hospedeiros, a segunda é que existem várias espécies com sobreposição de critérios morfológicos e o terceiro é que algumas espécies de Cercospora são específicas, enquanto outras não (Ellis, 1971).
A primeira evidência de que espécies distintas existem dentro do morfotipo C. apii recentemente foi publicada pela Groenewald et al. (2005). O último estudo sobre espécies
Cercospora sp. isoladas a partir da beterraba (Beta vulgaris) e aipo (Apium graveolens). Características avaliadas para esses isolados incluindo morfologia, características culturais e exigências de temperatura para o crescimento. Estes dados foram complementados com análises de fragmentos amplificados de polimorfismo e análise filogenética com cinco genes diferentes. Groenewald et al. (2005) mostraram que três espécies distintas de Cercospora existe, incidindo sobre as folhas, de beterraba sacarina e/ ou aipo, ou seja, C. beticola de beterraba açucareira, C. apii tanto de beterraba, aipo, salsinha e uma terceira que foi isolada do aipo na Venezuela e Coréia (Lacy et al., 1996).
Em sua monografia do gênero
Cercospora sp. Fresen., Chupp (1954) aceita 1.419 espécies. No total, mais de 3.000 espécies de Cercospora têm sido descritas, das quais 659 estão atualmente reconhecidas (Groenewald, 2005). Geralmente, as espécies de Cercospora são consideradas o ser determinado (Ellis, 1971) ao nível da planta do gênero ou família; seu conceito levou à descrição de um grande número de espécies. Várias espécies de Cercospora, que são morfologicamente distinguíveis de C. apii Fresen., foram colocados no complexo C. apii (Crous et al., 2003). Estudos de inoculação cruzada revelaram que isolados do complexo C. apii podem infectar uma ampla gama de hospedeiros, incluindo Apium graveolens (aipo) e Beta vulgaris (Beterraba) (Pongpanich et al., 1998; Crous et al., 2003). Em sua revisão do gênero Cercospora sp., Chupp (1954) refere 281 espécies morfologicamente distinguíveis para o complexo C. apii. Recentes análises genéticas de Cercospora spp. mostraram principalmente em seqüências dos espaçadores internos transcritos (ITS) de DNAr e no gene 5.8S do DNAr. Esses estudos revelaram que maioria das espécies de Cercospora, em especial os membros do complexo C. apii, são idênticos ou muito estreitamente relacionados (Hillis, 1993). A julgar pela sua semelhança morfológica, bem como sua comprovada infectividade cruzada, é provável que as espécies do complexo C. apii devam ser consideradas sinonímias. Espécie considerada como representante de C. apii seja lato sensu falta um teleomorfo conhecido. Embora o gênero Cercospora sp. seja bem estabelecido anamorfo do gênero Mycosphaerella sp. (Hillis, 1993, Lartey, 2005), apenas uns poucos teleomorfos foram elucidados através dos estudos culturais (Lartey, 2005). As análises filogenéticas entre todas as espécies de Cercospora spp. isolados até o momento foram agrupadas claramente ao teleomorfo representado por Mycosphaerella sp. Portanto, se um teleomorfo vier a ser encontrado para C. apii., deve ser uma espécie de Mycosphaerella sp. (Hillis, 1993).
O Sansão-do-Campo (
Mimosa caesalpineafolia) Família Fabaceae, Divisão Angiospermae de Origem Brasilileira com Ciclo de Vida Perene é uma planta espinhenta de 5 a 8m de altura, dotada de copa baixa e densa, com tronco de 20 a 30cm de diâmetro, revestido por casca com ritdoma escamoso. folhas alternas espiraladas , estipuladas, compostas bipinadas, geralmente com 3 pares de pinas opostas, cada uma provida de 4 a 8 folíolos glabros e ovais. As flores são pequenas, com longos estames, de coloração branca-creme, reunidas em espigas cilíndricas. Os frutos são do tipo legume (vagem), com cerca de 9cm de comprimento e 5 a 6 sementes . Originário do semi-árido nordestino.
O crescimento é muito rápido e com cerca de dois anos já forma uma cerca viva imponente. É indicada também como quebra-vento, e está sendo largamente utilizada com esta finalidade em pomares comerciais, como de laranjas. Por ser uma leguminosa, o sansão-do-campo, fornece forragem de elevado valor protéico, e é uma das importantes alternativas para a alimentação de caprinos. Quando implantada em pastagens, como cerca-viva, deve ser protegida dos animais,pelo menos no primeiro ano. Atinge altura máxima de 8 metros.
O sansão-do-campo é uma árvore de crescente popularização, utilizado principalmente como cerca-viva. A madeira do sansão-do-campo também é bastante explorada. Ela caracteriza-se por ser dura, pesada, compacta, resistente a cupins, e muito durável mesmo quando enterrada. Dela podem ser feitas estacas, moirões, dormentes, postes, porteiras, carvão, etc. Devido a facilidade de propagação, pode se tornar invasiva em áreas desmatadas (Lorenzi, 2008).

MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no Laboratório de Microbiologia do IF Goiano campus Urutaí-GO onde retirou-se amostras do fungo identificado como
Cercospora sp., o fungo foi encontrado em folhas de sansão-do-campo (Mimosa caesalpineafolia) que foram coletadas em uma fazenda da região de Urutaí-GO. No laboratório utilizou-se o método de pescagem para a construção de laminas permanentes para visualização no microscópio, levou-se uma folha ao microscópio estereoscópico (lupa), e utilizando uma pinça coletou-se o fungo e depositou-o em uma lamina onde continha uma gota de fixador lactofenol cotton-blue, e então colocou-se uma lamínula sobre a lâmina, com um papel toalha foi retirado o excesso de fixador e em seguida vedou-se a lamina com esmalte.
No microscópio óptico foi analisado o fungo e classificado de acordo com suas estruturas.
Foram realizados registros macro e microscópios utilizando câmera digital Canon® modelo Power Shot A580 do professor Milton Luiz da Paz Lima.



RESULTADO E DISCUSSÃO
Figura1: Aspectos morfológicos da Mycovellosiella robbsii, A. Conidióforos, B, C e D. Conidióforos claviformes septados, E e F. Conídio ligado a célula conidiogênica.

DESCRIÇÃO MICOLÓGICA:
Pertence ao reino fungi filo
Ascomycota, classe Dothideomycetes, ordem Capnodiales, família Mycosphaerellaceae, gênero Cercospora sp.,(index fungorum, 2010).
Conidióforos escuros, simples, provenientes de cachos e de ruptura de tecido foliar, tendo conídios sucessivamente. conídios (sympodulospores) hialina ou cinza, filiformes, vários unicelulares; parasitárias em plantas superiores causadoras de manchas foliares
Micélio imerso na maior parte. Estroma, quando não apresentam Conidióforos pálida, em tufos, retas ou flexuosas, raramente ramificados, marrom olivácea a marrom hialina, visível para o ápice. Células conidiogênicas terminais polylocal, simpodial Conídios solitários, atenuados em direção ao ápice, muitas vezes, truncado na base com uma cicatriz larga, plana, multiseptado, incolor ou castanho claro.

LITERATURA CITADA

CHUPP, C.. Uma monografia do fungo do gênero. Cercospora Ithaca, Nova York: 1954. Publicado pelo autor.

CROUS, P.W.; BRAUN, U.. Mycosphaerella e seus anamorfos 1. Nomes publicados em Cercospora e Passalora. CBS, 2003. Série Biodivers 1:1-571.

ELLIS, M.B.. Hyphomycetes Dematiaceous. Kew, Surrey, no Reino Unido: CMI. 1971.

FAJOLA A.O.. O efeito de alguns fatores ambientais sobre as estruturas reprodutivas de algumas espécies de Cercospora. Novembro. 1978. Edwiges 29:922-934.

GROENEWALD, Jz. Espécies e genótipos: pareceres versus dados. Australia, 2005. Pl Pathol (no prelo).

GROENEWALD, M.; GROENEWALD J.Z.; CROUS, P.W. Espécies distintas existem dentro do morfotipo Cercospora apii. 2005. Phytopathology 95:951-959.

HILLIS, M.S.; BOL, J.J.; Um teste empírico de bootstrapping como um método para avaliar a confiança na análise filogenética. 1993. Syst 42:182-192 Biol.

INDEX FUNGORUM. Disponível em: http://www.indexfungorum.org/names/Names.asp . Acesso em 07 de novembro de 2010

JOHNSON, E.M.; VALLEAU W.D. Synonomy comum em algumas espécies de Cercospora. 1949. Phytopathology 39: 763-770.
LACY, M.I.; BERGER, R. D.; GILBERTSON, R.I.; LITTLE, E. I. Current challenges in controlling diseases of celery. 1996. Plant Disease 80:1084-1091.

LARTEY R.; TON-CÉSAR, J.W.; BERGMAN, W.L.; SHELVER CÉSAR, A.J.; SOL, N.I.; Cártamo: Um novo hospedeiro de Cercospora beticola. 2005. Plant Dis 89:797-801.

LORENZI, H. Arvores brasileiras, manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil.2008. vol.01 5ª edição.

POLLACK F.G. Uma compilação de nomes anotados Cercospora. 1987. Mycol Mem 12:1-212.

PONGPANICH, K.; HIMAMAN, W.; ARZANLOU, M.; WINGFIELD, M.J..2004. Especiação e especificidade de hospedeiro entre Mycosphaerella spp. ocorrendo em espécies australianas de acácia como exóticas cultivadas nos trópicos. 1998. Stud Mycol 50:457-469.

PONS N.; SUTTON, BC. Cercospora e fungos semelhantes em inhame. 1988.(Dioscorea spp.). Mycol Pap 160:1-78.

VESTAL, E.F. Patogenicidade: resposta do hospedeiro. 1953.

BARRETO, R.W. & MARINI, F.S. Mycovellosiella robbsii sp. nov. causing leaf-spot on Mimosa caesalpiniaefolia. Fitopatologia Brasileira 27:605-608. 2002.




25 comentários:

  1. A pracha ficou muito pequena dificultando a visualização

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  2. A prancha ficou muito pequena dificultando a visualização das estruturas do fungo.

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  3. Não indicou as estruturas do fungo na prancha, e a mesma ficou muito pequena.

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  4. Marcelo Mueller: faltou citação na descrição micologica

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  5. Prancha muito pequena nao tendo a visualizaçao adequada.

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  6. Prancha pequena e referências desorganizada.

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  7. Poderia colocar as referências em ordem alfabética, e separar os parágrafos e editar a prancha.

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  8. A prancha de fotos não está distribuída de forma harmoniosa

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  9. A prancha está muito pequena. As referências não estão em ordem alfabética. Em materiais e métodos há alguns erros de pontuação e a citação está com todas as letras em maiúsculo.

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  10. Cássio: Os softwares utilizados na confecção da prancha não foram citados.

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  11. A introdução ficou muito grande e deveria soltar mais espaços.

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  12. Ivo , organizar o texto, a prancha ficou pequena.

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  13. Cade a citaçao na descriçao micologica!
    abrass

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  14. Formatar o texto de modo a melhor vizualização do leitor. poderia dar-se um espaço a cada paragrafo, deve-se colocar em negrito as palvras necessarias (nome do gênero fungico e o nome cientifico das plantas.)
    O fungo tem alguma finalidade industrial?
    possui alguma curiosidade atual?
    Causa alguma doença em humanos ou animais?
    Fazer pesquisas no site embrapa cernagen enriqueceria muito seu trabalho.
    A prancha de fotos está de dificil visualização.
    Não tem-se as medidas das escalas!!!
    Não foi feita a chamada das fotos na descrição micologica.
    As literarturas não estão em ordem alfabetica!!!

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  15. ficou muito espaço em branco na prancha e muito pequena

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  16. A prancha esta pequena e as citações devem ser melhor organizadas

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  17. Tálita Borges.
    Aumentar prancha, checar espaçamentos.

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  18. Melhorar a prancha,e nao precisava colocar de quem era a maquina fotografica, nos materiais e metodos.

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  19. Prancha pequena falar mais sobre o fungo

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  20. Edvan Müller: suas referências não estão em ordem alfabética. no mais muito bom o trabalho. abraços

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  21. Alicionon Oliveira: Faltou somente a prancha estar em um tamanho maior e com maior organizaçcao, mas no entanto um otimo trabalho. Abras

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  22. poderia ter colocado as medidas de escala,dar uma formatada no texto,sua prancha ta boa so falta almetar ela.

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  23. Alisson: a prancheta de fotos ficou muito pequena nao possivel a identificaçao das estruturas .

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  24. Lucas da Silva: faltou falar se ele é utlizado industrialmente, se causa dano em animal ou humano, a prancha ficou pequena o que dificulta a visualização e a compreensão, faltou as medidas das estruturas e as chamadas referentes as figuras na descrição

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