RESUMO
GUIMARAES, G.R. Diversidade e caracterização morfocultural, bioquímica e molecular de isolados de Colletotrichum spp. Projeto de Monografia de Final de Curso. 2011.
Estudos de diversidade de microrganismos evidenciam variações importantes que muitas vezes questionam e desvalidam importantes conceitos de espécies. Aspectos morfológicos de muitas espécies de Colletotrichum não são suficientes para sua perfeita identificação, principalmente para C. gloeosporioides, que em literatura e considerado uma espécie-grupo. Isolados de Colletotrichum spp. foram obtidos de várias hospedeiras, oriundos de diferentes regiões de coleta. Serão estudados quatro critérios de diferenciação: i) aspectos morfoculturais, ii) aspectos morfológicos e morfométricos das estruturas reprodutivas, iii) testes biológicos, iv) uso de fontes diferenciadoras de C e N, v) identificação molecular. Os isolados foram obtidos através do isolamento em meio ágar-agua (AA), preparando-se culturas monospóricas, sendo repicados para formação de culturas puras em meio de cultura BDA. A partir destas culturas puras foram empregados os quatro marcadores de diferenciação fenotípica. A coloração das colônias teve em seu verso coloração branca, salmão, acinzentado, alaranjado e creme, e o reverso variando entre alaranjado e acinzentado. A classificação do micélio variou de aéreo ou intermediário, e esta forma variou de cotonosa a rosácea. Avaliando o crescimento micelial, o isolado oriundo de dracena teve melhor crescimento no primeiro dia de avaliação chegando a atingir 18 mm No primeiro experimento a área abaixo da curva de progresso do crescimento micelial (AACPCM) variou de 145 a 359 (isolados de mamão e dracena, respectivamente), e a taxa de crescimento variou de 4,2 a12 mm.dia-1. No segundo experimento a AACPCM variou de 160 a 262 mm.dia-1, e a taxa de crescimento variou de 4,2 a12 mm.dia-1 (isolados caqui e antúrio, respectivamente). O teste de patogenicidade cruzada revelou a suscetibilidade dos frutos e das folhas testadas. Todos os isolados foram patogênicos em seus hospedeiros de origem (exceção sem ferimento abacate, caqui, dracena e iuca). No tratamento com ferimento as folhas da fruta do conde apresentaram maior porcentagem de infecção dos isolados inoculados (95,8 %). No tratamento sem ferimento as folhas de abacate apresentaram maior porcentagem de infecção pelos isolados testados (45,8 %). O isolado oriundo de conde foi o isolado que apresentou maior gama de hospedeiras (total de 22 hospedeiros) nos tratamentos com ferimento; e nos tratamentos sem ferimento os isolados de abacate, cana e mamão foram mais agressivos nos hospedeiros testados. Os isolados com menos gama de hospedeiros e consequente maior especificidade destacam-se os isolados de goiaba e falso massambará com ferimento e os isolados de goiaba e soja sem ferimento. As principais fontes de carbono para os isolados testados continham em suas combinações dextrose e sorbitol, pois os maiores valores de AACPCM e TC, foram para tratamentos que continham essas fontes de C. A sacarose não demonstrou uma fonte de C eficiente para a morfofisiologia dos isolados. Cinquenta % dos isolados (árvore-da-fortuna, banana fruto, caqui e conde) apresentaram maiores valores de AACPCM para a combinação dextrose e nitrato de potássio. Trinta e oito % dos isolados (banana folha, banana fruto e caqui (folha),) tiveram TC maiores para isolados também submetidos a combinação de dextrose e nitrato de potássio. Os isolados de conde, chuchu e árvore da fortuna apresentaram os menores valores médios de AACPCM e TC. As características fenotípicas dos isolados de Colletotrichum permitiram desenvolver uma análise comparativa para identificação do complexo grupo. Os melhores pares de oligonucleotídeos importantes para amplificação de sequencias de isolados de Colletotrichum foram os pares de oligonucleotídeos ITS e Actina. Através desse trabalho pode-se caracterizar uma população de isolados de Colletotrichum spp. utilizando parâmetros fenotípicos e moleculares.
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