quinta-feira, 1 de julho de 2010

“ASPECTOS GERAIS E MORFOLÓGICOS DO FUNGO Puccinia Emiliae.”

Autor: Danilo Marçal Gonçalves de Paula

A falsa serralha (Emilia sonchifolia-Asteraceae), quando situada em lavouras se alastra rapidamente e compete com as plantas por luz, nutrientes e água, trazendo assim redução na produção das plantas de interesse econômico, tem como características ser uma planta herbácea, ereta, de pequeno porte, com 20- 60 cm de altura. Folhas alternas, pinatipartidas, membranáceas e sésseis. Inflorescência terminal, curto-racemosa, formada por captítuloas longo-pedunculados. Invóculo unisseriado. Flores hermafroditas, de corola tubulosa, vermelha.


Aquênio anguloso, de coloração castanha e com papo piloso e branco. Planta anual com reprodução por sementes, esta hospedeira tem propriedades medicinais antioftálmica, é indicada para asma e febre. (Aranha et al., 1972)
A ferrugem da falsa serralha (Puccinia emiliae), é pertencente a família dos Pucciniaceae, existem 20 generos e 4900 espécies catalogadas, no Brasil é encontrada em quase todas regiões por ter como hospedeira uma planta de fácil disseminação, este fungo caracteriza-se por produzir telíosporos bicelulares, isoladamente ou em pequenos grupos de 2 ou 3 em um peticelo. Os teliosporos nunca são unidos lateralmente formando crosta ou colunas. As paredes desses esporos são espessas e pigmentadas de amarelo, são lisas, o teliosporo envolvido por uma bainha transparente, lembrando uma cápsula que reúne algumas dessas estruturas, está também na divisão dos Basidiomycota que caracterizam-se por produzir esporos de origem sexual exógenos, no que se diferem dos Ascomicetos, distinguem-se dos Ficomicetos por apresentarem micélio septado, a classificação baseia-se primeiramente no tipo de basídia apresentada pela espécime, classe dos Urediniomycetes e ordem dos Uredinales que são parasitas obrigatórios e causam o importante grupo de doenças denominadas ferrugens (Kimati et al,. 1978).


O sintoma de necrose que ocorre na folha da planta de estudo acontece por existir uma hospedeira, para a reprodução da ferrugem, que e causada pelo fungo (Puccinia Emiliae).


Os sintomas da ferrugem em geral são: lesões de coloração amarela a vermelha e em alguns casos branca, de formato arredondado a oblongo. Muitas espécies de plantas são atacadas pela doença mais conhecida como ferrugem, mas embora o nome seja o mesmo, muitas vezes o agente causador da ferrugem não é o mesmo em se tratando de plantas distintas. Por exemplo, a ferrugem branca do crisântemo é causada pelo fungo Puccinia horiana e a ferrugem das orquídeas pelo Sphenospora kevorkianii. Entre as grandes culturas alimentícias destaca-se a ferrugem-do-colmo do trigo, causada por Puccinia graminis, e a ferrugem asiática da soja, causada por Phakopsora pachyrhizi, entretanto existem outras espécies de fungos que causam ferrugens em café, roseira, milho, capim-limão, pessegueiro, goiabeira, macieira e jabuticabeira, entre tantos outros (Jardineiro.Net).


As ferrugens são assim denominadas devido à lesão com massa de esporos pulverulenta de coloração amarela a avermelhada. Os esporos são estruturas de dispersão dos fungos, semelhantes às sementes das plantas. Seu tamanho é diminuto e cada lesão pode conter milhões de esporos sendo que, para haver nova infecção, basta que um único esporo germine em condições ideais de temperatura e umidade. No entanto a viabilidade germinativa dos esporos é restrita e nem todos os produzidos acabam por gerar novas infecções. O principal mecanismo de dispersão dos esporos é o vento, que pode carregá-los por milhares de quilômetros (Jardineiro.Net).


As ferrugens geralmente se beneficiam de climas amenos, com temperaturas moderadas e alta precipitação. Observa-se maiores incidências em anos chuvosos e propensos a formação de orvalho sobre as folhas. Estes fatores se relacionam com a necessidade de haver molhamento das folhas para que o esporo germine. Por isso, irrigação mal manejada pode favorecer aparecimento de ferrugem, o ideal é irrigar o solo ou substrato e evitar molhar em demasia as folhas, principalmente se há histórico da doença no local (Jardineiro.Net).


Os danos causados às plantas são irreparáveis partindo do ponto de que os tecidos vegetais afetados não têm capacidade regenerativa. Em ornamentais o ideal é destruir as plantas atacadas para evitar que outras plantas sejam afetadas. Em grandes culturas, o uso de fungicidas pode minimizar o impacto negativo sobre a produção que é o objetivo dos cultivos. Infelizmente, não existem produtos fungicidas curativos, apenas preventivos, por isso as doenças são um sério problema (Jardineiro.Net).


Na classe dos Urediniomycetes e na ordem dos Uredinales que são as ferrugens, seria interessante fazer estudos no uso deste fungo para o controle desta planta daninha na região, se fosse comprovado a eficácia, traria como beneficio a diminuição do uso de defensivos, lembrando que a ferrugem não sobrevive em meio de cultura, somente no hospedeiro (Kimati et al,. 1978).

O fungo Puccinia emiliae. foi encontrado em folhas de uma planta daninha chamada Emilia sonchifolia, com o nome comum de Falsa Serralha, esta planta e encontrada principalmente em lavouras de plantas perenes e anuais de interesse econômico e tem como características principais: planta anual, herbácea, geralmente ereta, possui reprodução por sementes e é de fácil disseminação.


O modo feito para a identificação dos espécimes é iniciado pelo reconhecimento da identidade da planta hospedeira, no caso ela é considerada uma planta daninha chamada Emilia sonchifolia. Seu nome popular é Falsa Serralha, esta planta daninha foi encontrada nos entornos do IFGoiano campus Urutaí-GO por um estagiário do Laboratório. O material de estudo eram folhas exsicatadas de falsa-serralha depositadas na coleção micológica de referência do IFGoiano, foram estudadas no Laboratório de Microbiologia.


Observou-se as características destas amostras, apresentando estruturas reprodutivas do fungo, através de um estudo micológico, observou-se o fungo em microscópio estetoscópio.

Preparou-se o material em microscópio óptico (lupa), a partir da montagem de lâminas semi-permanentes em solução de um fixador chamado lactotenol cooton-blue (62,5 mL ácido lático, 2,6 mL ácido acético,100mL água e 100mL glicerina), se retira a estrutura do fungo utilizando um estilete, com um guardanapo é tirado o excesso de coranteutilizando o método de “Pescagem direta das estruturas”. Este método consiste na retirada de propágulos fúngicos da amostra em seguida , deposita-se uma uma gota de fixador a uma lâmina, após este procedimento deposita-se uma lamínula (18x18 mm), e por fim passa-se o esmalte ao redor para ocorrer a vedação do material coletado e não ocorrer a remoção do liquido e depois coloca-se um adesivo para identificação material e do aluno.


Depois do preparo do material leva-se a lâmina ao microscópio óptico para descobrir sua taxonomia, identificar estruturas morfológicas, identificação do mesmo, e registros micro fotográficos, além dos registros macrofotoráficos realizados anteriormente. Tirando fotos que serão incluídas na descrição para melhor entendimento, as imagens foram obtidas utilizando a câmera digital Canon modelo Power Shot A580 do professor Milton Luiz da Paz Lima.



Figura 1 – Aspectos morfológicos do fungo Puccinia emiliae incidente em folhas de falsa serralha, A. sintoma da doença na folha,(bar = 5mm) B. detalhe de um conjunto de uredias,(bar = 30mm) C., teliosporos papilado (bar = 8um)D. teliosporos não papilados (d1), bicelular e pedicelado (d2)(bar = 8um).


Descrição Micológica

Puccinia emiliae foi descrita em 1898, apresenta esporos espersos, apresentam 2-3 mm de diâmetro, a télia é hipófila, circular, agregada, os teliósporos são clavados (ou seja possuem papilas), subfusóides, variabilidade, ápice obtusiforme, apresentam um septo constricto, e apresenta as dimensões de 30-49 x 14-18 μm, pedicelo creme, persistente e apresenta as dimensões de 15-30 x 5-8 μm. A espécie folícola é encontrada incidente em Emilia sagittatae na Jamaica (Index fungorum, 2010).

REFERERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ARANHA, C.; BACCHI, O.: FILHO, H.F.L.. Plantas Invasoras de Culturas. Editora Campinas, Volume II, São Paulo, 1972.

INDEX FUNGORUN, disponível em: http://www.indexfungorum.org acessado em 19/04/2010.

JARDINEIRO.NET, disponível em: <>, acessado em 23 de junho de2010

KIMATI, H.; In: GALLI, F.; TOKESHI, H.; CARVALHO, P.T.C.; BALMER,T.L.; CARDOSO; CON, Salgado, C.L.; KUGNER, T.L.; CARDOSO, E.J.V.B.; BERGAMIM Filho, A. Manual de Fitopatologia. Editora Agronômica, Ceres, 2ª ed. São Paulo, SP, 1978.

PLANTAS DANINHAS ONLINE, disponível no site: <> , acessado em 14 de junho de 2010.

WIKIPEDIA, disponível no site: <>, acessado em 22 de junho de 2010

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