sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

TCC: DIVERSIDADE E CARACTERIZAÇÃO MORFOCULTURAL, BIOLÓGICA, BIOQUÍMICA E MOLECULAR DE ISOLADOS DE Colletotrichum spp. - Gesiane Ribeiro Guimarães.

RESUMO

GUIMARAES, G.R. Diversidade e caracterização morfocultural, bioquímica e molecular de isolados de Colletotrichum spp. Projeto de Monografia de Final de Curso. 2011.


Estudos de diversidade de microrganismos evidenciam variações importantes que muitas vezes questionam e desvalidam importantes conceitos de espécies. Aspectos morfológicos de muitas espécies de Colletotrichum não são suficientes para sua perfeita identificação, principalmente para C. gloeosporioides, que em literatura e considerado uma espécie-grupo. Isolados de Colletotrichum spp. foram obtidos de várias hospedeiras, oriundos de diferentes regiões de coleta. Serão estudados quatro critérios de diferenciação: i) aspectos morfoculturais, ii) aspectos morfológicos e morfométricos das estruturas reprodutivas, iii) testes biológicos, iv) uso de fontes diferenciadoras de C e N, v) identificação molecular. Os isolados foram obtidos através do isolamento em meio ágar-agua (AA), preparando-se culturas monospóricas, sendo repicados para formação de culturas puras em meio de cultura BDA. A partir destas culturas puras foram empregados os quatro marcadores de diferenciação fenotípica. A coloração das colônias teve em seu verso coloração branca, salmão, acinzentado, alaranjado e creme, e o reverso variando entre alaranjado e acinzentado. A classificação do micélio variou de aéreo ou intermediário, e esta forma variou de cotonosa a rosácea. Avaliando o crescimento micelial, o isolado oriundo de dracena teve melhor crescimento no primeiro dia de avaliação chegando a atingir 18 mm No primeiro experimento a área abaixo da curva de progresso do crescimento micelial (AACPCM) variou de 145 a 359 (isolados de mamão e dracena, respectivamente), e a taxa de crescimento variou de 4,2 a12 mm.dia-1. No segundo experimento a AACPCM variou de 160 a 262 mm.dia-1, e a taxa de crescimento variou de 4,2 a12 mm.dia-1 (isolados caqui e antúrio, respectivamente). O teste de patogenicidade cruzada revelou a suscetibilidade dos frutos e das folhas testadas. Todos os isolados foram patogênicos em seus hospedeiros de origem (exceção sem ferimento abacate, caqui, dracena e iuca). No tratamento com ferimento as folhas da fruta do conde apresentaram maior porcentagem de infecção dos isolados inoculados (95,8 %). No tratamento sem ferimento as folhas de abacate apresentaram maior porcentagem de infecção pelos isolados testados (45,8 %). O isolado oriundo de conde foi o isolado que apresentou maior gama de hospedeiras (total de 22 hospedeiros) nos tratamentos com ferimento; e nos tratamentos sem ferimento os isolados de abacate, cana e mamão foram mais agressivos nos hospedeiros testados. Os isolados com menos gama de hospedeiros e consequente maior especificidade destacam-se os isolados de goiaba e falso massambará com ferimento e os isolados de goiaba e soja sem ferimento. As principais fontes de carbono para os isolados testados continham em suas combinações dextrose e sorbitol, pois os maiores valores de AACPCM e TC, foram para tratamentos que continham essas fontes de C. A sacarose não demonstrou uma fonte de C eficiente para a morfofisiologia dos isolados. Cinquenta % dos isolados (árvore-da-fortuna, banana fruto, caqui e conde) apresentaram maiores valores de AACPCM para a combinação dextrose e nitrato de potássio. Trinta e oito % dos isolados (banana folha, banana fruto e caqui (folha),) tiveram TC maiores para isolados também submetidos a combinação de dextrose e nitrato de potássio. Os isolados de conde, chuchu e árvore da fortuna apresentaram os menores valores médios de AACPCM e TC. As características fenotípicas dos isolados de Colletotrichum permitiram desenvolver uma análise comparativa para identificação do complexo grupo. Os melhores pares de oligonucleotídeos importantes para amplificação de sequencias de isolados de Colletotrichum foram os pares de oligonucleotídeos ITS e Actina. Através desse trabalho pode-se caracterizar uma população de isolados de Colletotrichum spp. utilizando parâmetros fenotípicos e moleculares.

Palavras-chave: inoculação cruzada, antracnose, doenças foliares.



quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Ocorrencia no município de Urutaí, GO, de Oidiopsis haplophylli INFECTANDO FOLHAS DE PEGA-PEGA (Desmodium adscendens)

Milton Luiz da Paz Lima


O fungo Oidiopsis haplophylli representa um endoparasita classicamente incidente em condições especiais de ambiente promovidas pelo cultivo protegido. Este patógeno possui um amplo ciclo de hospedeiros e a descoberta de novos hospedeiros representa uma importante informação epidemiológica. O objetivo deste trabalho é identificar e registrar a ocorrência de O. haplophylli incidente na invasora conhecida como pega-pega. No Laboratório de Microbiologia do campus do IFG amostras de folhas apresentando sintomas foram analisadas. Os sinais de oídio foram coletados em microscópio estereoscópico e preparou-se lâminas semi-permanentes pelo método de “pescagem direta” e cortes histológicos foram realizados. Inoculou-se suspensões de esporos em meio ágar-água (AA) com objetivo de indução a formação do tubo de germinação. Microfotografias foram realizadas nas amostras analisadas. Em microscópio ótico caracterizou-se morfológica e morfométricamente o isolado sendo identificado como sendo O. haplophylli. Nesta hospedeira, no ano de 2010 foi identificado este patógeno e de distribuiçao espontanea, e neste mes de dezembro de 2011 novamente esta planta foi identificado a ocorrencia no município de Urutaí, GO.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Boletim Técnico: Manha foliar da árvore chuva-de-ouro (Cassia fistula(L.)) causado por Phyllachora bakeriana P. (Henn).

 Paulo Vinicius de Sousa 
Acadêmico do curso de Agronomia


1. INTRODUÇÃO

    A planta Cassia fistula L. (Fabaceae), conhecida como "Chuva de ouro" é uma das nativas ornamentais tropicais da Ásia, mas é cultivada ao longo dos trópicos do mundo como uma árvore exótica ornamental (FAZENDA CITRA, 2011).  A C. fistula é uma das principais espécies hospedeiras, é amplamente plantada nos trópicos como uma árvore ornamental, suas vagens foram anteriormente utilizados como um purgante (CMI, 1990).
    Ao longo dos últimos anos tem aumentado o cultivo de espécies de árvores de tamanho, para decoração de praças, ruas e avenidas, e também é usado para jardins privados para a beleza de seus cachos de flores bonitas e grandes de amarelo brilhante (HYDE et al., 2000).
    Chuva-de-ouro é um arbusto de baixa altitude e folhas compostas de grande porte, nativa da Índia, usado como um medicamento para as propriedades terapêuticas das folhas e vagens. A espécie foi estabelecida na América tropical e subtropical (HYDE et al., 2000).
     Nos ecossistemas brasileiros, particularmente na Mata Atlântica, o gênero Cassia sp. é muito freqüente, sendo que na região sudeste algumas espécies são bastante apreciadas devido à beleza de suas flores e, por conseqüência, muito utilizadas como plantas ornamentais. Algumas espécies como Cassia acutifolia Delile, C. angustifolia Vahl e C. fistula Herbb. ex Oliv. são bastante usadas na medicina tradicional como purgativos. A planta C. fistula, também conhecida como chuva-de-ouro ou simplesmente Senna sp., é muito apreciada pela beleza de seus cachos de flores amarelas e pelas propriedades laxativas de suas vagens, folhas e flores. Além da ação laxativa, esta planta também é indicada em diversos países para tratamento de infecções bacterianas, reumatismo e lesões cutâneas (JUNIOR et al., 2006).
    O gênero Cassia sp. (Fabaceae) é constituído por mais de 600 espécies incluindo arbustos, árvores e ervas, distribuídas em regiões tropicais e subtropicais de todo o mundo (JUNIOR et al., 2006).
    Além de suas qualidades ornamentais, ela é utilizada em fitoterapia, tendo destaque especial na medicina “Ayurveda” (JARDINEIRO, 2011). A Cassia fistula é usado em muitos países como uma planta medicinal (ESQUIVEL, 2009). É indicada na prisão de ventre, intoxicações, cefaléias, ansiedade, febre, artrite, problemas nervosos, hemorragias, refluxo ácido, reumatismo, afecções de pele, envenenamentos, contém propriedades de laxante, emoliente, depurativa, desintoxicante, purgativo, estimulante da vesícula biliar, aperiente, vermífugo, as partes da planta usadas na medicina são as sementes, polpa dos frutos, folhas e raízes (JARDINEIRO, 2011). Os frutos de Cassia fistula é tradicionalmente usada para doenças pulmonares e problemas estomacais (MARWART et al., 2011).
    As informações sobre as doenças desta espécie é escasso. Geralmente são mencionado sérios problemas com doenças. O Phyllachora bakeriana tem sido relatada em Cassia fistula, C. hoffinanseggiana e C. inaequilatera. Outros autores citam a Phyllachora canafistulae Chardon. e P. cassiae Henn. em Cassia fistula, mas estes são considerados sinônimos (ESQUIVEL, 2009).
    O fungo pode causar manchas de árvores ornamentais, que normalmente não é visível, e por isso tem pouco significado econômico. Tendo em conta a ampla distribuição da espécie de hospedeiro, o fungo é muito raro (CMI, 1990).
    No Oeste do Panamá (América Central), em abril de 2009, houve inúmeras mudas de Cassia fistula, que foram atacadas por manchas nas folhas. As amostras foram colhidas e analisadas em laboratório de fitopatologia. As observações microscópicas revelaram que ela era uma espécie de fitopatógenos Phyllachora sp. ascomiceto (ESQUIVEL, 2009).
    A doença não é significativo em termos econômicos, e parece ser incipiente, e não seriamente prejudicial para a planta hospedeira. Pouco se sabe sobre sua ecologia. Por ser uma espécie tropical que provavelmente não mostra sazonalidade marcada, mas ascomas parecem ser mais freqüentemente em janeiro ou fevereiro (CMI 1990).
    O objetivo deste trabalho é descrever, registrar e caracterizar respeito de uma Mancha foliar causada por um Ascomiceto Phyllachora bakeriana, descrevendo sua sintomatologia, etiologia, epidemiologia e controle.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

    As folhas da hospedeira da Chuva-de-ouro, a qual apresentou o fungo Phyllachora bakeriana, foram coletadas na cidade de Pires do Rio-GO.
    Com uma lupa retirou-se fragmentos do fungo, com auxílio de um estilete levando-os a uma gota de corante azul-algodão (ácido lático, ácido acético, água e glicerina) vertida sob uma lâmina de microscópio. Logo após foi adicionada uma lâminula por cima da gota do corante, sendo este preparado para melhor identificação em microscópio óptico. As lâminas foram vedadas com esmalte de unha.
Os sintomas nas folhas foram isolados em meio de cultura agar-ágar (AA) permanecendo incubado por um período de 48 horas. Posteriormente realizou-se a repicagem do fungo em meio AA para o meio batata-dextrose-ágar (BDA). Com isso realizou-se a confecção de lâminas para a observação das estruturas fúngicas.  Utilizou-se o método de corte histologico para preparo das lâminas. As lâminas foram vedadas com esmalte adesivo. O excesso de corante foi recolhido com o uso de papel toalha. As estruturas do fungo foram analisadas em microscópio óptico.
Sob microscopia óptica, verificando as características morfológicas podemos identificar o organismo como sendo Phyllachora bakeriana. Logo após identificação do fungo foram retiradas fotos usando câmera digital, modelo Cyber Shot da marca Canon ®. Foi utilizado o programa Office Picture Manager para edição das imagens e o Power Point para elaboração da prancha de fotos.
    Todos esses trabalhos foram realizados no laboratório de Microbiologia do IFGoiano campus Urutaí-GO com o auxílio do Prof. Dr. Milton Luiz da Paz Lima.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
 
Hospedeiro/cultura: Chuva-de-Ouro (Cassia fistula (L.)).
Família botânica: Fabaceae
Doença: Mancha foliar
Agente causal (Teleomórfica): Phyllachora bakeriana P. Heen (teleomorfo)
Local de coleta: Fazenda Marrecos, Pires do Rio, GO
Data da coleta: 18/09/2011  
Taxonomia: Este fungo pertence Reino Fungi, Divisão Ascomycota, Gênero Phyllachora, Classe Pyrenomycetes, Ordem Phyllachorales, Família Phyllachoraceae (INDEX FUGORUM, 2011).

Sintomatologia:
No material coletado foram observados sintomas da doença em uma porcentagem significativa de folhas de diferentes idades. As lesões começam como pontuações escuras arredondadas na parte adaxial, rodeados de coloração amarela arredondada, que por elipsóides evolução tornam-se rodeado por um halo de larguras cloróticas. No centro das lesões foram observadas frutificação globosas subepidérmicas, de coloração preta, representados pelos sinais da presença do patógeno (ESQUIVEL, 2009).
    A doença causa mancha foliar em espécies de Cassia spp. A doença não causa danos economicamente significativos (MYCOBANK, 2012).
    Nas folhas verdes (Fig. 1A) os sintomas são o aparecimento de manchas pretas de até 1 cm de diâmetro, rodeado por uma área de necrose e um halo amarelo. Estes pontos são compostos de um material estromático de até 1 mm (ESQUIVEL, 2009).
    As manchas podem surgir tanto no ápice, nas margens, como também no centro do limbo foliar (Fig. 1A). Com o desenvolvimento da doença, os ramos secam causando o desfolhamento (ESQUIVEL, 2009).
    Lesões necróticas expandem em grandes áreas dos folíolos, dando a folhagem uma aparência carvão. A doença provoca desfolha intensa, deixando  o tronco nu. A infecção se espalha para pecíolos e ramos jovens, causando necrose dos ramos descendente do ano, agravando o quadro clínico (ESQUIVEL, 2009).
    Os ramos também são infectados, apresentando lesões escuras que se estendem até atingir o caule principal. Pode-se observar que os ramos jovens são mais suscetíveis do que as folhas verdes, porque os sintomas são mais graves nas folhas jovens. No entanto, em plantas adultas é possível ver pouca ou nenhuma manchas com halo em torno da folhagem (ESQUIVEL, 2009).
    Aparentemente não é significante e não causa danos sérios ao hospedeiro. Sua ecologia é pouco conhecida (MYCOBANK, 2012).

Etiologia:
    Sua espécie foi descrita no livro Annuaal Mycology, volume VI em 1908 na pág. 448, sendo descrita infectando Cassia hoffmannseggii Benth, na cidade de Brasília (INDEX FUNGORUM, 2011; MYCOBANK, 2012).
    O anamorfo nunca foi identificado na natureza para este patógeno (MYCOBANK, 2012).
    Estromas de diâmetro de 0,5-3 mm, distribuem-se de forma espalhada sobre a superfície adaxial das folhas, distribui-se de forma irregular, possuem aspecto enegrecido, às vezes verrucoso (Provavelmente uma característica da arquitetura foliar da epiderme), aumentando ligeiramente a superfície do substrato, ascoma possui de 1- 4 lóculos individuais de forma obovóide, os ostíolos geralmente indistintos (Fig. 1C) (RICHARD, 1989).     Paráfise possuem 3 µm de largura, afinando gradualmente, possuem paredes finas, às vezes com alguns ramos perto do ápice. Ascos possuem dimensões de 88-130 X 18-11 µm, cilíndricos, ápice obtuso, de paredes finas (Fig. 1D). Ascósporos de dimensões de 15-23 (27) x 6-9 µm, fusiforme a ovóides, mas muitas vezes com uma pequena proporção de formato irregular (dando a impressão de que a germinação iniciou dentro do ascos antes da era que estabelece as paredes de ascósporos completo), hialina , asseptado, relativamente paredes espessas, as paredes aparecem gelatinosa em alguns meios de montagem (Fig. 1E) (CMI 1990). Ascoma peritecial é ostiolado de forma obpiriforme a subgloboso, imersos no tecido hospedeiro (Fig. 1G), com ostíolo se tornando erronpentes através da epiderme do hospedeiro que ocorrem isoladamente, mas freqüentemente amontoados, rodeado pelo menos, ao redor do pescoço por um clípeo escuro, clípeo muitas vezes anfígenos (Fig. 1H). Peritécio de parede composta por células achatadas, as células exteriores marrom escuro, células hialinas interior. Asco unitunicados, cilíndrico ao elipsóide ou ocasionalmente saciforme, ápice não amilóide, indiferenciado, contendo 8 ascósporos, diversamente organizadas. Ascósporos hialinos, unicelulares, ovais ou globosos (RICHARD, 1989).
    O fungo apresenta estromata de 0,5-3 mm de diâmetro, distribuído na superfície adaxial das folhas,  over the adaxial surface of leaves, de bordas irregulares negro, algumas vezes verrucosos (provavelmente devido a arquitetura da folha), 1 a 4 loculos, os ostíolos inconspícuos. As paráfises apresenta aproximadamente 3 µm de espessura, gradualmente cônico, de parede fina e pouco ramificada. Os ascos apresenta dimensões de 88-130 x 11-18 µm, cilíndricos, curtos ou longos, possuem ápice obtuso, sua parede é espessa, sem estrutura apical visível, e apresenta 8 ascósporos por asca. Os ascósporos apresenta dimensões de 15-23 (-27) x 6-9 µm, são fusiformes ou estreitados, sao hialinos, asseptados, de parede fina, e suas paredes possuem aparência gelatinosa (MYCOBANK, 2012).
    O gênero Phyllachora apresenta 1096 espécies válidas em literatura, possui a fase teleomórfica pertence ao Reino Fungi, Divisão Ascomycota, Gênero Phyllachora sp., Classe Pyrenomycetes, Ordem Phyllachorales, Família Phyllachoraceae (INDEX FUNGORUM, 2011).





 Figura 1. Mancha Foliar de Phyllachora bakeriana incidente nas folhas de chuva-de-ouro (Cassia fistula) A. sintomas de manchas irregulares na face abaxial, B. crosta estromática de formato irregular na superficie epidermica (lupa), C. estroma miceliado na lesão, D. ascos hialinos e unitunicados, (bar = 23 µm), E. ascosporos alantóides e dispostos em 8 ascosporos por asca (bar = 35 µm), F. ascoma peritecial ostiolado (bar = 25 µm). G. H. ascoma, ascas imersos no tecido vegetal (bar = 28 µm).


Epidemiologia: O fungo Phyllachora bakeriana foi observado infectando Cassia fistula nas Bermudas (ELLIS,1853), no Brasil (MENDES et al.,1998), na Índia (PANDE e Rao,1998), no Pakistan (BOA e Lenné, 1994), na Malásia (WILLIAMS e LIU, 1976), em Cuba (ARNOLD,1986), nos EUA (MILLER, 1991), no Panamá (PIEPENBRING, 2006) e em Porto Rico (STEVENSON, 1975). Infectando Cassia fistula foram observados 70 registros de fungos, destes os ascomicetos registrados foram Capnodium cassiae registrado na Índia (PANDE e RAO, 1998), Ceratocystis fimbriata registrado no Brasil (MENDES et al., 1998), Glomerella cingulata registrado em Cuba (URTIAGA, 1986), Hypoxylon rubiginosum registrado na Sierra Leone (LENNE, 1990), Leptosphaeria sp. na Malásia (BOA e LENNÉ, 1998), Meliola aethiops na Malásia (WILLIAMS e LIU, 1976), Phyllachora cassiae  no Brasil (HANLIN,1992) (citados por FARR & ROSSMAN, 2011).
    Não se sabe como essa doença é transmitida, pelo fato de não ter sido muito estudada, mas os ascósporos são, provavelmente, dispersos no ar e diretamente depositados nas folhas, em comum com outras espécies de Phyllachora (CMI, 1990).
    Pouco se conhece sobre a produção do fungo, sabe-se que em condições de alta umidade relativa favorece seu aparecimento, sendo comum as folhas no período de setembro à outubro cairem deixando a árvore toda nua.     No início do mês de novembro a árvore brota com novas folhas e estas já começam emitir sinais do ataque do fungo, emitindo um período mais severo nesta fase.
    Os hospedeiros conhecidos são Cassia fistula, C. hoffmanseggiana e C. Inaequilatera (MYCOBANK, 2012).
    São conhecidos os seguintes hospedeiros do fungo Phyllachora bakeriana no Brasil: Cassia hoffmannseggii Mart. ex Benth. (Fabaceae) “lava-pratos”, Chamaefistula inaequilatera G. Don (Fabaceae), Mucuna sp. Adans. (Fabaceae), Mucuna urens DC. (Fabaceae) “MUCUNA” (CERNAGEN, 2011). No Brasil os índices de localidade do fungo são: AC, Alagoas, AP, AM, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MT, MS, MG, PA, PR, PR, PE, PI, RJ, RN, RS, RO, RR, SC, SP e SE (CERNAGEN, 2011).
    Nao foi identificado nenhuma especializacao fisiológica para P. bakeriana (MYCOBANK, 2012).
    Trata-se de um fungo de distribuição nos trópicos e que nao tem ocorrencia sazonal, o ascoma tem sido encontrado maduro nos meses de naeiro a fevereiro (MYCOBANK, 2012).
    Possui como distribuição geográfica na América Central, Grenada, Jamaica e Porto Rico; e na América do sul n Brasil e provavelmente outros lugares (MYCOBANK, 2012).
 

Controle: Pouco se conhece sobre os métodos de controle desta doença. O melhor à fazer com árvores infectadas é a poda de limpeza, removendo e queimando as partes infectadas, podendo ser feito ainda o recolhimento dos galhos caídos eliminando-os. Essas medidas têm a finalidade de reduzir as fontes de inóculo do fungo nas áreas infestadas.
    Não contém registros no Agrofit (2011) sobre este fungo, porém contém o gênero Phyllachora torrendiella doença do Coqueiro, não contendo registros de fungicida para o controle deste fungo. Vários trabalhos de pesquisa têm sido realizados para possibilitar o controle químico deste patógeno, mas a utilização desta técnica em grandes culturas é considerada inviável devido ao tamanho das plantas (AGROFIT, 2011).
    As árvores com infestação muito avançado o melhor a fazer é cortá-las, removendo estas para evitar a disseminação do fungo para outras áreas. Não contém registros de controle genético da doença. Não contém registros em literatura sobre controla biologico desta doença. 
    Não contém registros de informações dos anais do congresso brasileiro de fitopatologia, sobre este patógeno (SBFITO, 2011).




LITERATURA CITADA:

AGROFIT, Disponível em:                                                                         http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acessado em 26/10/2011. 
CERNAGEN, Disponível em: http://pragawall.cenargen.embrapa.br/aiqweb/michtml/fgbanco01.asp. Acessado em: 10 de outubro de 2011.
CMI, List of sets, index of species, and list of accepted names for some obsole species names in CMI Descriptions of Pathogenic Fungi and Bacteria Sets 1-100, Nos. 1-1000, issued January 1864-March 1990. CMI Descriptions of Pathogenic Fungi and Bacteria No 903.
ESQUIVEL, A.R.E., La Mancha Folha tar Cassia fistula L. (Fabaceae), causada por Henn Phyllachora bakeriana.(Fungi Phyllachoraceae) no Panamá. 2009.
FARR & ROSSMAN, SBML Systematic Botany of Mycological Resources. Disponível em: . Acesso em: 10 de abril de 2011.
FAZENDACITRA. Disponível em: http://www.fazendacitra.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=139:chuva-de-ouro-brasileira-cassia-ferruginea&catid=14:plantas-em-destaque&Itemid=25. Acessado em 21 de setembro de 2011.
HYDE, D.K., ZHOU, D.. Host-specificity, host-exclusivity, and host-recurrence in saprobic fungi. The British Mycological Society, 10 July, 2000.
INDEX FUNGORUM. Disponível em: http://www.indexfungorum.org/Names/Na-mes.asp. Acessado em: 10 de outubro de 2011.
JARDINEIRO.NET. Disponível em: http://www.jardineiro.net/br/banco/cassia_fistula.php. Acessado em 21 de setembro de 2011.
JUNIOR,C.V., REZENDE, A., SILVA,D.H.S., GAMBÔA, I.C., SILVA, V.. ASPECTOS QUÍMICOS, BIOLÓGICOS E ETNOFARMACOLÓGICOS DO GÊNERO Cassia. Vol. 29, No. 6, 1279-1286, 2006.
MARWAT, S.K., REHMAN, F.U., KHAN, M.A., AHMAD, M., ZAFAR, M., GHULAM, S. Medicinal folk recipes used as traditional phytotherapies in district dera ismail khan, kpk, pakistan. Pak. J. Bot., 43(3): 1453-1462, 2011.
MYCOBANK Fungal Databases Nomenclature and species banks online taxonomic novelties submission. Disponível em:< http://www.mycobank.org/mycotaxo.aspx>, acessado em janeiro de 2012.
RICHARD, T.H., Illustrated Genera of Ascomycetes. The American Phytopathological Society. St. Paul, Minnesota. APS PRESS. Vol. 1 june, 1989.
SBFITO, Disponível em:                                                                 http://www.sbfito.com.br., acessado em dezembro de 2011.

Boletim Técnico: Ferrugem da braquiaria Brachiaria decumbens Staf. causada por Uromyces setariae-italicae Yoshino.

Nathalia M. de F. Melo
Acadêmica do Curso de agronomia

1. INTRODUÇÃO

     A Brachiaria decumbens Staf. é uma gramínea pertencente a família botânica Poaceae, conhecida popularmente como braquiária ou capim-braquiária, apresentam-se em todo território nacional, tendo como uso econômico fonte nutricional para pecuária brasileira (RODRIGUES, 2011).
     A planta B. decumbens é originária da região dos Grandes Lagos em Uganda (África). Essa gramínea foi introduzida no Brasil em 1960, onde se adaptou muito bem, principalmente nas áreas dos cerrados. A espécie é vigorosa e perene. É resistente à seca, adaptando-se muito bem em regiões tropicais úmidas. É pouco tolerante ao frio e cresce bem em diversos tipos de solos, porém, requer boa drenagem e condições de média fertilidade, vegetando bem em terrenos arenosos e argilosos (VILELA, 2011).
     Os nomes comuns da B. decumbens segundo o idioma: (Português) braquiária australiana, braquiária comum, braquiária de alho, capim Brachiaria decumbens, (Inglês) “Suriname grass”, “Signal grass”, “Kenya sheep grass”, “Sheep grass”, (Espanhol) B. decumbens, “Pasto alambre”, “Pasto braquiária”, “Pasto chontalpo”, “Pasto de la palizade”, “Pasto de las orillas”, “Pasto peludo”, “Pasto prodígio”, “Zacate prodígio” (VILELA, 2011).
     O ciclo vegetativo da B. decumbens é do tipo perene, seu crescimento é em touceiras, chegando a atingir 1,0 m de altura. Sua forma de uso é para pastagem e eventualmente produção de feno (VILELA, 2011).
     Existem 81 fungos registrados em literatura que afetam a espécie B. decumbens, sendo a sua maioria encontrada no Brasil e outros países como Colômbia, Venezuela, Etiópia, Quênia, Austrália, Uganda, Costa Rica, Equador e Peru (FARR e ROSSMAN, 2011).
     O genero Uromyces sp. é o segundo maior gênero de fungos causadores de ferrugnes. Suas espécies parasitam monocotiledôneas e dicotiledôneas em todo o mundo. Como Graminae, Liliaceae, Euphorbiaceae, Leguminosae entre outras (CUMMINS e HIRATSUKA, 1836). Pertencente ao reino Fungi, divisão Basidiomicota, classe Teliomyces, ordem Uredinales e familia Pucciniaceae (YOSHINO, 1906).
     Existem várias espécies economicamente importantes: ferrugem do feijão (U. appendiculatus (Pers.) Link), ferrugem da ervilha (U. pisi (DC.) G.H. Otth), ferrugem da alfafa (U. striatus J. Schröt.), ferrugem do trevo (U. trifolii-repentis Liro), ferrugem da beterraba (U. betae (Pers.) J.G. Kühn), ferrugem do grão de bico (U. ciceris-arietini (Grognot) Jacz. & G. Boyer), e ferrugem do cravo (U. dianthi (Pers.) Niessl) (CUMMINS e HIRATSUKA, 1836).
     São registrados 478 hospedeiros em diferentes países para o fungo Uromyces setariae-italicae (FARR e ROSSMAN, 2011). 1531 espécies do fungo, sendo 85 variedades e 26 formas especiais (INDEX FUNGORUM, 2011).
     O objetivo deste trabalho é descrever a incidência de Uromyces setariae-italicae em Brachiaria decumbens, enfatizando os processos de sintomatologia, etiologia, epidemiologia e controle.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

      Foram coletadas folhas de Brachiaria decumbens na cidade de Vianópolis - GO, em agosto de 2011, e encaminhadas para o Laboratório de Microbiologia do Instituto Federal Goiano campus Urutaí.
     Foram realizados vários procedimentos técnicos para a identificação do fungo presente nas folhas de Brachiaria sp.. As amostras no laboratório foram analisadas inicialmente com o microscópio estereoscópico com a finalidade de se encontrar propágulos fúngicos. Após a visualização foi feita a raspagem direta e a deposição destes propágulos em lâminas contendo gota de fixador lactofenol cotton-blue e em seguida colocou-se a lamínula sobre a lâmina. Retirou-se o excesso de corante com papel toalha e logo após vedou-se com esmalte.      As várias lâminas feitas foram levadas para visualização em microscópio óptico.
Vários cortes histológicos foram feitos, com a finalidade de se visualizar a interação entre o patógeno e a estrutura do hospedeiro em microscopia óptica.
     Para esse trabalho foram realizadas microfotografias das estruturas fúngicas no microscópio óptico e das frutificações fúngicas na epiderme das folhas no microscópio estereoscópico, utilizando câmera digital Canon® modelo Power Shot SD750.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Hospedeiro/ cultura: Brachiaria decumbens Staf.
Família botânica: Poaceae
Doença: Ferrugem
Agente causal: Uromyces setariae-italicae Yoshino
Sinonímia: Uromyces leptodermus Syd. & P. Syd., in Sydow, Sydow & Butler, Annls mycol. 4(5): 430 (1906); Nigredo leptoderma (Syd. & P. Syd.) Arthur, N. Amer. Fl. (New York) 7(4): 224 (1912).
Local de coleta: Vianópolis, GO.
Taxonomia: Reino Fungi, Divisão Basidiomicota, Classe Teliomycetes, Ordem Uredinales, Família Pucciniaceae (Index Fungorum, 2011).
 Sintomatologia: Não observou-se manchas nas folhas e sim pequenas lesões altamente pulverulentas distribuídas em superfície do limbo foliar (Fig. 1A, 1B e 1C). Em áreas com elevada concentração de pústulas notou-se clorose generalizada englobando um conjunto de pústulas (Fig. 1D e 1E). O tecido quando necrótico apresenta coloração de aspecto pálio. As pústulas quando analisadas demostram desprendimento da epiderme por pressão mecânica da massa de urediniósporos (Fig. 1D e 1E).

Etiologia: A fase do ciclo da ferrugem encontrada foi a urédia (II) e télia (III). Os esporos na fase de urediniósporos (Fig. 1G) são de coloração marrom-alaranjada, unicelulares, elipsóides ou globosos (Fig. 1F), medindo 19 - (12,8) - 10 x 9 – 12,6 – 19  µm, com parede ornamental medindo 1-2 µm de espessura. Os teliósporos (Fig. 1H) podem ser formadas no final da estação de cultivo, em resposta a estímulos de temperatura, luz e umidade. Possui coloração marrom escura, dimensões de 28-38 x 20-36 µm, formato ovóide ou elipsoide, são unicelulares e apresentam pedicelos hialinos. A parede é grossa e lisa, medindo 2-4 µm (KIMATI et al., 1997).









Figura 1. Uromyces setariae-italicae incidindo em folhas de Brachiaria decumbens, A. Sintomas de manchas necróticas, B. área necróticas incidindo a face adaxial, C. Área te tecido morta de coloração pálea a pulverulenta, D. pústulas de coloração negra distribuídas uniformemente, E. destacamento do tecido epidérmico por compressão de urediniósporos, F. urediniósporos de formato esféricos, elipsóides, oblongos, escuros, apresentando de dois a três poros germinativos equatoriais, G. Urediniósporos de parede espessa, H. Urediniósporos com dois poros germinativos e teliósporos pedicelados.

Epidemiologia: Os urediniósporos são disseminados pelo homem, implementos agrícolas, animais e principalmente pelo vento. Podem sobreviver entre as estações de cultivo, iniciando nova epidemia quando as condições forem favoráveis. A penetração dá-se pelos estômatos, após o tubo germinativo entrar em contato com as células estomáticas e desenvolver apressório (KIMATI et al., 1997). Não há registros da espécie U. setariae-italicae na América do Sul em literatura (VIEGAS, 1961).

Controle: Como se trata de uma doença foliar, uma boa alternativa seria o controle químico. Contudo não se tem nenhum registro de ocorrência para esta cultura descrito no AGROFIT (2011).


4. LITERATURA CITADA

AGROFIT - MINISTÉRIO DA AGRICULTURA. Disponível em: < http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons>. Acessado em 29 de outubro de 2011.
CUMMINS, G. B. e HIRATSUKA, Y. Ilustrated General of Rust Fungi. 1836.
FARR & ROSSMAN. Disponível em: < http://nt.ars-grin.gov/fungaldatabases/fungushost/new_frameFungusHostReport.cfm>. Acessado em 01 de outubro de 2011.
INDEX FUNGORUM. Disponível em: . Acessado em 29 de outubro de 2011.
KIMATI, H., AMORIM, L., BERGAMINHO FILHO, A., CAMARGO, L.E.A., REZENDE,J. A. M. Manual de Fitopatologia. Vol. 2. Ed. Agronômica Ceres Ltda. São Paulo-SP. 1997.
RODRIGUES, J. D. disponível em: . Acessado em 29 de outubro de 2011.
VIEGAS. Índice de Fungos na América do Sul. Ed. Instituto Agronômico. 1961.
VILELA, H. disponível em: < http://www.agronomia.com.br/conteudo/artigos/artigos_gramineas_tropicais_brachiaria_decumbens.htm>. Acessado em 01 de outubro de 2011.
YOSHINO, 1906. Disponível em: < http://www.cybertruffle.org.uk/cgi-bin/nome.pl?organism=63917&glo=por>. Acessado em 11 de outubro de 2011.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Boletim Técnico: Oídio do fedegoso [Senna obtusifolia L.] causado por Oidium sp.


Paulo Renato de Melo Júnior
Acadêmico do curso de Agronomia


1. INTRODUÇÃO

     O fedegoso (Senna obtusifolia L.) é uma leguminosa do gênero Senna que incide na América do Norte, Central, do Sul, Ásia, África e Oceania, considerada planta medicinal e uma erva daninha particularmente grave em muitos lugares. Suas folhas, sementes e raízes são usadas na medicina popular, principalmente na Ásia. Acredita-se de possuir um efeito laxante, e é benéfica para os olhos, as sementes são geralmente fervidas em água para produzir um chá, torradas e moídas, as sementes também têm sido utilizadoas como um substituto para o café. Na medicina tradicional coreana, elas são chamadas "gyeolmyeongja" e normalmente preparada como chá, também são usadas no kampo (medicina tradicional japonesa), onde são chamadas "ketsumei shi" ou pelo seu nome chinês jue ming zí (ILDIS, 2005; WIKIPÉDIA, 2011).  
     As plantas medicinais, condimentares e aromáticas tiveram recentemente um aumento no seu cultivo e comercialização, tanto pelas inúmeras pesquisas que demonstram seus efeitos fitoterápicos, como pelo emprego de algumas delas na culinária, proporcionando aroma e sabor agradáveis aos alimentos. Com isso, tornou-se inevitável o surgimento de problemas fitossanitários relacionados a doenças fúngicas. Esses patógenos, além de ocasionarem perdas na produção agrícola, podem ainda provocar alterações nos compostos químicos da planta e reduzir suas propriedades terapêuticas. Entre as ocorrências de doenças fúngicas da parte aérea (caule, ramo, folha, inflorescência, flor, fruto e semente) em plantas medicinais, condimentares e aromáticas, no Brasil, destacam-se as manchas foliares e ferrugens, seguindo-se os oídios e míldios (BIOLÓGICO, 2011).
     Os oídios são fungos da família Erysiphaceae e os gêneros mais comumente associados às plantas medicinais, condimentares e aromáticas no Brasil, são Erysiphe sp. e Sphaerotheca sp. A fase imperfeita ou assexuada destes fungos corresponde ao gênero Oidium sp., principal responsável pela ocorrência da doença em nossas condições (PEREIRA, 1997).
     O objetivo deste trabalho foi apresentar em forma de boletim técnico os vários aspectos referentes ao agente causal de Oídio (Oidium sp.), incidente em Fedegoso, bem como aspectos de sintomatologia, etiologia, epidemiologia e controle.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

     Inicialmente as amostras de folhas infectadas foram coletadas e conduzidas para o laboratório de Microbiologia do Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí. Os propágulos do fungo foram retirados de folhas de Fedegoso (Senna obtusifolia). Foram observados e fotografados os sintomas da doença e os sinais do fungo a olho nú e em microscópio estereoscópico, respectivamente, em folhas de Fedegoso. Posteriormente foi preparada uma lâmina semi-permanente.
     Para coleta, foi utilizada uma pinça em formato de agulha e uma seringa, onde utilizando o método de “pescagem direta” com o auxílio de um microscópio estereoscópico, foram depositados fragmentos do fungo sobre uma lâmina contendo gotas do fixador azul-de-metileno. Logo após homogeneização dos fragmentos depositados, adicionou-se uma lamínula sobre a gota e os propágulos, sendo esta vedada com esmalte para uma melhor fixação.
     No microscópio óptico a primeira objetiva a ser utilizada foi a menor (4x) para observar os propágulos. Após esta observação aumentamos para a objetiva de 40x para que as estruturas fúngicas possam ter melhor resolução. Comparamos as estruturas observadas com as descritas em literaturas, para ser identificado o gênero ao qual o fungo pertence. No presente trabalho o fungo identificado pertence ao gênero Oidium sp.
     Foi realizado corte histológico para analisar a interação entre patógeno/hospedeiro. Os sintomas da planta foram fotografados, primeiramente utilizando microscópio estereoscópio (lupa) e os sinais foram microfotografados utilizando câmera digital Kodak® Easyshare M531 14 Megapixels. Foi feita uma prancha com as fotos para caracterização e descrição (Figura 1).
Através do microscópio óptico obteve-se a descrição morfométrica utilizando-se uma ocular micrométrica foram feitas as medidas de dimensões do conídio (comprimento e largura), sendo medidas as dimensões de 50 estruturas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Hospedeiro/cultura: Fedegoso (Senna obtusifolia L.)
Família Botânica: Fabaceae
Doença: Oídio
Agente causal: Oidium sp. (Link)
Local de coleta: Urutaí, GO
Data da coleta: Agosto de 2011

Taxonomia: A forma anamórfica de Oídio pertence ao Reino Fungi, grupo dos Fungos Mitospóricos, sub-grupo Hifomicetos. A forma teleomórfica, pertence ao Reino Fungi, Divisão Ascomycota, Classe Leotiomycetes, Ordem Erysiphales, Família Erysiphaceae, gênero Oidium sp. (INDEX FUNGORUM, 2011).

Sintomatologia: Os sintomas de oídio ocorrem na face adaxial das folhas, caracterizam-se pelo aparecimento de um bolor pulverulento constituído por micélio e esporos do fungo, de coloração branca ou levemente cinza, principalmente na face superior das folhas, mas pode também ocorrer em ramos jovens e flores. Na superfície da planta, forma-se uma fina camada de micélio e esporos (conídios) pulverulentos que, de pequenos pontos brancos, podem cobrir toda a folha. Estes conídios são os responsáveis pelo desenvolvimento dos sucessivos ciclos secundários do patógeno, ao serem disseminados pelo vento, chuva ou insetos e depositados sobre novos tecidos. O fungo pode ser transmitido pela semente, mas esta tem pouca importância como agente de dispersão. Períodos chuvosos são desfavoráveis à produção de esporos. Estes podem infectar a planta em qualquer fase de desenvolvimento. Quando o crescimento pulverulento do fungo é removido, o tecido afetado apresenta coloração parda ou púrpura. O efeito prejudicial da doença, devido à diminuição da área fotossintética, se manifesta pela redução no desenvolvimento e produção da planta. Nas condições de ataques severos podem ocorrer a morte de ramos novos, queda de folhas, flores e frutos e subdesenvolvimento da planta. Em relação às alterações fisiológicas no hospedeiro constata-se maior inibição da fotossíntese e transpiração com o aumento da infecção (FITOPATOLOGIA1, 2011).

Etiologia: Oidium sp.  pertence à  ordem Erysiphales e possui grande número de hospedeiros. O fungo produz micélio externo, com conidióforos verticais e simples sendo que a parte superior aumenta o comprimento para a formação de conídios com dimensões de 12-20 x 30-32 μm, com hifas ramificadas em ângulos aproximadamente retos, variam de retas flexíveis até geniculadadas que penetram nas células epidérmicas, apresentam também apressórios que são estruturas protuberantes laterais das hifas responsáveis pela fixação do micélio a superfície foliar e iniciação do haustório, estes são formados dentro das células epidérmicas, ou raramente, em células mais profundas. Os conidióforos são curtos, com conídios cilíndricos a ovalados, unicelulares, hialinos produzidos em cadeia de forma basipetal (conídio mais jovem na base) correspondente à sua fase anamórfica, que foi a fase de ciclo biológico do fungo, encontrada neste trabalho (PEREIRA, 1997).







 Figura 1. Oídio (Oidium sp. (Link)) incidente em folhas de fedegoso (Senna obtusifolia L.).A. Sintomas do patógeno presentes na planta(pulverulência esbranquiçada). B. D. Mancha pulverulenta de coloração esbranquiçada na superfície foliar, imagens de lupa. C. F. Conídios (barr = 23.2 µm). E. Célula conidiogênica. G. Interação do patógeno com a epiderme da folha.


Epidemiologia: São parasitas obrigatórios e, portanto, dependem do hospedeiro para o seu crescimento e reprodução. Sobrevivem em plantas perenes, voluntárias ou em ervas daninhas e espécies silvestres. Nas nossas condições, a doença é favorecida em locais ou períodos quentes (20-25 ºC) e secos. Os conídios são o inóculo, sendo transportados pelos ventos, chuvas, insetos ou em material infectado. Há relatos da presença de Oidium sp. associada a várias espécies de plantas no Brasil e no mundo. Em geral a esporulação dos oídios só ocorre com a umidade relativa abaixo do ponto de saturação e nas espécies do gênero Oidium, o molhamento foliar chega a inibir completamente a esporulação (PEREIRA, 1997).
 
Controle: Não há uma grande atenção de pesquisas no que diz respeito à identificação e manejo de doenças em plantas daninhas, portanto podemos observar que, a identificação de patógenos associados a plantas daninhas representa uma importante ferramenta para estudos epidemiológicos, pois, por um lado o agente parasitário proporciona uma vantagem ao homem, pois tem sua ação bioherbicida sobre as plantas daninhas, e uma desvantagem no que diz respeito a um veículo de transmissão de patógenos polífagos ou aqueles que transmitem doenças a plantas de mesma família, servindo como fonte de inóculo para os cultivos comerciais (PEREIRA, 1997).
 
LITERATURA CITADA
       
BIOLOGICO Doenças fúngicas das plantas medicinais, aromáticas e condimentares – parte aérea, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Vegetal, disponível em acessado em 6 de novembro de 2011.
FITOPATOLOGIA1 Aspectos gerais e morfológicos de Oídium sp. Disponível em: http://fitopatologia1.blogspot.com/2010/11/aspectos-gerais-e-morfologicos-de_08.html#!/2010/11/aspectos-gerais-e-morfologicos-de_08.html, acessado em 6 de novembro de 2011.
International Legume Database Service & Information (ILDIS) (2005): Os gêneros Cassia e Senna. Versão 10.01, Novembro de 2005. Retirado 2007-dezembro-17.
 WIKIPEDIA Fedegoso (Senna obtusifolia), disponível em: , acessado em 6 de novembro de 2011.

Boletim Técnico: Cercosporiose do Cinamomo [Melia azedarach L.] causada por Pseudocercospora subsessilis Syd. & P. Syd.

 Maurílio de Sousa Netto
Acadêmico do curso de Agronomia


1.    INTRODUÇÃO

      O cinamomo ou árvore-de-santa-bárbara (Melia azedarach - Meliaceae) é uma planta nativa do Sul da Ásia. Possui azadiractina, substância com propriedade inseticida, muito usada no controle alternativo de pragas (BRUNHEROTTO & VENDRAMIM, 2001).
     Conhecida popularmente como árvore de Santa Bárbara ou cinamomo, a M. azedarach L. é uma espécie arbórea de até 20 metros de altura que produz uma madeira de cor esbranquiçada a avermelhada, com veios castanhos. O cinamomo é uma planta nativa do Sul da Ásia, atualmente, é muito utilizada para arborização urbana, pois apresenta flores aromáticas e tem folhagem caduca. Popularmente, é uma planta que apresenta uso inseticida, sendo que o extrato de suas folhas é utilizado na forma de pulverização sobre insetos pragas (BRUNHEROTTO & VENDRAMIM, 2001).
     No Brasil as principais doenças que afetam o cinamomo são representadas pelo oídio (Oidium sp.), verrugose (Sphaceloma mileae) e a cercosporiose  (Cercospora meliae).
Os fungos cercosporiódes estão freqüentemente associados às manchas foliares, bem como a flores, frutos e sementes de cereais, hortaliças, de plantas ornamentais, de essências florestais e de gramíneas. Apresentam ampla dispersão geográfica, podendo ser encontrados desde as zonas temperadas até os trópicos. Agrupados inicialmente no complexo gênero Cercospora Fresen, esses fungos foram recentemente desmembrados em gêneros menores, utilizando-se, inclusive, estudos de biologia molecular. Muito embora alguns aspectos tenham sido resolvidos, alguns gêneros afins ainda apresentam posição duvidosa (BRAUN et al., 2003).
     Existem registrados no mundo infectando cinamomo os seguintes táxons de fungos cercosporóides: Cercoseptoria dominguensis, Cercospora appii, C. congoensis, Passalora congoensis, C. leucosticta, C. meliae, C. meliicola, C. subsessilis, Pseudocercospora subsessilis e Pseudocercospora meliicola (FARR & ROSSMAN, 2011).
     Os conídios do isolado em questão mais se aproximam de C. congoensis e C. subsessilis, e como o primeiro apresenta conídios mais largos, identificou-se o agente causal da cercosporiose-do-cinamomo como sendo Pseudocercospora subsessilis Syd. & P. Syd. (SOUSA NETTO et al., 2011a; SOUSA NETTO et al., 2011b) (Tab. 1).
     As suas sinonímias são: Cercospora subsessilis Syd. & P. Syd., Annals mycol. 11(3): 329 (1913); Cercosporina subsessilis Syd. & P. Syd. Sacc., Syll. fung. (Abellini) 25: 911; Cercoseptoria domingensis Cif. 1938; Pseudocercosporella indica A.N. Rai, B. Rai & Kamal 1993; Pseudocercospora meliae A.N. Rai & Kamal 1982; Pseudocercosporella meliae S.R. Chowdhury & Chandel 1986; Cercospora subsessilis var. azadirachtae R. Srivast. 1980 (FARR & ROSSMAN, 2011).
     O fungo P. subsessilis pertence ao reino Fungi, divisão Ascomycota, classe Dothideomycetes, subclasse Dothideomycetidae, ordem Capnodiales, família Mycosphaerellaceae, gênero Pseudocercospora, espécie Pseudocercospora subsessilis (INDEX FUNGORUM, 2011).
     Farr & Rossman (2011) apresenta em seu banco de dados 22 relatos de P. subsessilis ocorrendo em diferentes hospedeiros no mundo: infectando Azadirachta indica no Brasil (BRAUN & FREIRE, 2006); Hong Kong (LU et al., 2000); infectanto Azadirachta sp. em Hong Kong (ZHUANG, 2001); infectanto Melia azadirachta em Myanmar (THAUNG, 1984); infectanto Melia azedarach na China (GUO, 1995; GUO, 1999; ROUX et al., 1997; LU et al., 2000; LIU & GUO, 1998; ZHUANG, 2005), em Cuba (BRAUN & CASTANEDA-RUIZ, 1991), nos EUA (ALFIERI et al., 1984), em Hong Kong (LU et al., 2000; ZHUANG, 2001), na Índia (BAGYANARAYANA et al., 1991), em Taiwan (HSIEH & GOH, 1990), Tailândia (MEEBOON et al., 2007); infectando Melia azedarach var. subtripinnata no Japão (KOBAYASHI, 2007); infectando Melia sp. na China (GUO, 1999; ZHUANG, 2001; LIU & GUO, 1998); infectando Swietenia mahagoni nos EUA por ALFIERI et al. (1984).
     Material de P. cedrelae (HCIO 26092) não estava disponível e não poderia ser comparado, mas um outro espécime capturado na Índia em cedrela Toona, foi comparado com P. subsessilis (Syd. & P. Syd.) Deighton, normalmente difundido em áreas tropicais e subtropicais, hospedando em Azadirachta sp., Melia sp. e Swietenia sp. E esse material é morfologicamente igual a P. cedrelae-mexicanae, mas difere em ter manchas nas folhas distintas com conspícua, bordas marrom e mais conídios, até 90 µm e com até 10 septos (BRAUN et al., 2003).
     Diversos autores têm estudado os fungos cercosporóides do Brasil, iniciando-se com os estudos de Viégas (1945). Uma excelente compilação destaca as espécies descritas por Batista e colaboradores. Uma lista atualizada dos hifomicetos foi recentemente publicada, incluindo novos registros de fungos cercosporóides (FREIRE, 2005 apud FREIRE & BRAUN, 2009).
     O objetivo deste trabalho foi identificar e registrar a ocorrência de cercosporiose em plantas de cinamomo na região de Urutaí, GO, descrevendo a respeito da sua sintomatologia, etiologia, epidemiologia e controle. 


2.    MATERIAIS E MÉTODOS
 
     Amostras de folhas de Cinamomo (M. azedarach), com sintomas da doença, foram coletadas na área do Pivô do Instituto Federal Goiano, localizada no município de Urutaí - Goiás e encaminhadas para o Laboratório de Microbiologia.
     Com auxílio do microscópio estereoscópico e uma lâmina especial, para realizar cortes, foram preparados cortes transversais do mesófilo foliar das folhas apresentando sinais do patógeno para observação da interação patógeno-planta e suas conseqüências.
Preparou-se lâminas semi-permanentes pelo método de “pescagem direta” para análise em microscópio óptico descrição morfológica e morfométrica das estruturas fúngicas. Usando uma lâmina com uma gota de fixador, raspou-se as estruturas das pústulas com auxílio de uma pinça foram feitas lâminas para visualização e posterior identificação do patógeno. Assim usou-se uma lâmina contendo uma lamínula a ser montada, vedada com esmalte e levada ao microscópio para visualização.
     Após a visualização da lâmina em microscópio óptico, identificou-se as estruturas e através destas foi possível sua identificação. As estruturas do fungo foram posteriormente microfotografado com auxílio de uma câmera digital marca Canon modelo Power Shot SD750, do professor Milton Luiz da Paz Lima, sendo transferidas as imagens para um computador.

3.    RESULTADOS E DISCUSSÃO

 Hospedeiro/cultura: Cinamomo (Melia azedarach L.).
Família Botânica: Meliaceae
Doença: Cercosporiose (mancha foliar)
Agente Causal: Pseudocercospora subsessilis Syd. & P. Syd. (Anamorfo), Mycosphaerella (Teleomorfo).
Local de Coleta: Urutaí, GO.       
Data de Coleta: 07/2011
Taxonomia: Reino Fungi, Divisão Ascomycota, Classe Dothideomycetes, Subclasse Dothideomycetidae, Ordem Capnodiales, Família Mycosphaerellaceae, Gênero Pseudocercospora sp., Espécie P. subsessilis.


Sintomatologia     As folhas, mais velhas, apresentaram as seguintes características: Sintomas: manchas foliares irregulares, anfígenas, angulares a circulares, coloração pardo-escura, de diâmetro de 0,5 a 3 mm (Fig. 1A). Os sinais são: anfígenos, centrais, localizados no centro da lesão (Fig. 1C) (BRUNHEROTTO & VENDRAMIM, 2001).
Etiologia
     O isolado na forma anamórfica (P. subsessilis) apresentou conidióforo hialino, curtos, produzidos em abundante tecido estromático (emergência através da abertura estomatal) (Fig. 1D), simpodial, agrupados em fascículos, apresentou cicatrizes conidiais, ápice truncado possuindo dimensões de 47,5-(37,75)-25 x 4-5 µm (Fig. 1F); conídios cicatrizados, curvados, com 3-5 septos, truncados, escuros, medindo 37-(49)-52 x 4-5 µm (Fig. 1K.L.M.N). Sua forma de sobrevivência geralmente é em restos culturais ou em hospedeiros alternativos (A. indica) (CHUPP, 1953).

Etiologia
O isolado na forma anamórfica (P. subsessilis) apresentou conidióforo hialino, curtos, produzidos em abundante tecido estromático (emergência através da abertura estomatal) (Fig. 1D), simpodial, agrupados em fascículos, apresentou cicatrizes conidiais, ápice truncado possuindo dimensões de 47,5-(37,75)-25 x 4-5 µm (Fig. 1F); conídios cicatrizados, curvados, com 3-5 septos, truncados, escuros, medindo 37-(49)-52 x 4-5 µm (Fig. 1K.L.M.N). Sua forma de sobrevivência geralmente é em restos culturais ou em hospedeiros alternativos (A. indica) (CHUPP, 1953).







 Figura 1. Cercosporiose (Psedocercospora subsessilis) em folhas de cinamomo (Melia azedarach) A. Sintoma de crestamento e manchas foliares nos folíolos apicais, B. Lesões necróticas esféricas e de coloração pálea na face abaxial, C. Detalhe dos sinais distribuídos uniformemente no centro da lesão, D. Tecido estromático (sinais) no centro da lesão na face adaxial, E. Corte histológico mostrando a interação patógeno-hospedeiro, F. Esporodóquio com conidióforo curto e detalhe para célula conidiogênica (seta) (bar=22,5µm), G. Tecido estomático esporodoquial e conídio (seta) preso a célula conidiogênica (bar=22,5µm), H. Conídio multisseptado e hialino (bar=5µm), I. Célula pé do conidióforo (seta) (bar=6,5µm),  J. Célula conidiogênica curta(bar=6,5µm), K., L., M., N., Variação morfológica dos conídios multisseptados, hialinos, de base truncada e ápice agudo (bar=5µm).
 Epidemiologia
      A doença apresenta ampla dispersão geográfica, podendo ser encontrada desde as zonas temperadas até os trópicos (FREIRE & BRAUN, 2009).
     Umidade relativa próxima a 100% e temperaturas entre 15-30 °C são condições que favorecem o desenvolvimento da doença. Como características de cercosporioses, o fungo pode sobreviver nos restos de cultura infectados deixados no solo e nas sementes por mais de dois anos. Os conídios são disseminados a longa distância pelas sementes infectadas ou contaminadas. Na plantação, os conídios são dispersos pelo solo, vento, respingos da água da chuva ou da irrigação, operários e implementos de trabalho.     No Brasil a ocorrência desse fungo só foi relatada para cultura do Nin (A. indica) sendo este o primeiro relato de P. subsessilis infectando Cinamomo (Melia azedarach). No mundo ela infesta as seguintes espécies: A. indica, Azadirachta sp., M. azadirachta, M. azedarach var subtripinnata, Melia sp., Swietenia mahagoni (FARR & ROSSMAN, 2011).

Controle 
 
     Não há relato de controle para P. subsessilis no Brasil, existe o controle para C. apii, que também infecta o Cinamomo, em batata aipo (Agrofit, 2011).
     A adoção deste controle requer alguns cuidados para o sucesso da aplicação e eficiência do controle, tais como: escolha do fungicida (contato ou sistêmico), horário da aplicação (fatores climáticos), forma da aplicação (jato dirigido ou pulverizado) e intervalos entre aplicações. Existem atualmente três produtos registrados no Ministério da Agricultura para o controle químico da cercosporiose (C. apii) que também infecta o Cinamomo: contact; garant; garant BR (hidróxido de cobre) (Agrofit, 2011).
     Apesar de o Cinamomo ser uma espécie usada também como forma de controle biológico, através do seu extrato, essa prática ainda não se aplica para a cultura, pois o seu efeito é apenas inseticida.
     As cercosporioses têm como principal método de controle: o cultural, físico e o químico. Os principais aspectos de controle a serem relacionados são: o bom preparo do solo, o histórico da área a ser plantada visando o melhor manejo a ser implantado, a época do plantio, combate as plantas daninhas, que pode se hospedeiras de alguns fungos patogênicos, destruição de restos culturais entre outros (AMORIM et al., 2011).



LITERATURA CITADA

AGROFIT – Sistema de Agrotóxicos Fitosanitários. Disponível em: . Acessado em: 08/11/2011.
AMORIM, L.; REZENDE, J. A. M.; BERGAMIN FILHO, A.: Manual de Fitopatologia: Princípios e Conceitos: 4ª ed. Vol. 1, p 40; 510-515 - São Paulo, SP. Editora Agronômica Ceres Ltda., 2011.
BRAUN. U.; CROUS, P.; KAMAL.: New species of Pseudocercospora, Pseudocercosporella, Ramularia and Stenella. Mycological Progress 2(3): 197–208, August, 2003.
BRUNHEROTTO, R.; VENDRAMIM, J.D. Bioatividade de extratos aquosos de Melia azedarach L. sobre o desenvolvimento de Tuta absoluta (Meyrick) (Lepidoptera: Gelechiidae) em tomateiro. Neotropical Entomology, 30: 455-459, 2001.
CHUPP, C.:  Monograph of the fungus genus Cercospora. Published by the Author, Ithaca, New York, 667 pages. 1953.
FARR, D.F., & ROSSMAN, A.Y. Fungal Databases, Systematic Mycology and Microbiology Laboratory, ARS, USDA. Retrieved November 1, 2011, from /fungaldatabases/. Disponível em: . acessado em: 01/11/2011.
FREIRE, F. D. C. O.; BRAUN, U.: Hifomicetos Cercosporioides Associados a Plantas do Estado do Ceará: Revista Ciência Agronômica, v.40, n.1, p. 150-156 jan-marc. Centro de Ciências Agrárias – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, 2009.
INDEX FUNGORUM. Banco de Dados para Consulta de Táxons de Fungos. Disponível em: . Acessado em: 07/11/2011.
SOUSA NETTO, M.; OLIVEIRA, F.C. DE; PAZ-LIMA, M.L. Ocorrência de cercosporiose (Pseudocercospora subsessilis) em folhas de cinamomo (Melia azedarach). Tropical Plant Pathology. 36(supl.):756. 2011a.
SOUSA NETTO, M.; OLIVEIRA, F.C. DE; PAZ-LIMA, M.L. Ocorrência de cercosporiose (Pseudocercospora subsessilis) em folhas de cinamomo (Melia azedarach). Anais II Jornada de Iniciação Cientifica. Instituto Federal Goiano campus Urutaí - Urutaí, GO. 2011b.

Padrão Internacional para nomenclatura de nomes científicos de Microrganismos

Plantas: The International Plant Names Index, www.ipni.org/index.html

Fungos: Index Fungorum, www.speciesfungorum.org/Names/Names.asp

Bactérias: www.isppweb.org/names_bacterial.asp

Nematóides: www.iczn.org/iczn/index.jsp

Vírus: International Code for Classification and Nomenclature, publicado no 8o. Report of the International
Committee on Taxonomy of Viruses - ICTV (2005).

Congresso Brasileiro de Soja - 2012

   Maiores informacoes sobre o evento poderao serem acessadas no seguinte link: http://www.cbsoja.com.br/

Boletim Técnico: Oídio da resedá [Lagerstroemia indica L.] causada por Erysiphe australiana (McAlpine) U. Braun & s. Takam.

Lorena Natácia da Silva Lopes
Acadêmica do curso de Agronomia

1. INTRODUÇÃO

   Posição taxonômica a Erysiphe australiana pertencente a família Erysiphaceae, ordem Erysiphales, classe Ascomycetes, filo Ascomycota, subfilo Pezizomycotina. O fungo Erysiphe australiana foi descrito por (McAlpine) U. Braun & S. Takam. 2000 (INDEX FUNGORUM, 2011).
   O gênero Erysiphe possui aproximadamente 320 espécies as quais estão amplamente distribuídas em termos geográficos e de hospedeiros (ZIPCODEZOO, 2011).
   O nome desse gênero está dedicado ao naturalista e amigo de Lineo, o sueco, Magnus Von Lagerstrom (1696-1759), e específico de um de seus hábitats, nas ilhas do arquipélago himalaio (RJB.CSIC.ES, 2011).
   A planta Lagerstroemia indica é uma pequena árvore da família Lythraceae, nativa da Índia, que se tornou uma das principais árvores ornamentais urbanas nos estados do sul do Brasil. Graves surtos de oídio têm sido observados em L. indica em árvores ornamentais em Viçosa (Estado de Minas Gerais - Brasil) no começo da primavera de 2002 (LORENZI et al., 2003).
Resedá (Lagerstroemia indica) é uma árvore de pequeno porte que apresenta muitas flores, motivo esse que faz dela uma planta bastante utilizada para a decoração nas calçadas das cidades, chegando a se tornar quase que uma praga em algumas cidades onde a maioria da arborização urbana é formada por resedás (CUIDAR, 2011).
   Com aproximadamente cinco metros de estatura, tamanho que faz com que essa árvore possa ser considerada também um arbusto, a resedá pode apresentar flores de diversas cores, como branco, vermelho e rosa, que aparecem de forma bem densa durante a época da primavera (CUIDAR, 2011).
   O oídio da resedá - E. australiana tem sido relatada no Norte Índia em L. indica. Para nosso conhecimento, este é o primeiro registro de oídio de L. speciosa causado por E. australiana na Índia (PUBLISH, 2011).
   A doença mais importante destas plantas é, sem dúvida, um oídio específico de Lagerstroemia indica, causado pelo fungo  Erysiphe australiana (REPOSITORY, 2011).
   O fase teleomorfo estava ausente, mas a morfologia anamorfo é idêntica à descrita para Erysiphe australiana syn. Uncinuliella australiana, uma espécie comum ao oídio infectando Lagerstroemia sp. em todo o mundo (Braun, 1987) há relatos na  Argentina e Venezuela. Este é o primeiro registro desta espécie de oídio atacando L. indica no Brasil (NDRS, 2011).
Oídio da L. indica foi relatado na  Argentina, Brasil, China, Japão, Suíça, Reino Unido, EUA e Venezuela (Jones & Baker, 2007; Liberato & Barreto, 2004; Shi & Mmbaga, 2006). Este é o primeiro registro da doença do oídio causado por E. australiana em L. indica  na Turquia (NDRS, 2011).
   A ordem Erysiphales constitui o grupo de fungos parasitas obrigatórios causadores das doenças conhecidas como oídios (BEBENDO, 1995).
   Não foi encontrada nenhuma literatura referente ao fungo Erysiphe australiana , nos anais do Congresso de Fitopatologia.
   O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos do fungo Erysiphe australiana, descrevendo a sintomatologia, etiologia, epidemiologia e controle.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

   Esse trabalho foi realizado no Laboratório de Microbiologia do Instituto Federal Goiano Campus Urutaí. As amostras da planta foram coletadas na cidade de Urutaí-GO.
  Os propágulos da superfície da folha de Lagerstroemia indica (Resedá) foram extraídos com o auxilio de uma pinça e depositada em uma lâmina contendo uma gota de fixador cotton-blue, constituído por 2,6ml de ácido acético, 62,5mL de ácido lático, 100 mL de glicerina, 100 mL de água destilada. O corante apresentou uma diluição de 1g para 10 mL de etanol 70%, em seguida colocou se uma lamínula sobre a lâmina. Retirou se o excesso do fixador, logos após vedou se a lamínula na lâmina utilizando esmalte e levou para visualização em microscópio óptico.
   Os cortes histológicos foram realizados com o auxilio do microscópio estereoscópico, foi utilizado parte do tecido com presença de lesões, gilete para realização do corte, lâmina com fixador e esmalte para vedação da lamínula.
   Foram realizadas fotos ao ar livre das folhas contaminadas e microfotografias das estruturas fúngicas no microscópio óptico, utilizando câmera digital Canon® modelo Power Shot A580, para confecção da prancha de fotos que foram editadas com o Windows Picture Manager e a prancha confeccionada no Microsoft Office Power Point.


3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Hospedeiro/cultura: Resedá (Lagerstroemia indica L.).
Família Botânica: Lythraceae
Doença:  Oídio da reseda
Agente Causal: Erysiphe australiana
Local de Coleta: Urutaí, GO.
Data de Coleta: 05/10/2011
Taxonomia: O fungo pertence ao Reino Fungi, espécie Erysiphe australiana pertencente a família Erysiphaceae, ordem Erysiphales, classe Ascomycetes, filo Ascomycota, subfilo Pezizomycotina (INDEX FUNGORUM, 2011).
Sinonímia: Uncinula australiana McAlpine, Fitopatología  (1899). Uncinuliella australiana (McAlpine) R.Y. Zheng & G.Q. Chen, (1982) (SPECIES FUNGORUM, 2011).


Sintomatologia
   Os sintomas são facilmente identificáveis e sempre se manifestam na forma de eflorescência ou bolor pulverulento, de coloração branca ou levemente cinza. Esta eflorescência, formada por micélio, conidióforos e conídios do patógeno, pode ser encontrada em diversos órgãos vegetais, como meristemas, ramos jovens, flores, frutos em formação e, principalmente nas folhas. A doença é observada mais frequentemente na face superior das folhas. Em Alguns casos, no entanto, pode ser constatada também na face inferior (BEDENDO, 1995).
   Além da eflorescência, a planta afetada pode, eventualmente, exibir outros sintomas. Nas folhas, as manchas ou áreas inicialmente recobertas pela eflorescência branca podem se tornarem amareladas e posteriormente, necróticas. Ataques severos podem provocar retorcimento, subdesenvolvimentos, queda de folhas, morte de ramos novos, queda de flores e frutos, subdesenvolvimento e deformação de frutos jovens (BEDENDO, 1995).
   Estes fungos infectam os tecidos clorofilados das plantas, como folhas e frutos, desenvolvendo um micélio superficial, que retira os nutrientes do hospedeiro através de haustórios formados no interior das células da epiderme (BEDENDO, 1995).
   Este fungo afeta ramos, folhas, flores e frutos, causando perda do valor ornamental das plantas. Quando os ataques de oídio se dão em anos sucessivos pode ocorrer a morte das plantas (REPOSITORY, 2011).

Etiologia
   Os agentes causais de oídios são fungos da classe dos Ascomicetos, família Erysiphaceae.    Os gêneros Erysiphe, Podosphaera, Sphaerotheca e Uncinula são os mais comumente associados aos oídios que ocorrem nas nossas condições. A fase imperfeita destes fungos, que corresponde ao gênero Oidium, é a principal responsável pela ocorrência da doença nas condições brasileiras. A fase perfeita raramente é constatada em condições de campo. Este fato é atribuído á ausência de temperaturas suficientemente baixas que permitam o desenvolvimento da fase perfeita ou sexuada do patógeno (BEDENDO, 1995).
    O fungo Erysiphe é comumente conhecido como o patógeno oídio em crepe de murta (Lagerstroemiae indica) nos Estados Unidos, e Erysiphe australiana é o patógeno oídio relatados no Japão, China e Austrália. A fase de teleomorfo muitas vezes usado para identificar fungos, oídio raramente se desenvolve em crepe murta, e em nossas observações, nunca descreveu ascocarpos formado (DX.DOI.ORG, 2011).
   Na fase imperfeita, o fungo produz hifas claras e septadas, que formam um micélio branco ou cinza claro (Fig. 1AB). As hifas dão origem a conidióforos curtos, eretos e não ramificados, a partir dos quais se desenvolvem os conídios, arranjados em cadeia. Os conídios são hialinos, unicelulares, de forma ligeiramente retangular a ovalada ou oblonga (Fig. 1E) (BEDENDO, 1995).
   No estádio perfeito, o micélio forma corpos de frutificação do tipo cleistotécio, claros no início, escuros posteriormente, de modo a tornarem se bem visíveis, em contraste com o micélio branco. No interior dos cleistotécios desenvolvem se os ascos, que dão origem aos ascósporos unicelulares, hialinos e ovalados, semelhantes aos conídios (BEDENDO, 1995).
   As hifas formam também os haustórios, que são estruturas especializadas na retirada de nutrientes diretamente das células do hospedeiro. Estas estruturas, provenientes do intumescimento das extremidades das hifas que penetram no interior das células, permitem que o fungo exerça uma forma evoluída de parasitismo, proporcionando uma longa convivência entre patógeno e hospedeiro (BEDENDO, 1995).

Tabela 1. Dimensões em µm das estruturas de Oídio - Erisyphe australiana (McAlpine) U. Braun & s. Takam. 2000 comparado com M.E. Göre*, (2008).

 

 Figura 1. Oídio (Erisyphe australiana) incidente em folhas de reseda (Largerstroemia indica). A. Sintoma na Planta, B. Sintomas na face adaxial da folha, C. Detalhe do corte histológico para observação do conidióforo, D. Detalhe do conidióforo, E. Detalhe dos conídios (barr = 36,7um), F. Detalhe do conidióforo com presença de apressório (barr =92,1 um), G. Conidióforo com presença da célula conidiogênica.

Epidemiologia

   Os fungos que causam oídios são parasitas obrigatórios e portanto, dependem de hospedeiros vivos para sua sobrevivência, crescimento e reprodução (BEDENDO, 1995).
   A maioria produz conídios em cadeia, de forma basipetal (conídio mais jovem na base), correspondentes a sua fase anamórfica, a partir de conidióforos simples, derivados do micélio superficial. Estes conídios são os responsáveis pelo desenvolvimento dos sucessivos ciclos secundários do patógeno, ao serem disseminados pelo vento e depositados sobre novos tecidos suscetíveis do hospedeiro (BEDENDO, 1995).
   A disseminação é realizada principalmente pelo vento, que distribui os conídios á distância relativamente longa; a água também pode atuar como agente de disseminação, principalmente na força de respingos, espalhando os conídios dentro da própria planta e para plantas vizinhas. Chuvas intensas podem lavar as estruturas do fungo encontradas na superfície do hospedeiro, prejudicando seu desenvolvimento e sua dispersão. Ao atingir a superfície da folha, os conídios podem iniciar o processo de infecção (BEDENDO, 1995).
   Após a penetração, que em alguns casos processa se também através do estômato, as hifas situadas na superfície da folha começam a se ramifica.  Com o desenvolvimento do micélio os conídios passam a ser produzidos em grande quantidade, caracterizando a fase de reprodução do patógeno. Sob condições de baixa temperatura, ocorre a formação de cleistotécios esféricos, do tamanho aproximadamente da cabeça de alfinete. A presença de micélio e conídios na superfície vegetal é responsável pelo sintoma típico de oídio exibido pelas plantas doentes, ou seja, a eflorescência branca pulverulenta que recobre os órgãos atacados. A planta doente constitui se em nova fonte de inoculo para plantas sadias, quando o vento promove a dispersão dos conídios (BEDENDO, 1995).
   De acordo com Farr & Rossman (2011) foram relatados 19 registrados no mundo para Oidium sp. infectando Lagerstroemiae sp., Oidium erysiphoides infectando a planta Lagertroemiae sp. foi relatado na espécie Lagerstroemia subcostata em Taiwan (YEN,1967).
Oidium sp. Infectando Lagerstroemia indica foi relatado na Austrália (SAMPSON e WALKER, 1982); China (ZHENG e YU, 1987); Cuba (URTIAGA, 1986); Grécia (HOLEVAS et al., 2000);  Hawaii (RAABE et al., 1981 ); Hong Kong (ZHUANG, 2001); México (ALVAREZ, 1976); Myanmar (THAUNG, 2007);  Nova Caledônia (HUGUENIN, 1966); África do Sul (GORTER, 1977); Venezuela (URTIAGA, 2004).
   A planta Lagerstroemia sp. relatada na Indonésia (AMANO, 1986); Malawi  (AMANO, 1986);  Papoa Nova Guine (AMANO, 1986). Lagerstroemia speciosa na Venezuela (URTIAGA, 2004).
   O fungo causador de oídio Oidium yenii foi registrado infestando Lagerstroemia indica relatada na Índia (PAUL e THAKUR, 2006), Lagerstroemia subcostata relatada em Taiwan (YEN, 1967).

Controle

     Apesar de bastante rústica, é interessante realizar podas de limpeza, removendo ramos emaranhados e doentes, além das flores murchas (JARDINEIRO, 2011).
   Segundo o Agrofit (2011) não há registros disponíveis para o controle de Erysiphe australiana infectando resedá. Mas há registros de moléculas para o controle de doenças do gênero Erysiphe sp.
   Não há registro de Lagerstroemia indica resistentes ao fungo Erysiphe australiana, pois não é uma planta de grande importância econômica.
    O leite pode agir mais de um modo de ação para controlar o Oídio. Leite fresco pode ter efeito direto contra Sphaerotheca fuliginea devido às suas propriedades germicidas; por conter diversos sais e aminoácidos, pode induzir a resistência das plantas e/ou controlar diretamente o patógeno; pode ainda estimular o controle biológico natural, formando um filme microbiano na superfície da folha ou alterar as características físicas, químicas e biológicas da superfície foliar. O leite não é um contaminante do ambiente ou dos alimentos, conseqüentemente, pode ser utilizado em qualquer modelo de agricultura (BETTIOL, 2004).
 
 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGROFIT disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons> acessado em: 29/10/2011.
BEDENDO, I. P., Oídios. BERGAMIM, FILHO A., KIMATI, H., AMORIM, L. Manual de fitopatologia vol.1 3 ed. Editora agronômica Ceres. São Paulo, 1995.
BETTIOL, W. Leite de vaca cru para controla oídio. Documento 14. Embrapa Meio Ambiente. Jaguariuna, SP. 2004.
CUIDAR 2011 Disponível em: <http://www.cuidar.com.br/plantas/arvores/reseda.htm> acessado em: 10/10/2011.
DX.DOI.ORG Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1094/PD-90-1098> acessado em: 11/10/2011.
FARR, D.F., A.Y. ROSSMAN, M.E. PALM & E.B. MCCRAY. (n.d.). Fungal Databases, Systematic Botany and Mycology Laboratory, ARS, USDA. Retrieved October 10, 2011, from http://nt.ars-grin.gov/fungaldatabases/
INDEX FUNGORUM, Disponível em: < http://www.indexfungorum. org/names/NamesRecord.asp?RecordID=495633>. Acessado em 29/10/ 2011.
JARDINEIRO, Disponível em:< http://www.jardineiro.net/br/banco/lagerstroemia_indica.php> acessado em 01/11/2011.
Lorenzi H, Souza HM, Torres MAV, Bacher LB, . 2003 Exóticas Árvores do Brasil: Madeireiras, Ornamentais e Aromáticas. Nova Odessa, Brasil: Instituto Plantarum.
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RJB. CSIC.ES 2011 Disponível em : <  http://www.rjb.csic.es/jardinbotanico/ficheros/documentos/pdf/pubinv/MSG/Lagerstroemia_indica.pdf> acessado em: 08/10/2011.
SPECIES FUNGORUM 2011 Disponível em: http://www.speciesfungorum.org/Names/ SynSpecies.asp?RecordID=464030 acessado em: 06/10/2011.
ZIPCODEZOO 2011 Disponível em: <http://zipcodezoo.com/Fungi/E/Erysiphe_australiana/ > acessado em: 10/10/2011.

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