Moysés Gonçalves Campos
Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas
Micetomas
são infecções crônicas da pele e tecidos subjacentes causadas por fungos
(eumicetomas) ou bactérias (actinomicetomas e botriomicose). São caracterizados
por aumento do volume da área afetada e múltiplas fístulas por onde são
eliminados grãos que contêm o agente.(RENATO e MELO, 1975).
No
Brasil, os principais agentes etiológicos dos eumicetomas são Acremonium sp e
Madurella grisea. Actinomicetomas são causados por bactérias endógenas
anaeróbias (Actinomyces israelli e Actinomyces bovis) ou aeróbias (Actinomadura
sp, Nocardia brasiliensis e Streptomyces sp).
Serão
demonstrados os aspectos biológicos relativos a bactéria Actnomadura sp, sendo esta um actinomiceto aeróbio, com filamentos
na forma de micélio, Gram-positiva, descrita a partir do século XIX.
O objetivo deste trabalho foi
apontar aspectos relacionados a sintomatologia, epidemiologia e controle de Actinomadura sp.
DESENVOLVIMENTO:
Sintomas:
Ocorrência de formação de grânulos brancos
amarelados que podem ser vistos macroscopicamente. Estes grãos são pequenas
formações arredondadas que medem cerca de 0,5 a 2 mm de diâmetro e que correspondem a micro colônias, sendo
infecções crônicas da pele e tecidos subjacentes, caracterizadas pelo aumento
de volume da área afetada e múltiplas fístulas que secretam-se. Geralmente
acometem os pés, mas podem ocorrer também em regiões inferiores das pernas, nas
mãos e ombros, porém raramente em outros lugares do corpo. As lesões crescem
rapidamente, são inflamatórias, destrutivas e invasivas, podendo acometer
estruturas ósseas precocemente. (LACAZ, 1984).
Epidemiologia:
Ocorre principalmente em homens que
trabalham em áreas rurais, como lavradores e cuidadores de animais, tipicamente
de países tropicais como Índia e Tunísia. Os organismos geralmente estão
presentes no solo, na forma de grãos, que são introduzidos nos doentes através
de lesões de continuidade da pele, podendo ser causadas por espinhos, pedras ou
farpas de madeira. As infecções são frequentes em pacientes com
imunocomprometimento grave; nesses a predisposição dá-se em indivíduos
submetidos a terapias imunossupressivas, portadores de doenças neoplásticas,
como doenças brônquio-pulmonares
crônicas, com AIDS e indivíduos transplantados. O período de incubação é
incerto, provavelmente variando de dias a semanas, e não há relatos de
transmissões de pessoas para pessoas. Ou de animais para humanos.
(LACAZ,1984).
Tratamento/controle:
Terapia antibiótica combinada com
sulfametoxazol/trimetropina e dapsona por dois anos, ou
sulfametoxazol/trimetropina em monoterapia, inicialmente parental. Em pacientes
alérgicos às sulfas emprega-se a minociclina. Em indivíduos que não respondam
as sulfonamidas, acresentam-se aminacina, imipenem, ou doses elevadas de
ampicilina. As vezes faz-se necessária a drenagem cirúrgica dos abcessos, além
de antibióticoterapia. (RENATO e MELO, 1975).
CONCLUSÃO:
A
bactéria Actinomadura sp é normalmente
encontrada nas camadas superficiais do solo de países tropicais e subtropicais,
afetando comumente áreas rurais, sendo patológica para o ser humano com
infecções cutâneas e destrutivas que podem se espalhar até os ossos. O
tratamento é a base de antibióticos e deve ser começado o mais rápido possível,
devido a gravidade de infecções. A prevalência de pacientes
imunossuprimidos (AIDS, transplantados, doenças autoimunes) tem favorecido o
aumento de casos de micoses profundas atualmente.
LITERATURA CITADA:
LACAZ,
C. S. ; PORTO, E. ; MARTINS, J.E.C. Micologia
médica: fungos, actinomicetos e algas de interessemédico. 7 ed. São Paulo:
Savier, 1984.
TRABULSI,
R. L. ; ALTERTHUM, F. Microbiologia 5. ed. São Paulo:
Atheneu, 2008.
RENATO, C. & MELO, I.S. Micetoma por Actinomadura sp. Relato de um caso. Rev.
Pat. trop., 4: 49-52, 1975.
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