segunda-feira, 15 de julho de 2013

Trabalho Acadêmico: Sintomologia, epidemiologia e controle de Escherichia coli enterotoxigênica


Jéssica Campos Rocha
Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas



INTRODUÇÃO
   Este trabalho nos mostra a importância de estudar e saber os danos que essa bactéria causa à nossa saúde.
   A Escherichia coli enterotoxigênica é uma doença conhecida como doença do viajante, que apresenta vários sintomas entre eles estão: diarreia líquida, febre baixa, náuseas entre outros, é geralmente dura em média cinco dias e frequentemente afeta crianças que vivem e turistas que passam por países subdesenvolvidos e mais pobres, durante os três primeiros anos de vida as crianças desenvolvem múltiplas infecções por ETEC a doença em adultos que vivem nessas áreas é menos frequente, surtos graves tem sido relatados em países desenvolvidos. 
A E. coli enterotoxigênica (ETEC) causa gastroenterite conhecida como diarreia dos viajantes. Apresentam como quadro clinico diarreia líquida, dor abdominal, febre baixa, náusea e mal-estar. A doença é usualmente auto limitante, durando não mais que 5 dias, exigindo contudo, em crianças e idosos debilitados, reposição hidro-   eletrolítica.(Parasitologia clinica, 2013)
   São produzidas pela ETEC uma toxina termolábil (LT) e uma toxina termoestável (ST) ou ambas as toxinas (LT/ST). A produção de enterotoxinas é demonstrada por meio de imunoensaios, bioensaios e por DNA que identificam os genes LT e ST. O período de incubação é de 10-12 horas tem sido observada em surtos e em estudos em voluntários com cepas produtoras de LT e ST e incubação em voluntários de LT/ST mostraram um período de 24-72 horas. Estudos mostram que a imunidade soro-especifica é adquirida quando ocorre infecção por ETEC.
    A ETEC pode ser demonstrada pela produção de enterotoxina, por imunoensaios, bioensaios e por técnicas de DNA que identificam genes LT e ST em culturas. Cepas de ETEC elaboram uma toxina termo-lábil(LT), uma toxina termo-estável(ST) ou ambas toxinas.(Parasitologia clinica, 2013)
  O tratamento consiste em reposição hidroeletrolítica e de água em caso de diarréias leves, em diarreias severas em adultos é indicado ingerir Trimetoprim/Sulfametoxazol, mas muitas cepas de ETEC são resistentes a antibióticos.
O tratamento para gastroenterite causada pela E. coli enterotoxigênica geralmente é reduzido ao repouso e hidratação, mas para diarreia severa, que provoca muita desidratação, o medico poderá indicar a toma de medicamentos como trimetoprim-sulfametoxazol, 160 mg-800 mg, 2 vezes ao dia.(Tua saúde, 2013)
  O objetivo do trabalho é apresentar informações a respeito da sintomologia, epidemiologia e controle de Escherichia coli enterotoxigênica ETEC.
DESENVOLVIMENTO
     É uma doença do tipo cólera-like, tendo sido descrita há cerca de 40 anos, cepas de ETEC elaboram uma toxina termolábil (LT), uma toxina termoestável (ST) ou ambas, que compreendem duas grandes famílias de toxinas de natureza protéica que diferem quanto a sua tolerância à temperatura, estrutura, imunogenicidade e mecanismo de ação, a termoestabilidade está relacionada à perda da atividade tóxica após aquecimento a 100º C durante 30 minutos, enquanto a termoestabilidade significa a manutenção da atividade da toxina nestas condições. 
  “A Escherichia coli enterotoxigênica, foi definida por sua capacidade em produzir as enterotoxinas termolábil (LT) e termoestável (ST). A importância clinica das ETEC foi reconhecida no final da década de 1960.” (Trabulsi e Alterthum, 2008)
    A ETEC é conhecida como diarreia do viajante, estimativas globais indicam que a ETEC são responsáveis por causar 380.000 mortes anuais, sendo mais frequente em crianças que vivem em regiões de baixas condições socioeconômicas e deficientes em saneamento básico em visitantes de países industrializado, a doença dura cerca de 5 dias, tem como principais sintomas diarreia líquida, dor abdominal, febre baixa, náusea e mal-estar.
Constitui uma das principais causas de diarreia em crianças menores de cinco anos de idade em todo o mundo. ETEC é também o principal agente da “diarreia do viajante”, acometendo adultos que transitam que transitam desde países industrializados até regiões tropicais e subtropicais. (Trabulsi e Alterthum, 2008).
     A ETEC não é considerada uma doença séria, é transmitida via feca-oral, pela ingestão de água e alimentos contaminados principalmente por esgoto, a infecção tem a duração de 24 a 72 horas em média. O tratamento consiste em reposição de eletrólitos e água em diarreias leves, para diarreias severas emprega-se Trimetoprim/Sulfametoxazol, 160 mg-800 mg duas vezes ao dia por cinco dias.
As infecções por ETEC dispensam na maioria das vezes o uso de antibioticoterapia. Contudo, quando houver indicação, o antimicrobiano deve ser selecionado a partir do antibiograma, uma vez que ETEC pode apresentar resistência múltipla com frequência. Por outro lado, a reposição de água e eletrólitos é essencial e deve ser realizado o mais breve possível. (Trabulsi e Alterthum, 2008)
    A ETEC figura como um importante patógeno em animais, sendo agente de disenteria em bovinos, diarreia neonatal e pós-desmame em suínos, causando perdas financeiras expressivas na indústria agropecuária.
    “A ETEC afeta principalmente animais recém-nascidos e pós-desmame, esta enfermidade é responsável por sérios danos econômicos para criadores de gado bovino, no Brasil e em outros países.” (Scielo, 2013)

    Os soros mais comuns incluem O6, O8, O15, O20, O25, O27, O63, O78, O80, O114, O115, O128ac, O153, O159 e O167, estudos em voluntários adultos sobre dose infectiva indicaram que é necessária uma dose alta-100 milhões a 10 bilhões da bactéria para estabelecer a colonização do intestino delgado, onde os organismos proliferam e produzem toxinas as quais induzem secreção de fluidos.
  “As ETEC pertencem a uma grande diversidade de sorotipos, porém alguns têm distribuição universal, além de serem mais prevalentes, destacando-se os sorotipos: O6: H16, O8: H9, O25: H7, O27: H12, O78: H12, O128: H21, O148: H28 E O153: H45.” (Trabulsi e Alterthum, 2008)
   É possível o diagnóstico a partir do isolamento e identificação bioquímica nas fezes do paciente, que são utilizadas para a detecção das enterotoxinas LT e ST. Estas toxinas podem ser identificadas através de métodos biológicos que utilizam culturas celulares (LT) ou modelos animais (ST).
    “A ETEC pode ser demonstrada pela produção de enterotoxina, por imunoensaios, bioensaios e por técnicas de DNA que identificam genes LT e ST em culturas.” (Manual das doenças transmitidas por alimentos, 2013)
    O mecanismo de patogenicidade compreende basicamente a colonização da mucosa intestinal e a produção de enterotoxinas, a colonização está relacionada à capacidade desta bactéria em aderir a receptores específicos presentes na superfície do epitélio intestinal através de estruturas que foram denominadas genericamente de fatores de colonização, as enterotoxinas provocam alterações nos níveis intracelulares de nucleotídeos cíclicos levando à alteração do equilíbrio hidrossalino do lúmen intestinal, resultando na secreção de eletrólitos e, consequentemente, na redução de absorção de água. A eliminação de água é decorrente do mecanismo de ação das enterotoxinas.
 Cepas de ETEC são capazes de aderir à mucosa do intestino delgado e produzir toxinas, cujos efeitos resultam no desenvolvimento de diarreia aquosa. A adesão e colonização da mucosa intestinal são mediadas por estruturas protéicas (fímbrias), denominadas fatores de colonização, presentes na superfície das células bacterianas, e codificadas por plasmídeos (Franco et al., 1996).
     Os fatores de colonização (CFs) apresentam uma estrutura filamentosa de natureza proteica e antigênica apresentam especificidades de acordo com o seu hospedeiro, apresentam vários tipos de estruturas, são eles: fimbrial, fibrilar ou helicoidal e alguns não possuem estruturas especificas sendo definidas como afimbriais. Uma nova nomenclatura foi introduzida para classificar os CFs de origem humana, que foram denominados de antígenos de superfície de coli. Alguns fatores de colonização apresentam epítopos em comum e similaridades na sequencia de aminoácidos da região N-terminal. Os genes envolvidos na biossíntese do CFs estão localizados em plasmídeos de alto peso molecular e geralmente albergam os genes para enterotoxinas.
Os CFs, geralmente, são estruturas filamentosas de natureza proteica, antigênicas e que se encontram distribuídos de forma peritríquia na superfície bacteriana. Os CFs pode apresentar uma estrutura fimbrial, fibrilar ou helicoidal, mas alguns têm uma estrutura não definida sendo então considerados afimbriais. (Trabulsi e Alterthum, 2008) 
   As enterotoxinas LT apresentam semelhança com a toxina da cólera e os determinantes de virulência são os mais bem caracterizados e são divididos em duas classes: LT-I e T-II, as enterotoxinas ST são proteínas com baixo peso molecular e que contem cisteína que forma pontes de dissulfeto que confere a termoestabilidade, são divididos em dois subgrupos: STa e STb.
As enterotoxinas LT apresentam semelhanças estruturais, antigênicas e funcionais com a toxina colérica (CT) e constituem os determinantes de virulência mais bem caracterizados em ETEC. As enterotoxinas ST são proteínas monoméricas, de baixo peso molecular (5 kDa) e que contem múltiplos resíduos de cisteína, formando pontes de dissulfeto, o que lhes confere a termoestabilidade.(Trabulsi e Alterthum, 2008)   


CONCLUSÃO
    Através desse trabalho foi possível entender sobre essa bactéria Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC) encontrou-se varias informações de suma importância para melhor compreensão dos sintomas, como são transmitidas, em que locais ocorrem com maior frequência, que tratamento deve ser feito, sendo que essas informações serão necessárias as pessoas que desconheciam a bactéria e o que ela pode causar.

LITERATURA CITADA
E. coli enterotoxigênica: banco de dados. Disponível em:< http://www.tuasaude.com/e-coli-enterotoxigenica/> acesso em: 26 de Junho de 2013
Manual das doenças transmitidas por alimentos: banco de dados. Disponível em: ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/hidrica/ecoli_enterotoxi.pdf> acesso em: 25 de Junho de 2013.
TRABULSI, L.R. ALTERTHUM, F. Microbiologia. 5 ed. Atheneu: São Paulo, 2008.

 

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