THIAGO HENRIQUE
DE LIMA
Acadêmico do curso de Ciências Biológicas
INTRODUÇÃO
A
Salmonella sp é um gênero de
bactérias pertencente a família Enterobacteriaceae,
que possuem forma de bastonete,
Gram-negativas e geralmente são móveis por apresentarem flagelos
peritricosos. Todos os sorotipos de Salmonella
são considerados potências agentes patogênicos em espécies animais, inclusive o
homem. A salmonelose é uma doença causada por bactérias desse gênero, sendo que
estes micro-organismos tem como fonte primária o trato intestinal de ampla
variedade dos animais. A salmonelose é uma doença que pode ser caracterizada
por causar gastroenterite ou febre tifóide nos organismos infectados (TRABULSI;
ALTERTHUM, 2008). Segundo Arruda (2011) os serovares, mas frequentes do gênero
em casos de contaminação humana por água são: Salmonella enterica ser. Typhi e S. enterica ser Paratyphi, já nos casos de contaminação por
alimento, são: envolvidos são S. enterica
serovar Enteritidis (S.enterica ser.
Enteritidis) e S. enterica ser.
Typhimurium.
A
salmonelose é uma doença classificada, segundo a Secretária de Vigilância em
Saúde do Brasil (SVS), como uma DTA (Doença Transmitida por Alimento). E
segundo dados da SVS, entre os anos de 2000 e 2011 foram notificados 8.663
surtos de DTAs no Brasil, sendo que aproximadamente 1650 surtos do total, foram
ocasionados por bactérias do Gênero Salmonella.
Sendo assim o vetor causador do maior numero de Surtos de DTAs nos últimos anos
(SVS, 2013). Porém nos últimos, vem sofrendo alterações os aspectos epidemiológicos
e clínicos relacionados às bactérias do gênero, pois em casos de surtos, não
apenas o envolvimento dos serovares tidos como frequentes, mas também outros
incriminados como agentes causadores da doença vêm ocorrendo; como: S.enterica ser. Agona, S.enterica ser. Panama, S.enterica ser. Wien, S.enterica ser. Johannesburg e S.enterica ser. Hadar (ARRUDA, 2011).
Contudo,
além de serem grandes patógenos em seres humanos as bactérias do gênero Salmonella possui também grande
importância no assunto saúde/ produção animal, pois as doenças causadas por
estas ocasionam diminuição nas produções, causando impacto tanto na saúde
animal quanto a humana (ARRUDA, 2011).
Estes
fatos, consequentemente, tornaram o Gênero um grande alvo para estudos na área
de patogênese de micro-organismos. De forma a melhor as características desses
organismos e assim possibilitar futuras medidas para controle e até tratamentos
para os problemas, causados pelas salmonelas. O presente trabalho teve como
objetivo discorrer sobre a sintomatologia, epidemiologia e controle de Salmonella sp.
DESENVOLVIMENTO
A
Salmonella foi isolada pela primeira
vez por Salmon e Smith em 1885, de suínos. A partir daí foram isolados
diferentes sorotipos de Salmonella,
vindos de uma grande variedade de fontes. Sendo, todos estes sorotipos,
considerados potências agentes patogênicos. Essas bactérias quando estão
presentes em ambiente, água potável e alimentos, devem-se pela contaminação por
fezes através de indivíduos doentes (Salmonelose) ou portadores de salmonelas.
As infecções que essas bactérias podem causar no homem são muitas dentre elas
estão as mais comuns, gastroenterite e a febre tifóide (RED MEAT, 2013). Segundo
Cardoso e Carvalho (2006, p. 97) a mortalidade em casos de Febre tifóide pode
atingir 10 % enquanto nos outros casos (gastroenterites) o índice não
ultrapassa 1 %, porém esses valores podem ter aumentos em casos de surtos em
locais com pessoas mais susceptíveis, como idosos em hospitais, pois a idade
dos acometidos tem íntima relação com esses índices.
A
gastroenterite é uma infecção aguda da mucosa intestinal, causada pelas
salmonelas não tifóides, que se caracteriza por infiltração e transmissão
epitelial de neutrófilos, exsudação de líquido seroso e diarreia. A infecção
humana por salmonelas não tifóides é limitada ao intestino, seguida de uma
diarreia inflamatória autolimitada. O período de incubação em média é de 48
horas e os principais sintomas são dores abdominais, náuseas e diarreia aquosa,
às vezes com febre baixa, vômitos e dores de cabeça. Os sintomas podem durar de
2 a 5 dias. Podem ocorrer ainda complicações graves, dentre elas está à
septicemia, com pacientes de base mais suscetíveis. Já a Febre Tifóide,
trata-se de uma infecção sistêmica e ocorre mais comumente em crianças do que
adultos, apresentando-se geralmente como uma febre prolongada (10 a 14 dias),
dor de cabeça, desconforto abdominal e letargia generalizada. A bactéria se
multiplica no baço e fígado, sendo em seguida liberada na corrente sanguínea,
levando a sintomas inespecíficos, tais como calafrios, diaforese, tontura
anorexia, tosse, fraqueza, dor de garganta e dores musculares são frequentes
antes do início da febre (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008).
O
diagnóstico da doença humana é feito através de identificação sorológica de
cultura isolada de fezes. No início da doença, um grande número de salmonelas
ocorre nas fezes. Esse número eliminado nas fezes diminui com o tempo,
entretanto, a duração média da eliminação foi estimada em cinco semanas e em
menos de 1% dos contaminados se tornaram portadores crônicos. Os sorotipos de Salmonella podem estar estritamente
adaptados a um hospedeiro particular ou em grande numero de espécies de
animais. A transmissão da Salmonella para
o homem geralmente ocorre pelo consumo de alimentos contaminados, embora a
transmissão de pessoa para pessoa possa ocorrer. Ovos podem ser contaminados a
partir de rachaduras na casca ou através de infecção transovariana. Produtos
alimentícios de origem animal (Carne, leite e ovos) constituem os veículos mais
normalmente incriminados na transmissão desses micro-organismos. Outro
mecanismo de transmissão para o homem consiste na contaminação através do
contato com animais de estimação exóticos (Lagartos, cobras, salamandras,
sapos, iguanas, além de tartarugas e patos) (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008).
A
prevenção contra a Salmonelose tem por base a manipulação e preparo adequados
de alimentos, principalmente ovos e carnes de aves. A administração de
antibióticos no tratamento das gastroenterites nem sempre aceleram a
recuperação clínica sendo, inclusive, responsável pelo prolongamento do período
de excreção do agente. Por outro lado, os antibióticos são recomendados para as
salmoneloses com complicações sistêmicas e nos casos de Febre Tifóide. Há
também um esforço enorme para que se desenvolva uma vacina contra a Febre
Tifóide, porém mesmo com algumas já criadas, não há ainda uma que seja eficaz
com indivíduos de todas as faixas etárias e muito menos que tenha uma eficácia
total, nos casos (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008).
CONCLUSÃO
Por
fim, pode-se concluir que os estudos referentes às características sobre a
sintomatologia, epidemiologia e controle de Salmonella
sp. são de grande importância para o meio científico e clínico, devido o fato
de que estas bactérias são potências agentes patogênicos para um grande numero
de espécies de animais, inclusive, o homem. Assim visando buscar alternativas
para porvindouras ações ou medidas de controle contra surtos de doenças ou
questões envolvendo estas bactérias.
LITERATURA CITADA
ARRUDA, L. T.; Salmonella spp: Aspectos Moleculares Gerais e Fatores de Virulência
Específicos. Disponível em: http://portais.ufg.br/uploads/67/original_semi2011_Marcele_Louise_1c.pdf>. Acesso em:
26. Jun. 2013.
CARDOSO, T. G.; CARVALHO, V. M. Toxinfecção alimentar po Salmonella spp. Rev. do Instituto de Ciências da Saúde, São Paulo, 24 (2) 95-101,
2006.
RED MEAT INNOVATION FOR PROCESSORS. SALMONELLA SPP. Disponível em: <<
http://www.redmeatinnovation.com.au/innovation-areas/food-safety/food-safety-education/the-bug-bible/salmonella-spp>> Acesso
em: 01 abr. 2013.
SECRETÁRIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS DE
TRANSMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR VEDTHA. Disponível em: <<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/10
passos para investigação surtos.pdf>>. Acesso em: 01 abr. 2013.
TRABULSI, L. R.; ALTERTHUM, F. MICROBIOLOGIA. 5. ed. Atheneu: São
Paulo, 2008.
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