terça-feira, 9 de julho de 2013

Trabalho Acadêmico: Sintomatologia, epidemiologia e controle de Salmonella sp.



THIAGO HENRIQUE DE LIMA 
 Acadêmico do curso de Ciências Biológicas





INTRODUÇÃO

A Salmonella sp é um gênero de bactérias pertencente a família Enterobacteriaceae, que possuem forma de bastonete,  Gram-negativas e geralmente são móveis por apresentarem flagelos peritricosos. Todos os sorotipos de Salmonella são considerados potências agentes patogênicos em espécies animais, inclusive o homem. A salmonelose é uma doença causada por bactérias desse gênero, sendo que estes micro-organismos tem como fonte primária o trato intestinal de ampla variedade dos animais. A salmonelose é uma doença que pode ser caracterizada por causar gastroenterite ou febre tifóide nos organismos infectados (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008). Segundo Arruda (2011) os serovares, mas frequentes do gênero em casos de contaminação humana por água são: Salmonella enterica ser. Typhi e S. enterica ser Paratyphi, já nos casos de contaminação por alimento, são: envolvidos são S. enterica serovar Enteritidis (S.enterica ser. Enteritidis) e S. enterica ser. Typhimurium.
A salmonelose é uma doença classificada, segundo a Secretária de Vigilância em Saúde do Brasil (SVS), como uma DTA (Doença Transmitida por Alimento). E segundo dados da SVS, entre os anos de 2000 e 2011 foram notificados 8.663 surtos de DTAs no Brasil, sendo que aproximadamente 1650 surtos do total, foram ocasionados por bactérias do Gênero Salmonella. Sendo assim o vetor causador do maior numero de Surtos de DTAs nos últimos anos (SVS, 2013). Porém nos últimos, vem sofrendo alterações os aspectos epidemiológicos e clínicos relacionados às bactérias do gênero, pois em casos de surtos, não apenas o envolvimento dos serovares tidos como frequentes, mas também outros incriminados como agentes causadores da doença vêm ocorrendo; como: S.enterica ser. Agona, S.enterica ser. Panama, S.enterica ser. Wien, S.enterica ser. Johannesburg e S.enterica ser. Hadar (ARRUDA, 2011).
Contudo, além de serem grandes patógenos em seres humanos as bactérias do gênero Salmonella possui também grande importância no assunto saúde/ produção animal, pois as doenças causadas por estas ocasionam diminuição nas produções, causando impacto tanto na saúde animal quanto a humana (ARRUDA, 2011).
Estes fatos, consequentemente, tornaram o Gênero um grande alvo para estudos na área de patogênese de micro-organismos. De forma a melhor as características desses organismos e assim possibilitar futuras medidas para controle e até tratamentos para os problemas, causados pelas salmonelas. O presente trabalho teve como objetivo discorrer sobre a sintomatologia, epidemiologia e controle de Salmonella sp.

DESENVOLVIMENTO

A Salmonella foi isolada pela primeira vez por Salmon e Smith em 1885, de suínos. A partir daí foram isolados diferentes sorotipos de Salmonella, vindos de uma grande variedade de fontes. Sendo, todos estes sorotipos, considerados potências agentes patogênicos. Essas bactérias quando estão presentes em ambiente, água potável e alimentos, devem-se pela contaminação por fezes através de indivíduos doentes (Salmonelose) ou portadores de salmonelas. As infecções que essas bactérias podem causar no homem são muitas dentre elas estão as mais comuns, gastroenterite e a febre tifóide (RED MEAT, 2013). Segundo Cardoso e Carvalho (2006, p. 97) a mortalidade em casos de Febre tifóide pode atingir 10 % enquanto nos outros casos (gastroenterites) o índice não ultrapassa 1 %, porém esses valores podem ter aumentos em casos de surtos em locais com pessoas mais susceptíveis, como idosos em hospitais, pois a idade dos acometidos tem íntima relação com esses índices.   
A gastroenterite é uma infecção aguda da mucosa intestinal, causada pelas salmonelas não tifóides, que se caracteriza por infiltração e transmissão epitelial de neutrófilos, exsudação de líquido seroso e diarreia. A infecção humana por salmonelas não tifóides é limitada ao intestino, seguida de uma diarreia inflamatória autolimitada. O período de incubação em média é de 48 horas e os principais sintomas são dores abdominais, náuseas e diarreia aquosa, às vezes com febre baixa, vômitos e dores de cabeça. Os sintomas podem durar de 2 a 5 dias. Podem ocorrer ainda complicações graves, dentre elas está à septicemia, com pacientes de base mais suscetíveis. Já a Febre Tifóide, trata-se de uma infecção sistêmica e ocorre mais comumente em crianças do que adultos, apresentando-se geralmente como uma febre prolongada (10 a 14 dias), dor de cabeça, desconforto abdominal e letargia generalizada. A bactéria se multiplica no baço e fígado, sendo em seguida liberada na corrente sanguínea, levando a sintomas inespecíficos, tais como calafrios, diaforese, tontura anorexia, tosse, fraqueza, dor de garganta e dores musculares são frequentes antes do início da febre (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008).
O diagnóstico da doença humana é feito através de identificação sorológica de cultura isolada de fezes. No início da doença, um grande número de salmonelas ocorre nas fezes. Esse número eliminado nas fezes diminui com o tempo, entretanto, a duração média da eliminação foi estimada em cinco semanas e em menos de 1% dos contaminados se tornaram portadores crônicos. Os sorotipos de Salmonella podem estar estritamente adaptados a um hospedeiro particular ou em grande numero de espécies de animais. A transmissão da Salmonella para o homem geralmente ocorre pelo consumo de alimentos contaminados, embora a transmissão de pessoa para pessoa possa ocorrer. Ovos podem ser contaminados a partir de rachaduras na casca ou através de infecção transovariana. Produtos alimentícios de origem animal (Carne, leite e ovos) constituem os veículos mais normalmente incriminados na transmissão desses micro-organismos. Outro mecanismo de transmissão para o homem consiste na contaminação através do contato com animais de estimação exóticos (Lagartos, cobras, salamandras, sapos, iguanas, além de tartarugas e patos) (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008).
A prevenção contra a Salmonelose tem por base a manipulação e preparo adequados de alimentos, principalmente ovos e carnes de aves. A administração de antibióticos no tratamento das gastroenterites nem sempre aceleram a recuperação clínica sendo, inclusive, responsável pelo prolongamento do período de excreção do agente. Por outro lado, os antibióticos são recomendados para as salmoneloses com complicações sistêmicas e nos casos de Febre Tifóide. Há também um esforço enorme para que se desenvolva uma vacina contra a Febre Tifóide, porém mesmo com algumas já criadas, não há ainda uma que seja eficaz com indivíduos de todas as faixas etárias e muito menos que tenha uma eficácia total, nos casos (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008).

CONCLUSÃO

Por fim, pode-se concluir que os estudos referentes às características sobre a sintomatologia, epidemiologia e controle de Salmonella sp. são de grande importância para o meio científico e clínico, devido o fato de que estas bactérias são potências agentes patogênicos para um grande numero de espécies de animais, inclusive, o homem. Assim visando buscar alternativas para porvindouras ações ou medidas de controle contra surtos de doenças ou questões envolvendo estas bactérias.



LITERATURA CITADA

ARRUDA, L. T.; Salmonella spp: Aspectos Moleculares Gerais e Fatores de Virulência Específicos. Disponível em: http://portais.ufg.br/uploads/67/original_semi2011_Marcele_Louise_1c.pdf>. Acesso em: 26. Jun. 2013.

CARDOSO, T. G.; CARVALHO, V. M. Toxinfecção alimentar po Salmonella spp. Rev. do Instituto de Ciências da Saúde, São Paulo, 24 (2) 95-101, 2006.

RED MEAT INNOVATION FOR PROCESSORS. SALMONELLA SPP. Disponível em: << http://www.redmeatinnovation.com.au/innovation-areas/food-safety/food-safety-education/the-bug-bible/salmonella-spp>> Acesso em: 01 abr. 2013.

SECRETÁRIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR VEDTHA. Disponível em: <<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/10 passos para investigação surtos.pdf>>. Acesso em: 01 abr. 2013.

TRABULSI, L. R.; ALTERTHUM, F. MICROBIOLOGIA. 5. ed. Atheneu: São Paulo, 2008.

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