segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ferrugem Polisora (Puccinia polysora Underw. 1897) incidente em folhas de milho (Zea mays L.)





A importância do milho é caracterizada pelas diversas formas de sua utilização, que vai desde a alimentação animal até a indústria de alta tecnologia. Na realidade, o uso do milho em grão como alimentação animal representa a maior parte do consumo desse cereal, isto é, cerca de 70% no mundo. Nos Estados Unidos, cerca de 50% é destinado a esse fim, enquanto que no Brasil varia de 60 a 80%, dependendo da fonte da estimativa e de ano para ano (Duarte, 2000).
Dentro da evolução mundial de produção de milho, o Brasil tem se destacado como terceiro maior produtor, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Vários aspectos relacionados ao emprego de novas tecnologias contribuem para este cenário. Um eficiente controle das doenças do milho já contribuiria grandemente para o aumento da produtividade da cultura no Brasil (Duarte, 2000).
Neste contexto o combate as doenças torna-se imprescindível para melhorar as condições de desenvolvimento das plantas. Dentre as várias doenças da cultura do milho destaca-se a ferrugem polisora do milho. A ferrugem polisora do milho é uma doença causada pelo fungo Puccinia polysora, que se espalha rapidamente pelo vegetal e destrói sua capacidade de realização da fotossíntese, além de provocar perdas na produtividade, fato que provoca grande dano econômico para o agricultor.
A ferrugem polisora é a mais agressiva e destrutiva das doenças do milho na região central do Brasil. No inicio da década de 90, várias epidemias desta doença causaram danos consideráveis a cultura. Nas regiões centro-oeste e Sudeste, esta ferrugem ocorre durante todo ano agrícola, constituindo-se problemas importantes em plantios a partir da segunda quinzena de novembro (Kimati, H. et al, 2005). Danos econômicos da ordem de 65% já foram constados experimentalmente.
O objetivo deste trabalho é identificar e descrever a ocorrência da ferrugem polisora na cultura do milho levando em consideração aspectos da sintomatologia, etiologia, epidemiologia e controle.
A importância do milho é caracterizada pelas diversas formas de sua utilização, que vai desde a alimentação animal até a indústria de alta tecnologia. Na realidade, o uso do milho em grão como alimentação animal representa a maior parte do consumo desse cereal, isto é, cerca de 70% no mundo. Nos Estados Unidos, cerca de 50% é destinado a esse fim, enquanto que no Brasil varia de 60 a 80%, dependendo da fonte da estimativa e de ano para ano (Duarte, 2000).
Dentro da evolução mundial de produção de milho, o Brasil tem se destacado como terceiro maior produtor, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Vários aspectos relacionados ao emprego de novas tecnologias contribuem para este cenário. Um eficiente controle das doenças do milho já contribuiria grandemente para o aumento da produtividade da cultura no Brasil (Duarte, 2000).
Neste contexto o combate as doenças torna-se imprescindível para melhorar as condições de desenvolvimento das plantas. Dentre as várias doenças da cultura do milho destaca-se a ferrugem polisora do milho. A ferrugem polisora do milho é uma doença causada pelo fungo Puccinia polysora, que se espalha rapidamente pelo vegetal e destrói sua capacidade de realização da fotossíntese, além de provocar perdas na produtividade, fato que provoca grande dano econômico para o agricultor.
A ferrugem polisora é a mais agressiva e destrutiva das doenças do milho na região central do Brasil. No inicio da década de 90, várias epidemias desta doença causaram danos consideráveis a cultura. Nas regiões centro-oeste e Sudeste, esta ferrugem ocorre durante todo ano agrícola, constituindo-se problemas importantes em plantios a partir da segunda quinzena de novembro (Kimati, H. et al, 2005). Danos econômicos da ordem de 65% já foram constados experimentalmente.
O objetivo deste trabalho é identificar e descrever a ocorrência da ferrugem polisora na cultura do milho levando em consideração aspectos da sintomatologia, etiologia, epidemiologia e controle.


Hospedeiro/cultura: Milho (Zea mays L)
Família Botânica: Poaceae
Doença: Ferrugem-polisora-do-milho
Agente Causal (Teleomorfo): Puccinia polysora Underw. 1897
Local de Coleta: Instituto Federal Goiano – campus Urutaí
Data de Coleta: 21/03/2010
Taxonomia: Pertence ao reino Fungi, filo Basidiomycota, classe Urediniomycetes, ordem Uredinales, família Pucciniaceae, gênero Puccinia sp.


Sintomatologia:

Os sintomas nas plantas são observados, geralmente, após 45 dias da semeadura. As pústulas são pequenas, circulares e elípticas, estão dispostas densamente na superfície superior da folha, (Fig.1A). Os urediniósporos e as pústulas possuem coloração variável de amarelo a dourado. Em fases mais avançadas as pústulas tornam-se marrons escuras devido à formação dos teliósporos, (Fig.1Aa). As pústulas podem ocorrer na face superior do limbo e da bainha foliar, nas brácteas das espigas e, em condições de alta severidade, no pendão. As pústulas são caracterizadas pelo rompimento da epiderme da folha, (Fig.1Cc.), após o rompimento são liberados grande quantidade de esporos. Em cultivares suscetíveis, é comum a ocorrência de morte prematura em virtude da destruição foliar, eliminando a capacidade fotossintética da planta (Kimati et al, 2005).


Etiologia:

O fungo Puccinia polysora, cuja sinonímia é Dicaeoma polysorum (Underw.) Arthur, (1906) (Index Fungorun, 2010), é o agente causal desta enfermidade. Seus urediniósporos são amarelo-dourados, com forma elipsoidal a ovóide, medindo de 20-29 x 29-40 µm (Fig.1D), são equinulados (Fig. 1Dd), com 4 ou 5 poros equatoriais. Os teliósporos são de coloração marrom-castanho, elipsóides ou oblongos, e possuem as duas extremidades arredondadas. Diferencia-se de P. sorghi principalmente por apresentar urédios menores, urediniósporos com pigmentação mais clara, teliósporos com paredes menos espessas e pedicelos mais curtos. O fungo P. polysora assim como P. sorghi, podem apresentar raças fisiológicas nos campos de infecção infectados. Mais de 11 raças deste patógeno já foram descritas e evidencias de novas raças tem sido observada nos últimos anos no Brasil Central.
Este patógeno apresenta uma grande variabilidade genética, devido a isso já sido identificadas diversas raças fisiológicas. Três raças foram identificadas inicialmente em trabalhos realizados no Quênia, as quais foram designadas EA1 a EA3. Seis novas raças foram identificadas posteriormente nos Estados Unidos, em 1962, com base na diferenciação de 11 cultivares diferenciais. Estas raças foram denominadas PP3 a PP8. Uma outra raça foi identificada nos EUA, em 1965, a qual foi designada de PP9. Seis raças foram identificadas em Taiwan, sendo denominadas PP10 a PP15. Trabalhos realizados com isolados de Puccnia polysora de diferentes áreas indicam a ocorrência de raças fisiológicas desse patógeno nas condições brasileiras. (Galvão e Miranda 2004).
Outro problema encontrado nos campos de produção refere-se à identificação da espécie do agente etiológico causador de doenças do tipo ferrugem na cultura do milho. Estas diferenças podem ser representadas na Tabela 1.
Tabela 1. Diferenciação entre os tipos de agentes etiológicos das ferrugens do milho (Kimati et al., 2005).

Estrutura fúngica Puccinia polysora Puccinia sorghi Physopella zeae
Pústulas Pequenas, circulares e elípticas. Elípticas a alongadas em ambas as faces. Arrendondadas a oval paralelas as nervuras.
Urediniósporos Amarelo a dourado, elipsoidal a ovóide, equinulados com quatro a cinco poros equatoriais. Marrom canela, esférico a elipsóide e moderadamente equinulados. Elípticos a ovóides, hialinos a amarelos claros e moderadamente equinulados.
Teliósporos Marrom castanho, elipsóides ou oblongos, com as duas extremidades arredondadas. Bicelulares, marrom escuro e possuem duas vezes o tamanho dos urediniósporos. Cilíndricos, sésseis, unicelulares, amarelo dourados a marrom castanho


Epidemiologia:

Este fungo associado ao milho já foi descrito no continente Americano, na Argentina, Brasil, Colômbia, Republica Dominicana, El Salvador, Guatemala, Honduras, Jamaica, Porto Rico, Panamá, México, Nicarágua, Trinidad e Tobago e nos EUA. No continente africano foi encontrado em Guiné, Madagascar, Nigéria, Papua Nova Guiné, Brunei, África do Sul, Camboja, Uganda, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue. Na Ásia foi analisado na China, Malásia, Taiwan, Japão e Vietnan. E por último foi encontrado na Austrália (Farr e Rosman, 2010).
O gênero Puccinia normalmente é bastante agressivo no milho, encontram-se diversas enfermidades causadas por esse gênero na cultura. Puccinia sorghi, Puccinia pallescens, Puccinia polysora, Puccinia sorghi e Puccinia purpurea, já foram encontrados em associação com o milho (Farr e Rosman, 2010).
O patógeno (P. polysora) tem preferência por temperaturas mais elevadas e é menos exigente com relação à umidade para germinar e desenvolver do que a P. sorghi. Sob condições favoráveis o fungo produz grande quantidade de inóculo e há extensiva disseminação dos esporos do patógeno de forma anemocórica. Tem sido mais danosa nos plantios mais tardios e nos de início da safrinha. Sob temperaturas menos favoráveis, observa-se maior tempo para germinação dos urediniósporos e para o surgimento dos sintomas, diminuindo os danos pelo patógeno (Fantine e Duarte, 2009).
As condições ambientais que favorecem o desenvolvimento da P. polysora, estão em uma faixa de temperatura entre 23 a 28o C, e elevada UR (Fantine e Duarte, 2009). A severidade da doença é maximizada em regiões com altitude abaixo de 650 metros. (Galvão e Miranda, 2004).
O desenvolvimento da doença se dá em outros hospedeiros da Puccnia polysora, além do milho são conhecidos: Tripsacum sp., Erianthus sp., Euchlaena sp. e Zea spp. (Galvão e Miranda, 2004). Segundo Farr e Rosman, (2010), os hospedeiros alternativos desse patógeno são: Erianthus alopecuroides, Erianthus divaricatus, Euchlaena mexicana, Themeda sp., Tripsacum australe, Tripsacum dactyloides, Tripsacum floridanum, Tripsacum lanceolatum, Tripsacum latifolium, Tripsacum laxum, Tripsacum pilosum, Tripsacum sp. e Zea mays subsp. Mays.
No Brasil o fungo foi identificado em quatro hospedeiros. Primeiramente em Tripsacum australe Cutler & E. Anders, no Pará, sendo diagnosticado como ferrugem. Também foi encontrado em Tripsacum laxum Nash, no Rio de janeiro, sendo também diagnosticado como ferrugem. O terceiro caso foi diagnosticado em Tripsacum sp. L., no Pará e no Rio grande do Sul. Seu hospedeiro preferencial é o milho (Zea mays L.), o primeiro registro desse patógeno no milho foi em 1945, a ferrugem-polisora-do-milho já foi diagnosticada em Minas Gerais, Epírito Santo, Goiás, Mato grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Pernambuco, Paraíba, Distrito Federal e Pará. Também foi analisado em sementes de milho (EMBRAPA, Banco de Dados Brasileiro de Micologia, 2010).


Controle:

O controle de P. polysora deve ser feito com o uso de cultivares resistentes, escolha correta da época e local de plantio e em último caso com aplicação de fungicidas.
O método de controle mais eficiente e menos oneroso para o produtor é o uso de híbridos ou variedades resistentes. Foram já identificados 11 genes de resistência vertical, denominados de Rpp1 a Rpp11, entretanto esse tipo de resistência, tem sido de pouca utilidade em programas de melhoramento, devido à alta variabilidade genética de P. polysora, possibilitando ao patógeno uma rápida adaptação pela seleção de raças de maior virulência (Galvão e Miranda, 2004).
Evitar semeadura nos meses de dezembro e janeiro, nas regiões propícias para a ocorrência da doença, também é pratica recomendada para diminuir os danos causados pelo patógeno. A severidade da doença é maior em regiões com altitude inferior a 650 metros, em locais em que as condições climáticas favoráveis ocorrem apenas em determinadas épocas, é possível fugir da doença realizando-se o cultivo nos meses em que essas condições são desfavoráveis. Nessas condições, portanto, não deve ser usado cultivares suscetíveis, principalmente na região central do Brasil.
O controle químico é eficiente para controlar a doença. Justifica-se sua utilização, porém, somente em campos cultivados com materiais que apresentem um alto valor econômico estratégico.
Na utilização de produtos fitossanitários (fungicidas), os produtos registrados no ministério da agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e seus respectivos ingredientes ativos e a dosagem do produto por hactare, são: Comet (piraclostrobina-estrobilurina, 0,6 L/ha), Constant (tebuconazol-triazol, 1 L/ha), Elite (tebuconazol-triazol, 0,6 L/ha), Folicur 200 EC (tebuconazol-triazol, 1 L/ha), Nativo (tebuconazol-triazol + trifloxistrobina-estrobilurina, 0,6 a 0,75 L/ha), Opera (epoxiconazol-triazol + piraclostrobina-estrobilurina, 0,75 L/ha), Propiconazole Nortox (propiconazol-triazol, 1 L/ha), Stratego 250 EC (propiconazol-triazol + trifloxistrobina-estrobilurina, 0,8 L/ha) e Triade. (tebuconazol-triazol, 1 L/ha), (Agrofit, 2010).
Pinto, (2004), avaliando o controle da ferrugem polisora, o fungicida azoxystrobin foi altamente eficiente, seguido por tebuconazole. A eficiência de tebuconazole no controle dessa ferrugem também foi relatada por Galli et al. (1993). Silva et al. (2007) em um trabalho avaliando a eficiência de fungicidas no controle de doenças do milho (Puccinia polysora e Diplodia maydis), chegou a conclusão que azoxystrobin + cyproconazole na dosagem de 0,4 L/ha, (as aplicações sendo realizadas a cultura do milho apresentando 10 folhas e a segunda no estádio de emborrachamento) foi o produto mais eficiente de controle para aquelas condições ambientais.
Levando em consideração que na maioria das vezes a aplicação de fungicidas é a forma mais eficiente de controle da ferrugem, os fungicidas que possuem o ingrediente ativo tebuconazole, são mais indicados para o manejo da doença.
É necessário realizar um manejo visando eliminar espécies vegetais hospedeiras alternativas do patógeno para efetivar o controle, mas sempre analisando o custo-benefício desse manejo.
O fungo causador desta doença são biotróficos e não possuem fase saprófita na matéria orgânica e não sobrevivem no solo. Sues hospedeiros, além do milho, são restritos, porém os esporos produzidos nas pústulas das plantas vivas tem a capacidade de se disseminar a distâncias muito longas. Assim a rotação de culturas auxilia no controle da ferrugem em termos de descontinuidade espacial do milho na região (Galvão e Miranda, 2004).
Atualmente se estuda muitas formas de controle alternativas para a agricultura. Fungos do gênero Darluca sp. tem sido encontrado em pústulas de ferrugem e, segundo German et al. (1986), pode ser um agente de controle biológico. Este coelomiceto apresenta estruturas escuras localizadas no centro das pústulas de ferrugem, na face inferior das folhas de algumas espécies. No caso específico encontram-se poucos trabalhos desenvolvidos, mas pode ser uma futura alternativa para a utilização no combate as ferrugens do milho.

Literatura Citada:

AGROFIT Sistema Agrofit – sistema de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em:<>, acessado em junho de 2010.

EMBRAPA Banco de Dados Brasileiro de Micologia. Disponível em: Acessado em: 21/04/2010.
EMBRAPA Milho e Sorgo, 2000, DUARTE J. O. Cultivo do milho. Disponível em:http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Milho/CultivodoMilho/importancia.htm. acessado em junho de 2010.

FANTIN, G. M.; DUARTE, A.Manejo de doenças na cultura do milho safrinha. P.. Campinas: Instituto Agronômico. 99p. 2009.

FARR & ROSMAN, SBML Systematic Botany of Mycological Resources. Disponível em: . Acessado em: 19 de junho de 2010.
GALVÃO, J. C. C.; MIRANDA, G. V., Tecnologias de Produção do Milho. editores. – Viçosa, UFV, 366 p. 2004.

GERMAN, S.; ABADIE, T.; PEREA, C Epifitia de roya de la hoja sobre el cultivar de trigo. La Paz INTA. Investigacicones Agronomicas, Montevideu, v. 7, n. 1, p. 75-77, 1986.

GALLI, M. A.; SALVO, S.; CERVO, J. C.; PARADELLA, A. Avaliação da eficiência de fungicidas sistêmicos no controle da ferrugem (Puccinia polysora Underw.) na cultura do milho (Zea mays L.). Fitopatologia Brasileira, Brasília, v18, p310, 1993. Suplemento.

INDEX FUNGORUM. Disponível em: . Acesso em: 02 de junho de 2010.

KIMATI, H.; AMORIM, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIN FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A. Manual de fitopatologia: Doenças das plantas cultivadas;. 4ª Ed.vol. 2, p. 479 – São Paulo: Agronômica Ceres, 2005.

PINTO N. F. J. A. Controle químico de doenças foliares em milho. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, v.3, n.1, p.134-138, 2004.
SILVA J. V. C., SILVA, J. R. V., SILVA, G. D., PAIVA, S. B, FRANÇA R.O.. Efeito de fungicidas no controle de manchas foliares do milho. Universidade Federal de Uberlândia, Syngenta Proteção de Cultivos, Unitri. Fitopatologia Brasileira, Maringá, Vol32, p.367, 2007.Suplemento.

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